Muita coisa boa saiu do Reino Unido na década de 90, apesar da maior quantidade de bandas serem cópias descaradas dos ícones do britpop. Uma das bandas que podemos dizer que valem a pena é o Ocean Colour Scene. Desde sua estréia em 1992, com um disco de mesmo nome, a banda vem produzindo uma obra digna de nota, apesar de alguma irregularidade.
A mistura do pop sessentista com o mod dos anos 70, passeando um pouco pelo folk norte americano, rendeu dois excelentes trabalhos, a saber “Moseley Shoals” de 1996 e “One From The Modern” de 1999. Aconteceu uma deslizada com o bem mediano “A Hyperactive Workout For The Flying Squad”, em que a banda soava como uma cover de si mesmo, porém em 2007 temos a volta por cima com o bom “On The Leyline”, lançado em maio.
“On The Leyline” aponta no rumo dos melhores trabalhos dos ingleses, trazendo as velhas e boas influências de The Faces, The Kinks, The Beatles, The Monkees, The Jam (haja “The”!) e arremedos do Buffalo Springfield. O bacana de tudo é que as 13 faixas que compõem esse disco, soam belamente desprentensiosas, com arranjos inspirados, melodias completamente assobiáveis, ótimas guitarras e um sabor de uma bela manhã de sol.
Steve Cradock, Simon Fowler, Andy Bennett, Dan Sealey e Oscar Harrison fornecem uma pequena amostra de como se fazer música pop totalmente palatável, sem arredar o pé da qualidade. Desde a abertura com a redondinha “I Told You So” (tente não cantar depois) até o fechamento com a pequena balada “Daylight” tudo passa suave e terno como uma brisa no rosto, dando aquele prazer rápido e revigorante.
O Ocean Colour Scene não vai conquistar o mundo e depois de tanto tempo, nem sei se os caras tem essa idéia na cabeça. No entanto, faixas como “Go To Sea”, “These Days I´m Tired” (para escutar namorando), “Don´t Get Me” ou “Two Lovers” provavelmente farão seu coração dar um sorriso. Para endossar a alegria de vez, passe pela byrdiana “You´ll Never Find Me” e pode sair cantando pelo trabalho enquanto caminha para pegar uma fotocópia na máquina xerox.
“On The Leyline” é o disco certo para tocar quando chegar do trabalho cansado ou antes de sair enquanto toma-se o café da manhã. Indicado também para tocar no carro ou no mp3 player dentro do ônibus. Pode servir também em uma bela manhã de domingo ou enquanto se arremessa besteiras ao léu conversando com a pessoa amada. Despretensioso e bonito assim.
Site oficial (e bem bacana): http://www.oceancolourscene.com/
My Space: http://www.myspace.com/ocsmusic
Quando “Baby 81”, quarto e novo disco do Black Rebel Motorcycle Club, banda de São Francisco, USA, caiu nos meus ouvidos esse ano, a idéia fixa na mente era de repetir o player constantemente. “Baby 81” é o tipo de disco que não carece de muita explicação, não precisamos apontar uma função ou uma justificativa para o mesmo existir. Ele simplesmente existe. E toma conta do som.
Há dois anos atrás o trio formado por Rober Tuner no baixo e vocal, Peter Hayes na guitarra e vocal, além de Nick Jago na bateria, surpreendiam os seus fãs com o disco “Howl”, totalmente diferente do que já haviam feito, trocando as guitarras por violões múltiplos abraçando Bob Dylan e seu folk e abrindo trilha para o country e o soul. “Howl” apesar de ser um discaço não era fácil de ser digerido (este próprio escriba demorou a assimilá-lo), mas foi fundamental para o trio de São Francisco.
Fundamental, pois mostrou que a banda tinha um outro universo de influências e que poderia sair quando bem entendesse do lugar comum. Em “Baby 81” a banda retoma as guitarras, bateria forte e baixo veloz, mas sem deixar de lado as conquistas do último trabalho, adicionando violões e pianos na mistura, fazendo o melhor trabalho da sua carreira.
As guitarras que abrem a batida seca de “Took Out a Loan”, se amplificam nas duas cacetadas que vem a seguir, “Berlin” (uma das músicas de 2007) e “Weapon Of Choice”, montando uma tríade de abertura de bastante respeito. São vários os momentos de excelência do disco, pode-se dizer que o vocal a là Jesus And Mary Chain de “Not What You Wanted” ou os violões de “666 Conducer” estão entre eles. Mas não seria loucura apontar as guitarras de “Need Some Air” também como destaque.
Ainda tem “All You Do Is Talk” a melhor canção que o U2 não fez em anos, a épica “American X” ou a bela “Am I Only” que fecha o disco. Com “Baby 81”, o BRMC mostra ser uma banda daquelas que realmente valem a pena e presenteiam o mundo com um dos melhores discos do ano, que como disse acima não precisa de muita explicação para ser apreciado. Basta apenas escutá-lo.
Site oficial da banda: http://www.blackrebelmotorcycleclub.com/
A franquia “Shrek” nos seus dois primeiros longas arrecadou milhões de dólares e conquistou fãs de todas as faixas etárias, mostrando um anti herói nada convencional adicionando a isso piadas de humor negro, referências de cultura pop, desconsertando o universo dos contos de fadas e principalmente um bom roteiro, ritmo forte e excelente humor.
“Shrek Terceiro” que estreou nos cinemas recentemente tinha tudo para manter o jogo ganho, mas infelizmente para os fãs não conseguiu. A premissa do roteiro é até boa, com um Shrek que precisa se acostumar com a idéia de ser pai e todos os medos que envolvem esse inicio de processo, novos personagens, a reconquista de um reino, traições e logicamente várias e diversas referências do universo da cultura pop.
O filme peca bastante pela mudança de seu personagem, Shrek não é mais o anti herói, agora ele assume o papel de herói propriamente dito e perde grande parte do seu charme e do seu humor. As piadas quase não funcionam e o ritmo do terceiro episódio dessa animação dirigida por Chris Miller é lento, meio arrastado, sem o mesmo vigor das anteriores.
A trama reside na busca de um novo rei para Tão Tão Distante, depois que o rei Harold morre. Pela linha de sucessão, o próximo a assumir seria o nosso amado ogro, mas o que um ogro faria como realeza? Pensando dessa forma, Shrek (assustado em ser pai) parte junto com seus bons amigos Burro e Gato de Botas, para encontrar Arthur, um jovem que poderia assumir o reino. Mas enquanto estão fora, o Encantado trama sua vingança junto com vários vilões para a tomada da coroa, que precisa urgentemente ser reconquistada.
Nessa boa história, tudo se desenvolve de maneira tão chata e normal, que tudo que foi construído como marca registrada da franquia, meio que desaparece aqui. Até o Burro perde a graça. Digno de nota apenas fica a trilha sonora que mais uma vez abusa de ser boa com nomes como Wings, Ramones, Led Zeppelin, Eels e Macy Gray. No mais, tudo bastante mediano e burocrático. Ou seja, dispensável.
O termo “Art Brut” representa algo como “arte criada por pessoas que não tiveram condicionamento cultural e conformismo social”, ou algo assim. Desde 2005, Art Brut representa também uma banda vinda de Londres que abusa de influências de The Stooges, The Fall, The Stranglers, Gang Of four e muito punk rock, com letras repletas de sarcasmo e ironia repassadas ao público meio cantadas, meio faladas, meio gritadas, por cortesia do vocalista Eddie Argos.
Eddie e seus comparsas Jasper Future na guitarra, Frederica Feedback no baixo, na outra guitarra e Mickey B na bateria (com algumas pequenas alterações), estão juntos desde 2003 e em 2005 debutaram com o ótimo e extremamente sujo “Bang Bang Rock And Roll”. Em 2007 a banda de Londres chega ao seu segundo disco “It´s A Bit Complicated”, lançado exatamente hoje.
O som da banda não mudou quase nada nesse novo trabalho, só o vocal de Eddie Argos ficou, digamos, melhor gravado, mas o cara continua sendo uma das peças primordiais do som do Art Brut, com seu jeito de cantar que parece ter saído de algum lugar da segunda metade da década de 70. As guitarras continuam produzindo riffs rápidos e certeiros, sem grandes variações musicais, mas com forte poder de sujeira (ainda que uma sujeira “programada”).
As canções vem com títulos como “Jealous Guy” e “I Will Survive”, mostrando já na entrada a forte veia irônica que caracterizou o primeiro disco (e aparece mais forte no segundo). Tem sujeira como “Pump Up The Volume” e “Blame It On The Trains”, hits certeiros como “Direct Hill” e “Nag Nag Nag Nag” e até baladinha como “People In Love”, que traz uma das melhores guitarras do disco.
Resumindo meu chapa, a história é o seguinte: Se você gosta das bandas citadas no primeiro parágrafo, provavelmente vai gostar desse “It´s A Bit Complicated”, retirar algumas faixas para colocar em coletâneas pessoais e fazer tocar por aí. Nada além de diversão, é verdade. Mas o que seria de nós sem ela?
Site Oficial da banda: http://www.artbrut.org.uk
E dá uma sacada na versão ao vivo de “St. Pauli” aí embaixo. Aumenta o som!
E falaram que o Manic Street Preachers ia acabar, sepultaram a banda após o baixista Nick Wire lançar seu disco solo ("I Killed The Zeitgest") e o vocalista e guitarrista James Dean Bradfield aparecer na nossa opinião o melhor disco de 2006, o belíssimo “The Great Eastern”. Triste noticia, visto que o Manics (como a banda é carinhosamente é chamada pelos fãs) é uma das prediletas da casa há muito tempo.
Mas eis que nada não passava de suposições (não que a banda não tenha passado perto de acabar), que conforme Nick Wire disse tudo se tratava de uma “indisposição geral”. Graças a boa música, “Send Away The Tigers” chegou as lojas do mundo todo despejando ótimas canções, com riffs de guitarras marcantes, letras que passeiam por amor e política, mas sempre cercadas de cinismo, enquanto os refrões adentram e conquistam seu espaço.
O oitavo disco do Manics é uma volta a velha forma, depois do bem mais ou menos “Lifeblood” de 2004 e do não tão bom assim “Know Your Enemy” de 2001, lembrando períodos mais nobres como o clássico “Holy Bible” de 1994 ou o excelente “This Is My Truth Tell Me Yours” de 1998. James Dean Bradfield, Nick Wire e o baterista Sean Moore mostram novamente em ótimas doses o talento que sempre esbanjaram na carreira.
A faixa que dá nome ao disco, abre com um órgão pedindo passagem e violões, antes das guitarras e da poderosa voz de Bradfield escancarem novamente os bons tempos. A mistura da banda de rock inglês, temática punk, melodias pop e hard rock funciona de maneira sublime outra vez. Pode passar por faixas como “Underdogs”, Indian Summer”, “Rendition” ou “Winterlovers” que o nível se mantêm alto.
Mas ainda tem “Your Love Alone Is Not Enough” um lindo dueto com Nina Persson do Cardigans e seríssima candidata a música do ano. Tem a destreza pop de “I Am Just a Patsy” e a romântica (e perfeita) “Autumm Song”. E para fechar a conta, saindo do balcão, a saideira é uma boa versão para “Working Class Hero” de John Lennon.
Para quem não conhece os Manics, “Send Away The Tigers” é uma ótima demonstração da força do trio, preparando para trabalhos anteriores. Para quem já tem contato com a banda há algum tempo, é só deixar o player tocar, tocar, tocar e deixar se levar por um dos melhores lançamentos do ano até agora.
Site Oficial: http://www.manicstreetpreachers.com
Os livros têm um poder mágico. Sempre acreditei nisso desde minha infância ainda debutando sobre pequenas obras até a adolescência que me aparecia já com alguns títulos que mudaram senão a minha vida, o meu modo de enxergar como essa vida poderia funcionar, alargando meu leque de visão e contraindo em mim o fascínio pela literatura.
Mesmo em tempos de consumação rápida em que as palavras são sendo substituídas por outras formas de cultura, continuo pregando a literatura como um universo místico, um universo que depois de adentrado fica complicado voltar. Este poder oriundo desses encadernados recebe uma grande e emocionante homenagem no romance “A Sombra do Vento”, do espanhol Carlos Ruiz Zafón lançado originalmente em 2001 e que chega ao país esse ano pela Editora Objetiva com tradução de Márcia Ribas.
“A Sombra do Vento” é acima de tudo um tratado sobre a arte escrita, sobre o fascínio que um livro pode exercer na vida de uma pessoa. Embaixo disso, exalta uma simplicidade cativante, mas ao mesmo tempo revestida com contornos de luxo. Passado na Barcelona da primeira metade do século XX, sobre os escombros da guerra civil que levou o ditador Francisco Franco ao poder e os reflexos da Segunda Guerra Mundial, mostra-se uma cidade cinza, perdida em meio às nevoas e a perca de sua antiga majestade.
Não há personagens com variações de personalidade no romance, logo de entrada sabemos quem são os “bons” e quem são os “maus”, mas a montanha russa de eventos em que o autor despeja os fatos, nos coloca naquela situação em que abandonar o livro para fazer qualquer outra atividade é tarefa das mais difíceis. A narrativa não apresenta nada de novo e em alguns momentos até chega-se a anteceder algumas revelações, no entanto em outros o belo e envolvente texto de Záfon consegue erguer uma bela parede de surpresas.
O personagem principal é Daniel Sempere que na madrugada de 1945 é levado pelo seu pai, dono de uma livraria local, a um misterioso lugar no centro da cidade chamado Cemitério dos Livros Esquecidos. Nesse ambiente sombrio, Daniel encontra o livro que mudará sua vida para sempre, “A Sombra do Vento”, de um escritor que poucos conhecem chamado Julián Carax. O menino encantado pelas palavras, segue rumo a uma cidade que esconde segredos, tramas, desgraças e ruínas no seu alicerce, enquanto busca saber mais sobre o autor que quanto mais difícil lhe parece, mais o encanta.
O autor desenvolve um romance repleto de suspense, com grandes tons de fantasia e toques das histórias policiais e misteriosas com tintas dantescas envoltas a cores escuras em um clima gótico pairando no ar. Essa mistura de estilos não se perde em nenhum momento, se mostrando coesa e combinando Miguel de Cervantes com Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas com Stephen King, não diminuindo em momento algum a narrativa que nos conduz a um mundo quase sem permissão de saída.
Com mais de 6 milhões de cópias vendidas na Espanha e na Europa, “A Sombra do Vento” encanta e coloca o seu leitor em uma viagem ao mesmo tempo cruel e fantasiosa embalada pelo que há de mais antigo no mundo, o amor. O amor é a mão que conduz toda a trama e se subdivide em tantas outras sempre congruindo para uma visão geral da necessidade, do desejo e da paixão que nutre em cada ser humano desde o inicio dos tempos.
Em 2005, quando “Capture/Release” primeiro álbum da banda inglesa The Rakes chegou nas lojas, a banda foi saudada como uma das maiores da atualidade. Hype é hype, mas o pós punk vigoroso desse quarteto realmente tinha um algo mais no meio de tanta gente que despontava a cada hora. “Capture/Release” era um disco bom de se ouvir, sem dúvida. E um ótimo para tocar alto.
Eis que em 2007 chega aquela velha e antiga prova do segundo trabalho. E lá vão Alan Donohoe (vocais), Matthew Swinnerton (guitarra), Jamie Hornsmith (baixo) e Lasse Petersen (bateria) ao encontro da referida prova. Resultado final: "Ten New Messages" está aprovado com méritos. Um desses méritos foi o de não mexer muito no seu som (ao invés do que o Bloc Party fez, por exemplo), dar uma amaciada, no entanto sem perder o ritmo da sua música que faz dançar sem vergonha alguma.
Começando pelo riff matador e o baixo pulsando como se fosse explodir de “The World Was a Mess But His Hair Was Perfect”, uma das melhores músicas desse 2007 que vai passando, sendo seguida logo depois de “Little Superstitions” canção que podia muito bem ter saído de algum momento entre 82 e 83, pós punk oitentista de qualidade. Pós punk como o The Rakes sabe fazer. E bem.
Depois temos o caminho aberto para outro grande momento do disco “We Danced Together” com um baixo ditando o ritmo da música, bateria seca, guitarrinhas entrando e saindo a todo momento e....tente ficar parado. Acho bem improvável. Continue tentando em “Trouble”. Depois entra a bela “Suspicious Eyes”, daquelas para sair cantolando direto pelos cantos da casa.
E o disco continua descendo redondinho, Alan Donohoe continua mantendo a forma de cantar como se tivesse saído diretamente de uns vinte anos atrás e a banda aparece bem mais qualificada do que no trabalho anterior, principalmente o baixo de Jamie Hornsmith. O The Rakes chega com novas mensagens para seus fãs (trocadilho ridículo, eu sei) carregadas com o que sabem fazer de melhor, rock oitentista para dançar e escutar bem alto.
Podem acusar de mais do mesmo. E com certeza é. Mas é um mais do mesmo beeeem legal de escutar.
Site oficial: http://www.therakes.co.uk
Tem discos que precisam ser saboreados pouco a pouco, depois ganhar mais precisão e serem tocados ao extremo para que possamos prestar atenção a todos os detalhes, a todos as mínimas variantes que passam despercebidas tantas vezes. No mundo de hoje em que tudo é despejado na internet meses antes do lançamento, muitos elaboram suas críticas tão imediatamente quanto o seu vazamento, tentando ser o primeiro a contar a grande novidade.
Sempre tive por idéia só comentar algum disco ou qualquer outro trabalho, depois de seu nascimento, ou seja seu lançamento oficial, por mais tradicional que isso possa ser. Digo isso pois discos como “Sky Blue Sky” do Wilco, lançado no último dia 15 de maio não carecem de pressa, a pressa faz mal a eles, distorcendo anseios e ocultando pequenas belezas escondidas. Falar sobre “Sky Blue Sky” somente agora não é atraso, é um exercício de prazer.
Acima de tudo o novo trabalho é um disco sobre paz. Sobre céus azuis também. E sobre dias bons, dias tranqüilos e serenos, dias felizes. Entre tanta mesquinharia e falta de amor que nos invade hoje, é encantador ouvir algo assim tão bonito. Enquanto muitas bandas se repetem, ou repetem outras bandas o Wilco construiu uma carreira sólida que já passou pelo alt country (e continua com os pés lá), pelo folk, pelo experimentalismo, pelo pop e pela devoção aos Beatles sem nunca perder a maestria.
Jeff Tweedy agora chama o soul para dançar, ainda que timidamente mas bastante perceptível em várias músicas. E mantêm a maestria. “Sky Blue Sky” está apenas um nível abaixo de obras primas como “Summerteeth” de 1999 ou “A Ghost Is Born” de 2004. Tweedy e seus comparsas de tantos anos continuam tendo o dom magistral de produzir música pop como se fosse um obra de arte que encanta até quem não entende o que poderia ser arte. Complexo. Mas carregado paradoxalmente de bastante simplicidade.
Sei que o mundo passa por um processo complicado, onde tanta coisa importante perde o sentido acabando por se banalizar e depreciar. Sei que passamos por um momento de falta de fé no ser humano, de falta de crença no amor e no poder do bem. O Arcade Fire já retratou tudo isso no excelente “Neon Bible”, cabendo ao Wilco lembrar também que ainda existem dias bons, dias com céus azuis, dias de paz.
Tudo isso vem envolto em melodias geniais tendo como pano de fundo teclados, pianos e guitarras produzindo pequenos, diversos, múltiplos solos que passam a povoar a mente sem perdão. Conquistando devagar. Resumindo: música para encantar a alma embalada em uma das capas mais bonitas dos últimos tempos.
Site da banda: http://www.wilcoworld.net/
Blog do chapa JW onde você encontra tudo e mais um pouco sobre a banda: http://wilcoetc.wordpress.com/