Depois do sucesso estrondoso de “Scott
Pilgrim Contra o Mundo” com a união de diversos estilos e linguagens nos
volumes que viraram filme em 2010, a expectativa sobre o que Bryan Lee O’Malley
aprontaria depois era grande. “Repeteco”
(Seconds, no original) foi publicada nos
EUA em 2014 e no final de 2016 chegou ao Brasil pelo selo Quadrinhos na Cia. da
Companhia das Letras com 336 páginas e tradução de Érico Assis. A protagonista
é Katie, chef de cozinha que depois de ir bem com o primeiro restaurante parte
para outro, mas cheia de dúvidas e receios. Quando as coisas começam a sair do
eixo tanto no trabalho quanto na vida pessoal, o desespero invade e de súbito
ele é suplantado por uma estranha visita. A partir daí, O’Malley elabora uma
história bem ao seu estilo, com humor visual e no texto, a fim de esconder os
anseios (retrato de uma geração) de alguém que cresceu e não lida muito bem com
isso. No final, apesar de agradar, fica faltando alguma coisa, aquele algo mais
que o trabalho anterior tinha de sobra.
Nota: 6,0
Site do autor: http://radiomaru.tumblr.com
“Thanos: Relatividade Infinita” é o segundo tomo da mais recente trilogia
cósmica comandada pelo mestre Jim Starlin para a Marvel dentro da linha OGN
(Original Graphic Novels) onde a cronologia normal é um pouco desprezada em
prol de histórias fechadas e com certa liberdade criativa. Sucedendo o início
publicado em “Thanos: Revelação Infinita” novamente coube a Starlin o roteiro e
os desenhos deixando a arte-final para Andy Smith e as cores com Frank D’Armata.
Com lançamento pela Panini, capa dura e 116 páginas retoma a trama do ponto
onde parou anteriormente e mostra Thanos na caça de entender a força estanha
que sente pelo universo apresentando como contraponto um Aniquilador reformado
e muito mais poderoso do que nunca tentando controlar essa força misteriosa.
Novamente o cardápio estelar da editora se faz completamente presente com os
Guardiões da Galáxia, por exemplo, além do adendo do sempre ácido Pip, o Troll
e de um ainda confuso e poderoso Adam Warlock. Com a ótima arte de costume respaldada
nas cenas de ação, melhora um pouco em relação ao livro anterior apesar do mais
do mesmo.
Nota: 6,5
Sobre o primeiro capítulo da
trilogia no blog, aqui.
“Asa Noturna – Volume 1”, contraria a famosa assertiva do Barão de
Itararé que diz: de onde menos se espera
é que não sai nada mesmo. O encadernado da Panini de 164 páginas reúne as
edições originais de “Nigthwiming” de 1 a 4 e de 7 a 8 publicadas nos EUA
dentro da fase do renascimento e é uma grata surpresa. DicK Grayson que foi o primeiro
Robin, envergou por um tempo os trajes do Batman e ultimamente andava dando uma
de superespião, volta para os trajes do Asa Noturna com grande independência do
mentor decidindo os próprios rumos que lhe levam para campos internacionais
atrás da Corte das Corujas. Com roteiro de Tim Seeley (Batman Eterno), arte de
Javier Fernández e cores do hábil Chris Sotomayor temos uma aventura clássica,
com momentos de detetive, inclusão de um personagem em contraste com os ideais
do protagonista - mas que esconde mais do que mostra - e um romance tentando se
estabelecer ao fundo. Uma hq que apesar do deslize melodramático do final,
ostenta algumas das melhores coisas que pode-se ver em uma revista de super-herói.
Nota: 7,0