quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Brasil Afora" - Os Paramas do Sucesso - 2009

Herbert Viana, Bi Ribeiro e João Barone são um patrimônio do pop rock brazuca. Na frente dos Paralamas do Sucesso lançaram discos clássicos, cravaram canções na mente de milhares e proporcionaram momentos únicos com seus shows durante os muitos anos de estrada. Enquanto a esmagadora maioria da geração 80 vem repetindo o passado ou produzindo material sem grande qualidade, o trio solta em 2009 mais um bonito disco na sua carreira.
Quando do lançamento do disco ao vivo com os Titãs no ano passado, aliado a alguns recentes registros ao vivo e o apenas mediano último álbum de estúdio, “Hoje” de 2005, parecia que o grupo também entraria na mesma roda dos seus compatriotas de década. Para o bem dos fãs, não foi isso o que aconteceu. Em “Brasil Afora”, Herbert, Bi e Barone, encontram novamente sua veia mais feliz e trazem sorrisos novamente.
“Brasil Afora” é o resumo de vários discos da carreira da banda, como não podia ser diferente, se levado em consideração tudo que já foi produzido anteriormente. Temos uma colcha de retalhos feita com “O Passo do Lui” de 1984, “Bora Bora” de 1988, “Nove Luas” de 1996 e “Hey Na Na” de 1998, sempre com a habitual qualidade instrumental, tanto do trio, quanto dos seus tradicionais comparsas como o tecladista João Fera.
O bom e velho Paralamas se faz presente em todas as onze faixas desse “Brasil Afora”, desde a abertura com o ska leve e tranqüilo com os metais comandando de “Meu Sonho” até o fechamento com o rock curto de “Tão Bela”, passando por reggaes, pop, rock e baladas como a bonita “El Amor”, versão para uma música de Fito Paez. Antigos colaboradores como Carlinhos Brown, Liminha e Arnaldo Antunes também aparecem.
A cereja em cima do bolo fica por conta do saboroso rock de “Aposte Em Mim”, com a marca registrada da banda e a brasileiríssima “Mormaço” em parceria com Zé Ramalho, remetendo ao excelente “Severino” de 1994, além da leve e descompromissada “A Lhe Esperar”. É sempre bom e prazeroso ver uma grande banda lançar um bom trabalho, se mantendo na ativa com qualidade e com a produção de material novo. Longa vida aos Paralamas.
Site oficial: http://osparalamas.uol.com.br

terça-feira, 28 de abril de 2009

“Mannen Som Elsket Yngve” - 2008

O ano é 1989, o muro de Berlim começa a cair e muda para sempre a política mundial. Na cidade de Stavanger na Noruega, o jovem Jarle Kleep de 17 anos vive um pouco alheio a tudo isso, por mais que os efeitos comecem a aparecer na sua vida. Para Jarle, a felicidade está ditando as regras, visto que tem uma banda de punk rock chamada Mathias Rust Band, um grande amigo para todas as horas e uma bela namorada.
O filme norueguês “Mannen Som Elsket Yngve”, (sem edição nacional ainda) na tradução algo como o “O Homem que Amava Ingve”, foi uma das maiores bilheterias do seu país de origem no ano passado e versa sobre a juventude e suas dúvidas na vida e no amor, além do primeiro encontro com as próprias ilusões e desilusões. O longa do diretor Stian Kristiansen é baseado no livro “Eu Amava a Rodos” de Tore Renberg.
Jarle Kleep (Rolf Cristian Larsen), vem tocando sua vida de maneira plenamente satisfatória, até que em determinado momento o jovem Yngve (Ole Christoffer Ertvag) entra para a sua escola, levantando alguns questionamentos em Jarle, que logo vê sua relação com o melhor amigo Helge Ombo (Arthur Berning) abalada, assim como com sua namorada Cathrine Halsnes (Ida Elise Broch).
“Mannen Som Elsket Yngve” traz uma direção bastante leve e que toca nos assuntos de maneira superficial. Ao trazer a vida do seu personagem principal e suas dúvidas e primeiras pancadas, o roteiro acerta trazendo um tom bem humorado e corriqueiro para as situações, apesar de se perder lá pelo meio do filme, onde a relação de Jarle com as pessoas ao seu lado, principalmente seus pais, poderia ser melhor explorada.
A trilha sonora é um dos pontos fortes do trabalho, trazendo nomes como Stone Roses, The Cure, R.E.M, The Jesus And Mary Chain, Buzzcoks e “Love Will Tear Us Apart” do Joy Division, muito bem adicionada a história. “Mannen Som Elsket Yngve”, apesar de ser um pouco falho em algumas passagens e trazer clichês, principalmente na presença de cultura pop em vários diálogos, serve bem e acaba despretensiosamente agradando, principalmente aos ouvidos.

domingo, 26 de abril de 2009

"Enter The Vaselines" - The Vaselines - 2009

Quando na esteira de “Nevermind”, o Nirvana lançou uma coletânea de lados b e covers chamada “Incesticide” em dezembro de 1992, duas canções chamavam a atenção: “Molly´s Lips” e “Son Of A Gun”. As músicas eram covers da banda escocesa The Vaselines, que Kurt Cobain admirava bastante, chegando a afirmar algumas vezes que Eugene Kelly, o líder do grupo, era um de seus compositores favoritos.
O Nirvana serviu para mostrar para um número bem maior de pessoas, uma banda que poucos conheciam. Em 2009, passados mais de 16 anos do lançamento de “Incetiscide”, o Vaselines ganha uma ótima coletânea editada pela Sub Pop e que já nasce com o status de essencial. Em 1992, já tinha saído outra coletânea, chamada “The Way Of Vaselines”, mas que não se compara a esse disquinho duplo “Enter The Vaselines” de 2009.
A banda oriunda de Glascow na Escócia, foi formada em 1986 por Eugene Kelly e Frances McKee, que sempre se mantiveram como o núcleo criativo nos poucos mais de 4 anos que a formação original perdurou. Lançaram dois eps, “Son Of A Gun” de 1987 e “Dying For It” de 1988, mais o álbum “Dum Dum” de 1990, gravações que fazem parte na integra dessa nova coletânea, ao lado de um outro disco contendo demos e versões ao vivo.
As guitarras, o noise, o vocal compartilhado de Kelly e Mckee envoltos a melodias doces e delicadas são o grande mérito da banda. Além das já citadas e conhecidas “Son Of A Gun” e “Molly´s Lips”, “Jesus Wants Me For A Sunbeam” também foi gravada pelo Nirvana, deste vez no excelente “MTV Unplugged in New York”. Mas “Enter The Vaselines”passa longe, bem longe de ser somente isso.
Temos os violões de “Rory Rides Me Raw”, o college rock meio punk de “Teenage Superstars”, a guitarra e o flerte com o tecnopop de “You Think You're A Man”, a melodia envolta a sujeira de “Slushy”, o híbrido country-punk-shoegaze de “Oliver Twisted”, o rock garageiro de “Dum-Dum”, o noise experimental de “Lovecraft” e as distorções de “Dying For It (The Blues)”.
Eugene Kelly tocou outros projetos como o “Captain America” e o “Eugenius”, além de tocar com Lemonheads e Mogwai e trabalhar solo, mas foi no Vaselines que deixou seu nome escrito na história do rock. Ano passado, Kelly e McKee voltaram (passando no Brasil inclusive),com integrantes do Belle And Sebastian tocando com eles, mais uma reverência para uma banda meio obscura e desconhecida, mais repleta de qualidades. “Enter The Vaselines” é discoteca básica.
My Space: http://www.myspace.com/thevaselinesband

sexta-feira, 24 de abril de 2009

"Koctus" - Ricardo Koctus - 2009

O centro criativo do Pato Fu sempre residiu no casal John Ulhoa e Fernanda Takai, o que poucos sabiam é que no comando do baixo da banda também residia um bom compositor. Ricardo Koctus já tinha colocado uma ou outra canção nos discos da sua banda, uma das maiores representantes do pop rock nacional dos últimos 15 anos, mas é na sua estréia solo que ele mostra todo seu potencial.
“Koctus” ganha o mundo esse ano, com produção de Gerson Barral e Carlos Eduardo Miranda e um bonito projeto visual. O músico já vinha soltando a voz desde 2007 no projeto Let´s Presley, que engloba só canções do Rei do Rock, para ir se acostumando com a nova postura. Apesar de seu desempenho vocal não ser a oitava maravilha do mundo, acaba por funcionar bem, não ensejando demérito em nenhum momento.
As canções de “Koctus” são algumas sobras de discos do Pato Fu, mas a grande maioria vem de produção mais ou menos recente. Começa com “Recado” um pop leve, que depois descamba para a jovem guarda. Em seguida “Você não Quer” traz guitarras do britpop em versos bem sacados como “eu peço para não rir de mim/você chora de gargalhar” e ainda brinca com “Anyone Can Player Guitar” do Radiohead no final.
“Metade” é sobra de “Isopor” de 1999 e podia muito bem estar nele, casaria perfeitamente. “Metade” ainda fornece um belo solo de guitarra no seu andamento. “Clara” é simplesmente bela. Uma das músicas do ano. Um piano conduz o vocal com letra cotidiana: “levantar mais cedo/um belo dia/ tomar café/eu e ela”(...)“ir com ela/ver nosso time jogar/ficar rouco de gritar/ônibus lotado/Chico Buarque cantar”.
“Querida, Por Favor” traz uma melodia bonita com direito até a uns “tchu, tchu, tchu...” pelo caminho. “Amores Perdidos” mistura Roberto Carlos com Pato Fu. “Seja o Que For” é uma baladaça e emociona com os versos: “desde então venho esperando que algo aconteça/a cura para o mal desapareça/ aliviar a dor/seja o que for”. “Casa Vazia” chega ao piano e vai crescendo, bem rock inglês, resultando talvez no ponto mais baixo do trabalho.
“Quero” é dona de uma das melhores letras do disco, uma canção sobre desejo, sobre jogar tudo para cima, sobre buscar outra vida, uma nova vida. “Se Sorri Ou Se Chorei” é mais uma sobra do Pato Fu, desta vez do álbum “Ruído Rosa” de 2001, bem ao estilo de Roberto Carlos, ainda mais quando o trecho: “você não sabe/se sorri ou se chorei/e que ainda pode voltar” começa a ser cantado.
“Por Você e Ninguém Mais” é um blues leve e tranqüilo, lembrando mais uma vez o Robertão dos anos 70. “Um Dia Mais Belo” envereda um pouco para o lado da mpb e de maneira bastante calma e singela, fecha o disco. “Koctus” é bem trabalhado e produzido, com as canções em primeiro plano e revela um talentoso compositor, que ao sair do comando do baixo e assumir os violões e vocais, se torna responsável por um belo registro.
My Space: http://www.myspace.com/ricardokoctus

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"Noel - Poeta da Vila" - 2006

Lá pelo meio dos anos 90, a Editora Globo em parceira com algumas gravadoras lançou uma série muito interessante, intitulada “MPB Compositores”. A série trazia um cd com músicas do artista em questão e um fascículo com um resumo da obra e vida do homenageado. O projeto de resgatar e/ou apresentar antigos nomes para o novo público era de se vangloriar. Tinha nomes como Assis Valente, Adoniran Barbosa, Zé Keti e Noel Rosa.
Foi a primeira vez que me deparei com a obra do compositor carioca dos anos 20/30 e ao acabar de ler a sua vida, era impossível passar despercebido por ela. Noel nasceu em 1910, branco e com um problema no queixo. Entrou para a faculdade de medicina, todavia o que gostava mesmo era de escrever versos e estar na companhia de negros, músicos, prostitutas e marginalizados em geral. Era ali que realmente se sentia bem.
Ricardo Van Steen, um renomado publicitário paulista, leva para a grande tela a vida do compositor em “Noel - Poeta da Vila” e consegue um ótimo resultado. Van Steen se baseou no livro “Noel Rosa: Uma Biografia” de João Máximo e Carlos Didier, para compor seu primeiro longa e narra com simplicidade a vida do sambista. O ator Rafael Raposo é talvez o maior destaque ao fazer o papel do personagem principal.
No filme, momentos importantes da vida do sambista de Vila Isabel são apresentados, como a amizade com Ismael Silva (Flávio Bauraqui), o casamento com Lindaura (Lidiane Borges), sua paixão pela dançarina de cabaré Ceci (uma surpreendente Camila Pitanga), o duelo com Wilson Baptista, o envolvimento com outros artistas da época, a briga contra a tuberculose, além do nascimento de músicas imortais como “Com que Roupa?”, “Pra Que Mentir?” e “Palpite Infeliz”.
Noel teve uma vida extremada, dos 19 aos 26 anos, quando faleceu devido a tuberculose, produziu uma obra vasta, com mais de 200 composições, sempre com alta qualidade. Ao não abdicar da boemia carioca, assinou o seu atestado de morte, mas viveu imensamente naquilo que realmente gostava. Sua vida já foi revisitada em outras obras, como no documentário de Rogério Sganzerla, “Isto é Noel Rosa” de 1991, mas é no longa de Van Steen que ganha sua versão definitiva.
P.S: Para conhecer o trabalho do compositor, uma ótima pedida é o “Songbook Noel Rosa 1, 2 e 3”, feito pelo Almir Chediak
Site do filme: http://noelpoetadavila.uol.com.br

segunda-feira, 20 de abril de 2009

"Mais Uma Vez" - Tony Parsons

O que fazer quando a sua vida vira de pernas para o ar? Continuar lutando para que tudo melhore ou se entregar e seguir o resto dela meio no piloto automático. Nem uma coisa, nem outra é o que sugere o escritor Tony Parsons em “Mais Uma Vez”, lançado originalmente na terra da rainha em 2001 e aqui no Brasil em 2008 pela Editora Record. O livro traz algo em torno de 450 páginas do universo já costumeiro do escritor inglês.
Para quem já conhece o autor, “Mais Uma Vez” é uma repetição de temas e características de personagens anteriores, para quem ainda não conhece o livro é um ótimo prato de literatura pop, bem escrita, divertida e com alguns pontos de reflexão. Parsons é responsável por um livro excelente, “Pai e Filho” e outro bem interessante, “Disparos do Front da Cultura Pop”, uma reunião de textos seus publicados em algumas revistas.
Acontece que a beleza de “Pai e Filho” e de seu personagem principal, vem constantemente aparecendo em outros livros seus, como “Marido e Mulher” e “Um Jeito de Família”, sendo que em “Mais Uma Vez” não é diferente. O modo narrativo traz muitas semelhanças e os personagens, principalmente os masculinos, carregam toda a incapacidade de se mexer perante uma vida que busca o caminho da redenção, sendo este sempre um ponto forte, pois nada acontece de maneira gratuita.
No livro, somos apresentados a Alfie Budd, um inglês que ao retornar de Hong Kong, onde viveu uma fase que levará consigo para sempre, chega em Londres para superar uma grande tragédia pessoal. Ao voltar percebe que o mundo virou de pernas para o ar, já que além de não conseguir superar o trauma que o trouxe de volta, precisa lidar com a ruptura da sua família e a incapacidade de ter relacionamentos sérios, já que acredita fielmente que não há segunda chance para o amor.
No desenvolver da trama, Alfie conhece algumas pessoas que irão fazer suas atuais concepções mudarem de forma, ainda que de maneira não tão fácil. Em “Mais Uma Vez”, Tony Parsons novamente forja um livro bastante agradável, recheado de inserções de cultura pop e com o poder de ser lido por horas consecutivas. Apesar do mais do mesmo e da repetição de algumas fórmulas, como dissemos acima, é sempre bom ter nas mãos um livro de Parsons.

sábado, 18 de abril de 2009

"Fork In The Road" - Neil Young - 2009

O canadense Neil Percival Young é uma lenda viva do rock mundial. Este senhor de 63 anos produziu discos fantásticos e influenciou centenas de artistas no decorrer dos anos. Neil Young que imortalizou os versos “é melhor queimar do que se apagar aos poucos” na canção “Hey Hey, My My (Into The Black)”, continua sua carreira sem correr o risco de se apagar em nenhum momento.
“Fork In The Road” lançado este mês é o mais recente trabalho do músico, onde mais uma vez somos presenteados com a sua habitual maestria. Evidente que “Fork In The Road” não traz nada que o músico já não tenha feito anteriormente, nele percebemos amostras de discos como “After The Gold Rush” de 1970, “On The Beach” de 1974, “Life” de 1987 ou mesmo “Mirror Ball” de 1995, gravado junto com o Pearl Jam.
Neil Young continua politicamente ativo e fecha neste álbum, uma espécie de trilogia recente, junto com “Greendale” de 2003 e “Living With War” de 2004, os dois de cunho bastante político, apesar do foco ser outro. Dessa vez, temos um trabalho baseado na crise econômica atual dos USA, principalmente da indústria automobilística, como também de foco ambientalista, já que versa sobre a transformação do velho Lincoln Continental 1959 do artista em um carro movido a eletricidade.
“Fork In The Road” traz as mesmas guitarras altas e sujas de sempre, azeitadas na mistura de hard rock, blues e country costumeira, além é claro de algumas baladas. São apenas 10 canções entre petardos como “When Worlds Collide”, “Cough Up The Bucks” e “Hit The Road” e intervenções acústicas como “Light A Candle”, resultando em um trabalho forte, que serve mais uma vez de lição para quem quer iniciar nesse tal de rock n ‘ roll.
Os melhores momentos ficam por conta de “Singing A Song” que traz os versos: “é sobre meu sonho e minha máquina, é sobre meu mundo” e “Johnny Magic”, homenagem ao mecânico Jonathan Goodwin que está a frente do projeto de transformação do Lincoln. Para usar outra citação da canção “Hey Hey, My My”: “o rock n’ roll nunca morrerá”, temos a certeza de que no que depender deste canadense brilhante, essa profecia será realizada para sempre. Amém.
Site Oficial: http://www.neilyoung.com My Space: http://www.myspace.com/neilyoung

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Vou Voltar Andando" - Comadre Fulozinha - 2009

O Comadre Fulozinha foi formado em 1997 dentro da forte cena de Recife, que exalava novidade para o resto do país com sua repaginagem de regionalismo com uma textura mais pop e moderna. O grupo lançou o primeiro disco em 1999, quando ainda respondia por Comadre Florzinha e o segundo “Tocar Na Banda” em 2003. Os dois trabalhos receberam diversos elogios da crítica e cativaram um pequeno público.
Da formação original que sofreu diversas alterações no decorrer dos anos, só ficou a percussionista e vocalista Karina Buhr, que em 2009 comanda seu grupo em mais um trabalho, o bonito “Vou Voltar Andando”. O disco traz dez canções espalhadas por 40 minutos, que mantêm viva a sonoridade forte, baseada principalmente em percussões e vocais, mas que desta vez aparecem mais suaves e mais liricos.
A atual formação conta além de Karina com Mairah Rocha (vocal e percussão), Flávia Maia (vocal e percussão), Letícia Coura (vocal, percussão, cavaquinho e violão) e Marcelo Monteiro (saxofone e flauta), além de Dani Zulu (vocal e percussão) que faz participação especial no disco. A mistura de baião, côco, cirandas e maracatus se faz presente, mas é completamente mais suave que os registros anteriores, talvez por culpa do trabalho solo de Karina Buhr.
O resultado disso é que em meio a congas, pandeiros, caixas, ganzás, sax, trombone, tuba, violão e muitos intrumentos mais, temos melodias bem resolvidas em todas as canções, estas sem exceção, composições de Karina Buhr. Já na abertura, somos apresentados a belíssima “Presta Atenção”, que teima em retornar e tocar novamente. Outros destaques um pouco maiores são “Passarinho”, “2 de Janeiro”, “Rosa Alvarinha” (outro belo momento) e “Palo Santo”.
Em optar por fazer um trabalho um pouco mais voltado para a mpb, soando mais pop e flertando com outros estilos, experimentando entre eles durante este “Vou Voltar Andando”, o Comadre Fulozinha constrói seu melhor disco na carreira e consegue emocionar em várias passagens. Um trabalho simples e singelo, delicado e forte. Um trabalho para ser escutado e apreciado sem se preocupar com a moderação.
My Space: http://www.myspace.com/comadrefulozinha

terça-feira, 14 de abril de 2009

"Swoon" - Silversun Pickups

Quando “Carnavas”, o primeiro disco do Silversun Pickups bateu nos meus ouvidos no começo de 2007, foi difícil deixar de escutar. “Carnavas” foi lançado em 2006 e somente no ano seguinte chegou ao player aqui da casa. Um discaço. Coeso, sujo, pesado e harmonioso ao mesmo tempo. O grupo enfileirava Smashing Pumpkis, Sonic Youth, Dinosaur Jr. e My Blood Valentine no meio de camadas de guitarras e sintetizadores.
Era grande a expectativa gerada para o segundo trabalho de Brian Aubert (guitarras), Nikki Monninger (baixo), Joe Lester (teclados e sintetizadores) e Christopher Guanlao (bateria). Tal expectativa teve seu fim esse mês, quando “Swoon” apareceu em lojas e sites de internet espalhados mundo afora. O novo rebento é o tipo do disco que cresce a cada audição e mesmo sem superar o seu antecessor é um ótimo registro.
Com “Swoon” o Silversun Pickups senta na primeira fila desta nova geração que vem redescobrindo os anos 90, assim como emulando o shoegazer. Desde o começo com “There's No Secrets This Year” onde guitarras sobrevoam a canção, para depois ganharem uma performance digna de uma banda de heavy metal, até o final com “Surrounded”, um rock vigoroso, melodioso e competente toma conta do player.
Entre outros destaques, podemos citar o vocal de Brian Aubert em “The Royal We” e o clima tenso de “Growing Old Is Getting Old”, onde baixo e bateria ficam cozinhando a canção, com uma guitarra tipica do U2 lá no fundo, pedindo a toda hora para explodir, coisa que só acontece na segunda metade dos seus quase seis minutos, além de “Panic Switch”, o primeiro single com a fórmula já característica do grupo.
No entanto, o melhor momento de “Swoon” fica para a oitava faixa, “Substitution”. As guitarras puxam o ritmo enquanto Aubert canta entre o suave e o mais sujo, acompanhando uma bonita melodia, com direito a refrão pegajoso. Uma das músicas de 2009 até agora. Mesmo sem conseguir repetir o feito de excelência concebido em “Carnavas”, o Silversun Pickups consegue em “Swoon” conceber mais um ótimo disco na sua curta estrada.
My Space:
http://www.myspace.com/silversunpickups
Sobre o “Carnavas”, passe
aqui.

domingo, 12 de abril de 2009

"Dúvida" - 2009

Os anos 60 de maneira geral foram um grande embate entre os costumes antiquados e as novas maneiras e formas de pensar. Esse embate foi travado tanto na vida cotidiana das pessoas, como no trabalho, na música, na política e na religião, entre outros. É dentro desse contexto que o filme “Dúvida” do diretor John Patrick Shanley é inserido, mais precisamente no ano de 1964, na escola St. Nicholas no Bronx em Nova York.
O cenário dentro dos USA em 1964 não era dos melhores, o presidente John F. Kennedy havia sido assassinado há um ano e o governo sucessor de Lyndon B. Jhonson ainda procurava equilibrar o lado social com o militarismo que tanto mal fez ao país nos anos posteriores. Várias questões pairavam no ar, o sonho americano desmoronava mais a cada dia e os valores encontravam-se em divergência a todo momento.
Na escola de St. Nicholas não era diferente, a diretora Aloysius Beauvier (Meryl Streep) comanda com mão de ferro seus alunos (lembrando bastante a diretora do colégio de freiras que estudei na minha infãncia), enquanto o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), tenta aos poucos mudar essas rotinas e transformar o ambiente em algo mais agradável. No meio disso, está a jovem e ingênua irmã James (Amy Adams).
A guerra entre a irmã Aloysius e o padre Flynn segue silenciosa, até que a irmã James inicia um novo processo. Ao ver o padre dando muita atenção para o jovem garoto Donald Miller, primeiro negro a estudar no recinto, irmã James entende que o garoto esteja sendo aliciado e leva por medo essa dúvida para a diretora, que começa uma verdadeira caça contra o padre, baseada somente na sua certeza e em nenhum outro fato ou prova.
Baseado na peça original do próprio diretor, “Dúvida” traz um roteiro de trama única e até certo ponto bastante comum, sendo que o brilho do filme reside principalmente nos seus atores. Philip Seymour Hoffman e Meryl Streep dão um show de interpretação com direito a um duelo impressionante mais ao final do filme. Amy Adams convence como a jovem freira e Viola Davis no papel da mãe de Donald Miller, rouba a cena nos poucos minutos em que aparece.
Grande filme. Não deixe de assistir.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Devotion Implosion" - Gliss - 2009

Guitarras barulhentas com muita distorção formam um caos sonoro, onde fica difícil distinguir de maneira clara cada instrumento, comandadas por um vocal contido, quase tímido, que cria um contraste entre as melodias delicadas e as distorções e efeitos que saem das caixas sonoras. É mais ou menos isso que a Wikipédia estabelece que seja o Shoegazing, aquele estilo de rock criado no sul da Inglaterra no final dos anos 80.
É seguindo essa cartilha quase ao pé da letra, que o Gliss, banda oriunda de Los Angeles, nos USA coloca o seu segundo disco no mercado. Formada por Martin Klingman, Victoria Cecilia e David Reiss, o Gliss que ao lançar o primeiro disco “Love The Virgins” no final de 2006, recebeu elogios de Billy Corgan do Smashing Pumpkis, chega a “Devotion Implosion”, explorando todas as suas influências e construindo um ótimo disco.
A banda bebe diretamente na fonte de nomes como My Blood Valentine, Ride e The Jesus And Mary Chain além do próprio grupo de Billy Corgan dos dois primeiros discos, “Gish” e “Siamese Dream”. Já na primeira faixa “Morning Light”, aquele climão de música dos irmãos Reid toma conta do pedaço, levando o ouvinte a uma viagem no tempo, uma viagem com destino para uns 20 anos atrás.
O climão inglês predomina na grande parte deste “Devotion Implosion”, com canções para serem escutadas a noite ou com uma chuva caindo tranquilamente janela afora. São apenas 10 faixas, o que acaba ajudando ainda mais ao trabalho, pois não deixa a banda se repetir muito. Destaque maior para as músicas “29 Acts Of Love”, “Lovers In The Bathroom”, “Sad Eyes” e “Love Songs”.
Ao emular o passado e uma sonoridade não tão copiada assim pelas bandas atuais, exceção feita ao belo disco do The Pains Of Being Pure At Heart deste ano, o Gliss consegue se sobressair no meio da enxurrada de lançamentos do dia a dia. “Devotion Implosion” não traz nada de novo e por isso consegue um ótimo resultado, ainda mais para quem não tem nada contra dias chuvosos, microfonias diversas e amores perdidos.
My space: http://www.myspace.com/gliss

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"The Spirit - O Filme" - 2009

Will Eisner foi um gênio dos quadrinhos, obras suas como “Avenida Dropsie”, “Um Contrato Com Deus” ou “A Força da Vida” são pequenas jóias da nona arte. O seu personagem mais famoso é o Spirit, criado nos anos 40, inicialmente publicado em jornais e que ganhou milhares de fãs no decorrer dos anos. No meio de tantas adaptações de quadrinhos para o cinema, também chegou a vez do super herói ressuscitado ganhar a grande tela.
“The Spirit - O Filme” ficou sobre o comando de nada mais, nada menos que Frank Miller (“Sin City”, “Batman - O Cavaleiro das Trevas”), outro gênio do setor. A indicação de Miller trouxe positivamente uma grande qualidade visual ao filme, no entanto peca por transformar muitos elementos da história em quadrinhos original em uma obra mais sua, inclusive alterando algumas características de personagens importantes.
O Spirit na verdade é o policial Denny Colt (Gabriel Macht) que depois de morrer, se vê ressuscitado e com algumas alterações no corpo. Denny decide então se mascarar e assumir a identidade de Spirit para combater o crime na sua cidade, a cidade que tanto ama. Na trama, ele precisa acabar com os planos do vilão Octopus (Samuel L. Jackson), que em busca da imortalidade, pretende arrasar com tudo que estiver pela frente.
Enquanto busca entender mais do seu renascimento e acabar com Octopus, Spirit tem o caminho atravessado pelas mais belas mulheres como Ellen Dolan (Sarah Paulson), sua médica, Plaster de Paris (Paz Vega), uma assassina, Lorelei (Jaime King), o anjo da morte, Morgenstern (Stana Katic), uma jovem investigadora da polícia e as deslumbrantes Silken Floss (Scarlett Joahansson), assistente de Octopus e Sand Saref (Eva Mendes), uma ladra de jóias e antiga paixão do herói.
“The Spirit - O Filme” não desonra o original em momento algum, mas ao desalinhar a história em alguns pontos, assim como pelo fato do Frank Miller optar por trazer tons do seu “Sin City” para o filme, acaba por ser bem mais interessante do ponto de vista visual, do que do roteiro e do carisma do personagem. Ainda bem que a paixão de Eisner pelas cidades e o humor das histórias foram respeitados, o que traz uma boa ajuda ao longa.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"Gomorra" - 2008

“Gomorra”, filme italiano que retrata a máfia situada na região de Nápoles é uma produção que quanto mais crua se torna, mais consegue atingir o espectador. Baseado no livro de mesmo nome do escritor Roberto Saviano, o diretor Matteo Garrone retrata sem glamour algum o submundo de uma das maiores organizações criminosas do mundo, a Camorra, que estende seus braços por diversas atividades espalhadas mundo afora.
Matteo Garrone escolhe por contar tramas paralelas, sem cair no vicio tão usado atualmente, de sair interligando estas mais no final do filme. Ao deixar essas tramas correrem separadas, ainda que ambientadas no mesmo local e sobre as mesmas regras, consegue construir um mosaico abrangente, que acaba por dar ao telespectador uma visão completa do cenário e dos personagens envolvidos.
A máfia retratada em “Gomorra” em nada remete aos filmes americanos que tanto vangloriaram o estilo, criando obras essenciais como “O Poderoso Chefão”. A máfia aqui demonstrada não esbanja charme ou romantismo, apenas vive da forma brutal que foi criada. Talvez o único ponto negativo seja o fato de em nenhum momento se tomar algum partido, não que isso funcionasse declaradamente, mas com suposições, talvez ficasse melhor.
Nas tramas paralelas somos apresentados a um jovem garoto que cai nos braços do crime, um costureiro que falsifica roupas e se vende aos chineses, um empregado antigo dos chefes que se vê no meio de uma guerra, sem saber o que fazer para continuar vivo, um “empresário” que dá fim ao lixo de grandes empresas e uma dupla de jovens que sonham em serem mafiosos como os do filme “Scarface” de Brian de Palma.
“Gomorra” rendeu muitas comparações ao brasileiro “Cidade de Deus”, comparações completamente justificáveis na maioria das vezes. Por mais que a produção italiana não carregue a visceralidade e a maestria do longa de Fernando Meirelles, ficando alguns degraus abaixo disso, é um trabalho que tem muito mais méritos que falhas, resultando em um filme que merece ser visto.

sábado, 4 de abril de 2009

"Technicolor Health" - Harlem Shakes - 2009

Um barulhinho parecido com um videogame antigo é interrompido abruptamente por uma bateria. Os segundos vão passando e de maneira gradativa somos apresentados a uma canção, que começa com um “yeah, yeah, yeah, yeah”, para depois seguir em frente. O ritmo segue quebrado, com uns metais dando o ar da graça e o verso “nothing but change” tomando conta. O vocal começa a ser compartilhado, a canção vai ganhando ritmo e pronto, o ouvinte foi fisgado para o resto do disco.
A canção descrita acima se chama “Nothing But Change Part II” é a abertura do primeiro disco dos norte americanos do Harlem Shakes, “Technicolor Health”, lançado oficialmente no mês passado. A banda já tinha um ep no currículo, “Burning Birthdays” de 2007, que causou até um certo burburinho na época. Dois anos depois, a turma do Brooklyn está de volta, um pouco diferente e mais cativante ainda.
O Harlem Shakes é Lexy Benaim no vocal, Todd Goldstein na guitarra, Jose Soegaard no baixo, Kendrick Strautch nos teclados e Brent Katz na bateria. O som tem toques de várias bandas do indie rock, tais como Strokes e Clap Your Hands Say Yeah, mas viaja bem em outras influências, como o rock alternativo americano e um pouco dos anos sessenta, além de investirem em poucas guitarras e mais em pequenos efeitos.
Depois da abertura com “Nothing But Change Part II”, vem o primeiro single, “Strictly Game”, que parece um samba mal feito, com barulhos eletrônicos e backing vocais no refrão cantando “...this wiil be a better year...”. “TFO” traz um vocal quebrado e meio falado em meio a uma melodia que remete aos anos 60. O disco segue em frente com “Niagara Falls” e o seu teclado bastante canalha.
“Sunlight” que vêm na sequência é brilhante, com seus violões e ritmo dispersos em menos de 3 minutos, entra no rol daquelas canções pop perfeitas. “Unhurried Hearts (Passaic Pastoral)” tem mais violões e um vocal remetendo para algum dia perdido nos anos 90. “Winter Water” com piano e efeitos no vocal, tem uma estética baseada no soul dos anos 60, para depois virar uma quase canção do Pavement.
Para fechar, temos “Natural Man” com seus violões, “Radio Orlando”, um indie rock com a pinta dos Strokes, e a faixa titulo, que com sua melodia viajando para a Inglaterra dos anos 80, completa os 37 minutos da obra com chave de ouro. “Technicolor Health” é um competente álbum de estréia, do tipo que vicia a cada nova audição. O seu recheio com os mais variados backing vocals e o vocal bem bacana de Lexy Benaim, destaca o trabalho para entrar na listinha de melhores do ano até agora.
Site Oficial: http://www.harlemshakes.com
My Space: http://www.myspace.com/harlemshakes

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Coringa" - Brian Azzarello e Lee Bermejo

O Coringa é um dos maiores vilões da história da ficção moderna. Falar isso não é nenhum exagero, ainda mais se levarmos em consideração a atuação magistral e definitiva de Heath Ledger em “O Cavaleiro Das Trevas”, o que lhe rendeu o Oscar desse ano. Tanto nos quadrinhos como na tv e no cinema, o personagem criado em 1939, consegue trazer toda uma aura de insanidade e absurdos que lhe caracterizam como um ícone pop.
A galeria de histórias marcantes que traz em seu rol obras como “A Piada Mortal” e “Asilo Arkham”, ganhou mais uma integrante. “Coringa”, originalmente lançado em 2008 lá fora, ganha uma luxuosa edição da Panini, com 132 páginas, que tem que estar na estante de qualquer fã de quadrinhos. Feita na esteira do último filme do morcego, “Coringa” traz o personagem a semelhança do que Ledger consagrou no cinema.
O roteiro ficou nas competentes mãos de Brian Azzarello de títulos como “Batman: Cidade Castigada” e a ótima série “100 Balas” e os desenhos com Lee Bermejo, que junto com Mick Gray na arte-final e Patricia Mulvihill nas cores, realizou um trabalho visualmente ótimo. Em alguns momentos inclusive, a arte consegue superar pontos mornos do roteiro, não deixando o leitor em nenhum momento sem motivação para seguir adiante.
Na história o Coringa está saindo da cadeia, saindo do Asilo Arkham. Na sua espera está Jonny Frost, um criminoso de quinta categoria que sente admiração pelo palhaço do crime. Ao sair da cadeia, o ex dono do submundo de Gotham City, totalmente sem grana, se depara com uma cidade em que não tem mais nada, várias facções dominam a cena e ele está fora do jogo. Evidente que ele ia não deixar isso barato.
Na busca pelo poder, o palhaço de maneira estranha e absurda (como quase tudo que o rodeia) começa a ter um certo respeito por Jonny Frost, que ao conduzir como narrador os fatos traz um elo interessante de visão para a trama. A busca pelo poder vai acontecendo de maneira brutal e violenta, fazendo jus a insanidade e loucura que sempre permearam os passos da vida do palhaço.
“Coringa” não chega a ganhar o status de “obra prima”, no entanto tem agregado a ela um nível de qualidade que beira a excelência. Azzarello consegue mostrar uma visceralidade que é totalmente parte integrante do personagem, além de demonstrar claramente que os criminosos de Gotham, sejam eles pequenos ou peixes maiores, temem o palhaço antes de temer o Batman. Leitura completamente indicada.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cérebro Eletrônico - Pesquisa e Promoção

Salve, salve...

O Juliano Polimeno da Phonobase, repassa que eles elaboraram uma pesquisa para saber mais sobre o perfil do público da banda.

Em troca, no fim da pesquisa a galera pode baixar de graça a faixa inédita e exclusiva "Marcha de Núpcias de Carnaval" que estará presente no próximo álbum do Cérebro. Além disso, após finalizado o período de duração da pesquisa, será sorteado um BOX CEREBRAL e mais alguns CDs somente para aqueles que participaram.

Vale a pena. Dá uma passadinha lá, o link direto é:

http://www.phonobase.com/limesurvey/index.php?sid=43935&lang=pt-BR

Paz Sempre!