quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Se Rasgum no Rock - 01,02 e 03 de Setembro (Tá chegando... se liga!!)

Programação
DIA 1.09 (Sexta) – Açaí Biruta – 22h
01h - Wander Wildner (c/ Johny Rockstar)00h15 - Buscapé Blues23h30 - Nó Cego22h45 - Turbo22h - Aeroplano
Dia 2.09 (sábado) – Parque dos Igarapés
22h - Cachorro Grande (RS)21h30 - The Feitos (RJ)21h - Madame Saatan20h30 - Suzana Flag20h - Los Porongas (AC)19h30 - Cravo Carbono19h - Mezatrio (AM)18h30 - Stereoscope18h - Norman Bates17h30 - Johny Rockstar17h – Álibi de Orfeu16h30 - Telesonic16h - Stigma
Dia 3.09 (domingo) – Parque dos Igarapés
22h - Mundo Livre S/A (PE)21h30 - La Pupuña21h - Coletivo Rádio Cipó20h30 - Sevilha20h - Vanguart (MT)19h30 - Superoutro (PE)19h - A Euterpia18h30 - Bazar Pamplona (SP)18h - Delinquentes17h30 - I.O.N.17h - Jolly Joker16h30 - Babyloyds16h - Retalietory
Passaportes
Os passaportes incluem os três dias + programação noturna: R$ 30,00 (meia-entrada para estudantes e clientes TIM**). Inteira a R$ 60,00. Ingressos:
- Abertura (Açai Biruta): R$ 20,00 / R$10,00 (estudantes e clientes TIM**)- Dia 2 (Parque dos Igarapés): R$ 30,00 / R$15,00 (estudante e cliente TIM**)- Dia 3 (Parque dos Igarapés): R$ 30,00 / R$15,00 (estudante e cliente TIM**)
Pontos de venda:Lojas TIM (Iguatemi, Castanheira e travessa Padre Eutíquio), Big Ben Doca (Big Serviços) e Na Figueredo.
Mais informações no site da Se Rasgum: http://www.serasgum.com
Se liga!!

terça-feira, 29 de agosto de 2006

"Antiquarta" - Antiquarta

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“Eu já sei onde estou, estou voltando para o seu coração, estou chegando...” são os versos do refrão da música “Estou Chegando” da banda recifense Antiquarta que tem seu primeiro EP (com o mesmo nome) lançado pela revista MP3 Magazine. Baixe diretamente do site da revista, clicando aqui. A música que abre o EP é de uma delicadeza pop acima da média, sucesso fácil se não fosse o corporativismo da nossa música. Gravado com muita dificuldade na estúdio caseiro de um amigo, em meio a trabalho de parto da vocalista Lorena Raia no meio do processo, sendo ela a responsável pela maioria das canções. A banda tem também as guitarras de Renxon Lapa e Pedro Guedes, deixando a cozinha por conta de Niko de Oliveira no Baixo e Sóstenes Barros na bateria. Com um pé no powerpop e outro no indie, a banda fez um EP de estréia que merece ser ouvido. Boas músicas, com letras inteligentes, guitarras bem utilizadas e um vocal bem definido fazem do Antiquarta uma boa aposta. Às vezes a banda se perde nas próprias influências, mas isso se arranja com o tempo e a experiência. Precisa acertar melhor principalmente as baladas, casos de “Tudo vai dar Certo” e “Vai Guardar” Nada que vá mudar o mundo, mas uma boa banda que merece ficar ali no seu som para ser sacado de vez em quando, enquanto espera-se algo novo pela frente. Para iniciar vá direto na já citada “Estou Chegando” e em “Vida, Luz e Som”. Vai lá.

domingo, 27 de agosto de 2006

"Complicado" - Astar

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“Complicado” é o nome do primeiro EP da banda Astar de Recife/PE e se encontra disponivel para download no site do Recife Rock e da Trama Virtual. Formada há pouco mais de quatro anos por Ju Orange (Vocais), Eduardo Padrão (Guitarras), Claúdio Magalhães (Baixo), Manuel Cunha (Bateria) e Felipe Chagas (Teclados), a banda alça seu primeiro vôo. O nome saiu de uma conversa de bar sobre UFOs, na qual um amigo contou da existência de uma fita do Led Zeppelin datada de 1989, na qual teriam informações psicografadas inclusive. Sinistro não? Mas o som é bem agradavel, ainda falta uma maior consistência para a banda em termos de produção, mas o primeiro trabalho sugere boa coisa. Ambientado no pop rock, lembrando os bons tempos da Penélope e um pouco o Suzana Flag, pelo estilo e vocal da Ju Orange. O EP conta com quatro músicas, contando casos do cotidiano e amor. Pop de qualidade. “Contagem Regressiva” é a melhor do disco com um punch que remete a “Song 2” do Blur. “Sem Tempo” e “Rotina” tambem tem uma boa pegada, letras juvenis bem legais e mantêm uma certa unidade. “Complicado” não segue a mesma trilha, mas não (desculpem a infãmia) complica. Bom trabalho, de quem dá para esperar coisas bem mais interessantes pela frente. Enquanto isso, coloque o EP no som e deixe rolar bem alto, balançado a cabeça de um lado para o outro, curtindo desprentesiosamente o som. No site da banda http://www.astarmusic.com.br tem outras músicas para download. Vai lá.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

"Rather Ripped" - Sonic Youth

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O tempo é senhor no que tange a mudanças, separações, novos casos, retornos e coisas do tipo. No caso da música não é diferente. Manter-se junto e fazendo um trabalho de qualidade por 20,25 anos não é para qualquer um, sendo que até mesmo essas mudanças raramente não chegam a acontecer drasticamente, como no caso da banda nova iorquina Sonic Youth. A banda que cultivou gerações de fãs influenciou meio mundo das bandas que por aí estão e continua fazendo do seu trabalho algo em que se olhe sempre com admiração, apesar de às vezes não concordar com o resultado final. Passaram-se os tempos da juventude, do experimentalismo sem concepções e das distorções baratas. Tudo passa. Passaram os tempos de “Evol (1986)” e “Sister (1987)”, clássicos dos 80. Passou também “Daydream Nation” de 1988, que ao lado de “Document” do R.E.M e “Warehouse: Songs And Stories” do Husker Du, pavimentou muita coisa do que se convencionou chamar de alternativo, underground, indie. Passou o tempo da dobradinha “Goo (1990)” e “Dirty (1992)”, dois discaços que mostraram o som da banda a uma geração que ainda não os conhecia, ensinando despretensiosamente como aliar melodia e barulho no mesmo lugar, como deixar os dois caminharem lado a lado de forma tão espetacular. Passou o tempo de provavelmente seu único hit, a canção “100%”. Nesse tempo todo, no entanto, o Sonic Youth não passou e continuou fazendo da sua música, objeto de honestidade e criatividade dentro da música pop. Depois de “Dirty” o Sonic Youth lançou apenas álbuns medianos como “Sonic Nurse (2004)”, ou totalmente difíceis como “Experimental, Jet Set, Trash And No Star (1994). A banda que nunca apostou no mainstrem, continuou fazendo seus discos, sem se vender a ninguém e mantendo a lealdade dos fãs com boas canções, mesmo que mais ou menos sempre tudo meio parecido e igual, mas não menos sincero (alguém pensou nos Ramones?). “Rather Ripped” (algo como “preferencialmente bêbado”) o novo disco da banda lançado há dois meses atrás vem para dar chacoalhada nesse cenário, sacudir a poeira e colocar na praça novamente um grande álbum. Se não tem o peso e influência de obras anteriores “Rather Ripped” figura tranqüilo num Top 5, o que no caso do Sonic Youth é muita coisa. Já de entrada temos a mezzo pop “Reena” e “Incinerate”, com um riff de guitarra lembrando os tempos de “Daydream Nation”, tendo o característico vocal de Thurston Moore. Em seguida vem “Do You Believe in Rapture”, uma quase balada, com o cinismo que sempre foi peculiar às letras da banda, falando em segunda chance. O ataque retorna com ecos dos primeiros tempos em “Sleepin Around”, chegando mais rápida, com uma bateria rosnando ao fundo, mostrando que a cozinha de Kim Gordon (que retoma o baixo, dando aquele toque especial) e Steve Shelley continua precisa como sempre. Em “What a Waste”, Kim Gordon canta calcada em Velvet Undergroun em uma das melhores faixas do disco. “Jams Run Free” vem soturna, com vocal falado, meio sussurrado, cortesia da cozinha característica da banda. “Rats”, é única cantada pelo guitarrista Lee Ranaldo, mais oitentista impossível, mostrando uma linha de melodia até meio estranha para o Sonic Youth, incluindo inclusive violões, sempre com aquela microfonia de fundo. “Turquoise Boy” é outra boa canção, em quase sete minutos, temos uma narrativa meio quebrada, ambientada na literatura beat, com muitas viradas. Arrasadora. “Lights Out” chega seguindo o ritmo desacelerado, lenta, com uma guitarra solando e ditando o ritmo. Em “The Neutral” Kim volta ao cenário, dando pique novamente, com a bateria de Steve Shelley conjugando todo o sentimento vocal no seu compasso. “Pink Steam” e “Or” fecham o disco que ainda tem o bônus track de “Helen Lundenberg” como prêmio. Depois de tanto tempo sem lançar algo realmente fundamental, “Rather Ripped” vem cobrir essa lacuna e mostrar a uma nova geração de ouvintes toda a pegada pop, aliadas a distorções, microfonias e experimentalismo de uma das bandas mais importantes dos 80 ainda em ativa. Unindo recortes de várias fases da banda, o álbum soa como o “New Adventures in Hi-Fi” foi para o R.E.M, sem grandes pretensões, mas um grande disco de rock n´roll.

domingo, 20 de agosto de 2006

Conspiração do Silêncio

O governo brasileiro sempre escondeu (e ainda esconde) muita coisa dos tempos do regime militar. Tempos de uma ditadura que dizimou liberdades individuais, censurou nossa cultura e matou milhares de cidadãos contrários as suas idéias, deixando seus corpos apodrecerem embaixo de um chão qualquer sem explicações nem para a família. “Araguaya - Conspiração do Silêncio” filme rodado em 2004, com alguns prêmios no currículo, mas que só agora chega ao circuito comercial, conta uma dessas “coisas”. O primeiro filme do diretor Ronaldo Duque conta a história da Guerrilha do Araguaia que aconteceu no final dos anos 60 e inicio dos 70 no sul do Pará e permanece sem maiores informações até hoje. O diretor fez uma extensa pesquisa sobre o tema, tentando contar da forma mais honesta possível essa guerrilha no meio da mata, feita por jovens estudantes que efetivamente demorou três anos e levou mais de 10.000 soldados no seu encalço pelas matas da Amazônia. O filme mostra o movimento através de personagens fictícios, mas baseados em fatos reais, incluindo no decorrer do longa os envolvidos na época como o ex-presidente do PT José Genoino, que colabora com seu depoimento. Narrado pelo personagem Padre Chico (Stephane Brodt), um missionário francês que desde a década de 60 se encontrava na reunião, o filme mostra todo o envolvimento de jovens inexperientes, mas dispostos a irem longe para ter um país livre com uma população que vive de forma simples e dentro de um limite de miséria bem expressivo. Com nomes fortes no elenco como Northon Nascimento (Osvaldão), Françoise Forton (Dora), Danton Mello (Carlos), Fernanda Maiorano (e sua excelente Tininha), Cacá Amaral (Carlos), entre atores locais, o diretor consegue extrair um ótimo resultado. As locações foram realizadas na cidade de Marituba, que fica a alguns poucos quilômetros da capital do Pará, a cidade de Belém, o que ajudou bastante na boa fotografia do filme. O que mais impressiona é saber que tão pouca coisa mudou na área, na época a briga por terra se intensificava com a abertura da Transamazônica, grileiros, mateiros e posseiros tomavam terras dos ribeirinhos (moradores da região) na força, para seu usufruto ou de fazendeiros, políticos e militares. Mais de 30 anos depois isso continua acontecendo, os conflitos por terra produzem mortes a cada ano no estado e o prometido desenvolvimento da região não aconteceu, grande parte da Rodovia Transamazônica ainda é um imenso caos. Outro bom lado do filme é perceber que toda a briga contra um regime autoritário ter sido tão intensa e parte das pessoas envolvidas nessa luta, depois de terem chegado ao poder, se envolveram com tanta lama, sujeita e corrupção, como é o caso de José Genoino, por exemplo, tendo em vista todos os escândalos do Governo Lula. O poder realmente corrompe. A ditadura brasileira usou e abusou do país e até hoje esconde seus mortos sem que a imprensa faça muito alarde para a busca de culpados e punições para os envolvidos, preferindo dar mais atenção as ditaduras vizinhas do que voltar os olhos para o próprio umbigo, retrato de um país onde o “coronelismo” ainda não foi extinto e se encontra disfarçado entre políticos, empresários e militares do país. Ronaldo Duque além de dirigir um bom filme, com uma direção precisa, ótimas atuações e uma parte técnica bem resolvida, coloca os cinco dedos em uma ferida que queremos tirar da nossa memória, elaborando assim um retrato de valor histórico primordial e uma pequena homenagem a todos aqueles que até hoje ainda estão desaparecidos, só por acreditarem que podiam viver de forma mais digna.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

1932 - Pullovers

Pullovers, originally uploaded by Kalnaab.

Muitas bandas sempre esbarraram em cantar em português, preferindo mostrar suas idéias e sonoridade com letras em inglês. O Pullovers, banda paulistana formada hoje por Lorenzetti (Teclados), Bernardi (Guitarra e Voz), Hirata (Bateria), Aiello (Guitarra e Voz) e Francese (Baixo) decidiram cruzar essa fronteira na maioria das vezes tão dificil com um resultado bem convincente. O Pullovers nasceu em 1999 em São Paulo, meio esquisitões, fazendo um rock calcado na sonoridade inglesa do britpop e no alternativo de bandas como Velvet Underground e Love. Depois de três discos lançados em inglês, a banda mudou sua estrutura, integrantes e lançou o EP "1932" este ano. Baixe aqui. Cantando em português a banda continua usando das mesmas influências para construir um universo sonoro onde o amor não tem vencimento, o amor não sugere, o amor apenas enobrece, mesmo quando “não tem vista para o mar...”. Todas as canções são de amor para o Pullovers, desde um parco relacionamento ou uma neutra admiração. A banda ainda disponibilizou no site da Trama a excelente “Futebol de Oculos”, uma espécie de hino para os nerds que não se acostumam ao futebol, paixão mor do país, ou que simplesmente são julgados do seu amor pelo esporte por o seu estilo. Simplesmente fantástica. O Pullovers demonstra uma grande alavancada, com canções com um apelo pop irresistível.

E que venha mais pela frente.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

"Eyes Open" - Snow Patrol

Já fazia um tempo que queria escrever aqui sobre o novo disco do Snow Patrol, o excelente “Eyes Open”, lançado este ano e que galgou os primeiros lugares da parada britânica. A questão a ser levantada é: “Eyes Open” é um grande disco de rock, em tudo aquilo que o estilo tem de mais importante como melodias, punch, distorção, arranjos ostensivos culminando em grandes canções. Um dos melhores do ano até agora. O Snow Patrol nunca foi uma banda de grande destaque, sendo mais lembrada pelo fato de que os integrantes (e amigos escoceses) do Belle and Sebastian faziam parte de seus álbuns. A história começou a mudar com “Final Straw” de 2004, que já atentava a uma vigoridade e solução britpop mais coesa para a banda, concepções essa que desafloram de maneira sublime no seu último lançamento. Gary Lightbody (Guitarras e vocais), Nathan Connoly (Guitarras e vocais), Paul Wilson (Baixo e vocais), Tom Simpson (Teclados) e Jonny Quin (Bateria) fizeram um álbum que cativa o ouvinte de imediato. O disco abre com “You´re Hall I Have”, poderosa, bateria marcando o ritmo, riffs de guitarra e um backing vocal sublime dão a tônica da canção, que vem seguida de “Hands Open” um rockão de bateria seca em primeiro plano, ditando o caminho das guitarras e do vocal de Lightbody. Perfeito. Só estas duas faixas já valeriam o disco. Mas ainda tem grandes baladas, com orquestrações, teclados e tudo mais que se tem direito como a bela “Chasing Cars”, em que a microfonia invade a sutileza em determinados momentos, “You Could Be Happy” e “Set The Fire To The Third Bar”, que lembra os grandes momentos do Delgados com o duelo vocal de tirar o folêgo entre Lightbody e Martha Wainright. Tem ainda o ótimo e cru rock de “Headlights on Dark Roads”, a melhor canção do U2 nos últimos tempos não feita por eles, que é “It´s Begining to Get to Me” e a oitentista "Shut Your Eyes”. O “senão” do disco fica por conta de não manter a unidade, algumas faixas se perdem um pouco na grandiosidade, o que não atrapalha o grande brilho do trabalho. Disquinho para se ouvir direto e repassar para todos os amigos que acham que Coldplay e Keane (assim como outras) são bandas acima da média. Baixe algumas músicas aqui: http://www.myspace.com/snowpatrol e confira. Vale muito a pena.

sábado, 12 de agosto de 2006

"Músicas que caem em pé e correm deitadas" - Bazar Pamplona

“Músicas que caem em pé e correm deitadas” é nome do último EP da banda paulista Bazar Pamplona que desde já coloco sem medo de errar entre os melhores de 2006 até agora. A banda foi criada sem muitas pretensões em 2004 em meio a uma republica de estudantes por Estevão (Guitarra e voz), Rafael Batata (Baixo) João Victor (Guitarra) e Rodrigo Caldas (Bateria e Percussão). O EP que está disponibilizado para download na Trama Virtual (http://www.tramavirtual.com.br/bazar_pamplona) é um aperitivo do primeiro disco que está sendo produzindo nos USA pelo Paco Garcia dos Los Pirata, mas que ainda não tem data para ficar pronto. Enquanto isso o jeito é se deliciar com as composições do EP e outras canções também disponibilizadas no site. O som da banda é basicamente uma junção de MPB e Rock, sendo o primeiro representando pelas influências da Tropicália, Tom Zé, Caetano Veloso e Mutantes e o segundo pelas mãos dos Beatles e o movimento alt-country americano. Essa junção se resolve muito bem e produz perolas pop como “Agora eu sou o Vilão”, a faixa de abertura. Outros bons destaques do disco são “O Rei não sabe Brincar” e “Só pra te ver um Pouco” que se sobressaem um pouco mais devido a mão cheia da melodia, no entanto todas as sete canções contidas no EP valem a pena. Sem se preocupar muito com a estética das letras, as canções ora são cínicas, ora meio cabeças ou até mesmo libelos apaixonados (mesmo que travestidos). Vale a pena.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

“Uma Longa Queda (A Long Way Down)” - Nick Hornby

Véspera de ano novo. Alegrias, festas, promessas, esperança renovada. Nem para todos. Para alguns se resume em depressão e tristeza. Para alguns inclusive é nessa data que chegam ao extremo de se matar, sendo uma data que muitos propensos suicidas escolhem para acabar com a vida de uma vez por todas, como se fosse para dar um recado ou algo do tipo. 

Esse é o universo do novo livro do cultuado escritor inglês Nick Hornby (de “Alta Fidelidade”, “Como ser Legal”, “Um Grande Garoto”, etc.), lançado neste ano por aqui pela Rocco. “Uma Longa Queda (A Long Way Down)” é um livro um pouco diferente do autor de clássicos da literatura pop nos últimos tempos. Desta vez o universo principal trabalhado é o da depressão, seja ela por quais motivos estejam presentes na vida de cada um. 

Uma história em que há uma volta por cima, mas sempre de maneira não tão feliz e muito mais casual e real. Um livro bem pra baixo em alguns instantes, mas com a veia pop e o humor cínico que consagraram o autor. 

No livro narrado em primeira pessoa, conhecemos Martin Sharp um apresentador de programas diurnos de TV que depois de transar com uma menina de 15 anos e acabar preso (entre outras coisas), vê tudo ao seu lado desmoronar. Maureen é uma senhora de 51 anos que passou os últimos 19 cuidando do seu filho que leva uma sub-vida, praticamente vegetando. Jess é uma típica adolescente dos dias de hoje, com suas idéias de revolta sem causa, antenada com as novas mídias, mas extremamente carente e com algum trauma familiar. 

Enquanto esses três estranhos se reúnem em cima do Topper´s House, tradicional edifício escolhido por suicidas em Londres e travam pequenas discussões, surge JJ um americano, com pose de rockstar, mas que na verdade perdeu sua banda, a mulher que amava e agora entrega pizzas. Por mais surreal que possa parecer um entregador de pizzas nessa hora, é saboreando elas que de alguma forma os quatro fazem um pacto. 

Em determinadas passagens o livro é meio triste, principalmente quando mostra o lado do que a vida pode se tornar sendo monótona e chata ou quando demonstra a importância que coisas pequenas ganham no decorrer do dia, colaborando para toda essa tristeza e raiva de viver. Lógico que isso é pontuado e amenizado com os grandes diálogos e com doses enormes de sarcasmo entre os personagens. 

“Uma Longa Queda (A Long Way Down)” não é o melhor livro de Nick Hornby, mas com certeza vale o investimento e a leitura, sendo um passo a frente no universo de temas abordados e mostrando uma nova forma de trabalhar dentro da sua literatura. No mais, é bom ler para pensar um pouco sobre a vida que se está levando, nossas decisões e o caminho que estamos tomando. Além de dar boas risadas.