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No entanto tudo ficou nebuloso quando percebi que a direção era de Moacyr Góes. Nada contra o diretor mas a sua filmografia não espelha muitas expectativas. Afinal de contas, nela estão filmes da Xuxa, Angélica e o massacre feito com Machado de Assis em “Dom”. Mesmo assim, arrisquei a ida ao cinema e consegui tirar boas gargalhadas com os méritos do longa, apesar de seus inúmeros erros.
Os méritos se devem as histórias fantásticas do livro narradas (algo entre Ariano Suassuna e Tim Burton), o ótimo trabalho de Marcos Palmeira como o personagem principal e Helder Vasconcelos, músico e ex-Mestre Ambrósio que dá um show na pele do tinhoso do inferno. Alie-se a isso a linguagem do cordel, a ótima trilha sonora e a excelente produção do casal Barreto.
Mas o que poderia ser um bom filme tropeça em si mesmo em vários momentos. O ritmo que o mesmo imprime deixa falhas e mais falhas no enredo, se apressando em passar historias demais em tempo de menos. A montagem é abrupta demais, sem passagens e ligações entre as pequenas historias que compõem a lenda do homem que desafiou o diabo.
A historia passa por Zé Araújo (Marcos Palmeira), um caixeiro viajante que sai conquistando mulheres mundo afora, até que em uma dessas conquistas se vê obrigado a casar com a filha de um comerciante, sendo destratado diariamente, sofrendo diversas humilhações, até o dia em que se revolta de tudo e se transforma em Ojuara (Araújo ao contrário). A partir desse momento Ojuara sai nordeste afora defendendo donzelas (ou prostitutas, entre elas a bela Fernanda Paes Leme) em perigo e cuidando dos fracos e oprimidos.
“O Homem Que Desafiou o Diabo” poderia ser um filme bem melhor do que é, apesar de utilizar uma fórmula que já havia tido sucesso antes como “Lisbela e O Prisioneiro” e “O Auto da Compadecida”, fica bem abaixo destes. Como cinema não chega a empolgar sendo apenas razoável. Como diversão sem grandes pretensões chega a ser interessante, pois tem bons momentos que compensam toda a irregularidade bancada pelo seu diretor.