quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Midiendo El Tempo Con Canciones" - Ruidoblanco - 2011


Ruido blanco é um sinal aleatório produzido pela combinação de freqüências sonoras diferentes entre si, assim como é o nome de um disco ao vivo lançado pelos argentinos do Soda Stereo nos anos 80. Em Barcelona, na Espanha, também significa o nome de uma banda que está junta desde 2007, com a diferença que aparece junto, sem espaço. Essa banda depois de dois singles lança enfim o primeiro disco, intitulado singelamente de “Midiendo El Tempo Con Canciones”.

O Ruidoblanco é formado por Salva Codinach (vocal, guitarra e piano), Cris Carreño (vocal e teclados), Dani Fernández (guitarra), Chano Sánchez-Gómez (baixo) e Cristian Cuesta (bateria).   Eles definem suas canções como “música popular melodramática”, no entanto possuem mais alguns adendos. Dentro do pop rock simples e melódico do grupo, dá para pescar pedaços de Arcade Fire, Delgados, Coldplay e Morrisey, como também de bandas espanholas como o Vetusta Morla.

Nas 12 faixas do registro, o piano aparece quase sempre como o principal condutor e amplifica a emoção com que os dois vocalistas inserem suas letras nas melodias bem feitas e agradáveis. O duelo de vozes entre Salva e Cris, na verdade, é o ponto alto de todo o trabalho, como atestam as bonitas “Última Vérsion de Ti” e “La Ciudad Más Gris Del Mundo”. O foco das (boas) letras habita tanto em buscas pessoais, quanto amorosas, retratadas em desejos e intenções.

Nos 50 minutos do álbum, o Ruidoblanco encaixa a maior parte das canções de modo positivo, vide o eficiente pop rock de “Octubre” ou a baladona conduzida pelos violões de “Palabras Que Apagaron El Incendio” que conta com a participação preciosa de Iván Ferreiro (ex-Los Piratas). Em outras como “Olores”, há tamanha emoção embutida que é bastante fácil se deixar levar e ver a mente passear por setores que até então você julgava já estarem devidamente fechados.

Fora os destaques selecionados acima, “Midiendo El Tempo Con Canciones” é um trabalho limpo e bem produzido, sem maiores modernidades, e que acaba conquistando justamente por isso. Ótimos vocais que com a ajuda do piano e de guitarras econômicas, mas precisas, causam pequenos estragos nessa estreia. Um ruído aleatório sim, mas gerado pela junção de influências sonoras distintas, mostrando novamente a boa safra de bandas que a Espanha vive. Plenamente indicado.



Assista ao clipe de “Última Vérsion de Ti”: 


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