quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Top Top - Os Melhores de 2007


“Salve, salve minha gente amiga...”

Quase todo mundo já fez sua listinha de melhores de 2007 e o com o Coisapop não poderia ser diferente. Pelo terceiro ano seguido colocamos nosso “Top Top” no ar, abrangendo o que na nossa opinião aconteceu de melhor na música no ano que passou.

Um ano muito bom sem dúvida. Ano com algumas pequenas obras primas. Confira abaixo:

TOP 20 – DISCO INTERNACIONAL

01 – Neon Bible – Arcade Fire
http://www.arcadefire.com

02 – The Search – Son Volt
http://www.sonvolt.net

03 – The Kissaway Trail – The Kissaway Trail
http://www.thekissawaytrail.com

04 – Sky Blue Sky – Wilco
http://www.wilcoworld.net

05 – Raising Sand – Robert Plant & Alison Kraus
http://www.robertplantalisonkrauss.com

06 – Go! – The Primary 5
http://www.myspace.com/theprimary5

07 – Baby 81 – Black Rebel Motorcycle Club
http://www.blackrebelmotorcycleclub.com

08 – New Magnetic Wonder – Apples In Stereo
http://www.applesinstereo.com

09 – Icky Tump – The White Stripes
http://www.whitestripes.com

10 – She´s About To Cross My Mind – The Red Button
http://theredbutton.net

11 – Send Away The Tigers – Manic Street Preachers
http://www.manicstreetpreachers.com

12 – The Autumn Defense – The Autumn Defense
http://www.theautumndefense.com

13 – Young Galaxy – Young Galaxy
http://www.myspace.com/younggalaxy

14 – Beyond – Dinosaur Jr.
http://www.dinosaurjr.com

15 – It´s Not How Far You Fall It´s The Way You Land – Soulsavers
http://www.myspace.com/soulsavers

16 – Fear and Love – Weeping Willows
http://www.weepingwillows.nu

17 – Glitter in The Gutter – Jesse Malin
http://www.jessemalin.com

18 – The Boy With No Name – Travis
http://www.travisonline.com

19 – Yes, U – The Devastations
http://www.devastations.net

20 – Magic – Bruce Springsteen
http://www.brucespringsteen.net

TOP 20 – MÚSICA INTERNACIONAL

01 – Love is Dead – Brett Anderson
02 – This Picture – Son Volt
03 – All I Need - Radiohead
04 – Please Read The Letter – Robert Plant & Alison Kraus
05 – Intervention – Arcade Fire
06 – La La Song – The Kissaway Trail
07 – Your Love Alone Is Not Enough – Manic Street Preachers
08 – Ruby – Kaiser Chiefs
09 - You Don't Know What Love Is (You Just Do As You're Told) – The White Stripes
10 – Revival - Soulsavers
11 - Flourescent Adolescent – Arctic Monkeys
12 – Nice To Fit In – Josh Rouse
13 – Berlin – Black Rebel Motorcycle Club
14 – Phantom Limb – The Shins
15 – I Still Remember – Bloc Party
16 – I Just Called To Say I Love You” – Pelle Carlberg
17 – This is All I Came To Do – Dinosaur Jr.
18 - She´s About To Cross My Mind – The Red Button
19 – Katrina – The Young Lips
20 – Love Streams – Jesse Malin

TOP 20 – DISCO NACIONAL

01 – Tribunal Surdo – Violins
http://www.violins.com.br

02 – Fome De Tudo – Nação Zumbi
http://www.nacaozumbi.com

03 – Daqui Pro Futuro – Pato Fu
http://www.patofu.com.br

04 – A Marcha dos Invisíveis – Terminal Guadalupe
http://www.tg.mus.br

05 – A Amarga Sinfonia do Superstar – Superguidis
http://www.superguidis.com.br

06 – Satolep Sambatown – Vitor Ramil e Marcos Suzano
http://www.vitorramil.com.br

07 – Fino Coletivo – Fino Coletivo
http://www.finocoletivo.com

08 – Los Porongas – Los Porongas
http://www.myspace.com/losporongas

09 – Viva Muddy Waters! – Blues Etilicos
http://www.bluesetilicos.com.br

10 – Vanguart – Vanguart
http://www.myspace.com/vanguart

11 – Sublime Mundo Crânio – Lasciva Lula
http://www.lascivalula.com.br

12 – Um Olho No Fósforo, Outro Na Fagulha – Pata de Elefante
http://www.bandapatadeelefante.blogspot.com

13 – Madame Saatan – Madame Saatan
http://www.madamesaatan.com

14– Disco Paralelo – Ludov
http://www.ludov.com.br

15 – Carnaval Só no Ano Que Vem – Orquestra Imperial
http://www.orquestraimperial.com.br

16 – O Amor Acabou! – Astronautas
http://www.astronautas.org

17 – Teletransporte – Autoramas
http://www.myspace.com/autoramas

18 – S.I.M – Nevilton
http://www.nevilton.com.br

19 – Revirando o Sótão – A Euterpia
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=5734

20 – Charme Chulo – Charme Chulo
http://www.charmechulo.com.br

TOP 20 – MÚSICA NACIONAL

01 – Grupo de Extermínio de Aberrações – Violins
02 – Pernambuco Chorou – Terminal Guadalupe
03 – Central – Attack Fantasma
04 – Esse Lugar Ruim – Sestine
05 – Bossa Nostra – Nação Zumbi
06 – Com Açucar, Com Afeto – Fernanda Takai
07 – A 300 Km/h – Autoramas
08 – Hey! – Pata De Elefante
09 – Feito Gente – Ira!
10 – A Letra da Canção Desgovernada – Lasciva Lula
11 – Tudo Vai Ficar Bem – Pato Fu
12 – A Exclamação - Superguidis
13 – Campeão Mundial de Bater Carteira - Violins
14 – Ele Não Pensa Mais em Nada - Gardernais
15 – 3D – Suzana Flag
16 – Para Abrir Os Olhos - Vanguart
17 – Enquanto Uns Dormem – Los Porongas
18 – Mazzaroppi Incriminado – Charme Chulo
19 – A Zero Por Hora – Vitor Ramil & Marcos Suzano
20 – Devorados – Madame Saatan

Um grande abraço a todos.

Paz Sempre!!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Eternos" - Neil Gaiman e John Romita Jr.

O norte americano Jack Kirby falecido em 1994, foi um dos maiores ases da história dos quadrinhos. Junto com Stan Lee criou praticamente todos os personagens do universo Marvel e a frente da DC Comics também produziu obras consagradas. Uma das suas criações de maior excelência (e de menor sucesso comercial) foi “Eternos”, grupo de deuses que teriam vivido neste mundo há milhares de séculos antes de nós.
Tal cronologia andava meio esquecida e situada fora do universo Marvel dos dias de hoje, até que o gênio Neil Gaiman (Sandman, Deuses Americanos) recebeu a incumbência de reingressá-los no contexto atual da editora. Para tanto contou com a ajuda do competentíssimo John Romita Jr. (Homem-Aranha, Demolidor) na arte.
A dupla fez uma das melhores minisséries do ano passado (acabou recentemente), lançado por aqui pela Panini em 4 edições. Gaiman que brilha quando mistura atualidade e fantasia, ancorado em conceitos como mitologia e religião, conseguiu magistralmente readaptar a obra de Kirby, carregando de drama e ironia a minissérie e não esquecendo de atualidades como a Guerra Civil dos heróis da Marvel.
Na sua nova cara, os Eternos após uma trama daquele conhecido como Duende (que abstrai temas de Peter Pan com sabedoria), faz uma manobra junto ao Celestial Sonhador, deixando todos os seus ex-companheiros completamente esquecidos do seu passado (inclusive a ex-Vingadora Sersi, que agora é uma promotora de festas).
Os Deviantes (renegados históricos) tentam se aproveitar disso e travar novamente sua guerra, quando os Eternos pouco a pouco vão se retomando de sua antiga função no mundo. Gaiman além da questão dos confrontos, insere uma forte dose de drama pessoal no contexto, aliviada sempre que pode pelo seu sarcasmo e ironia indefectíveis.
Esse novo trabalho não supera o que Neil Gaiman já fez anteriormente como Sandman, até porque isso é complicado, mas nem por isso é uma obra menor. Mexer em um clássico do mestre Jack Kirby e ainda conseguir acrescentar algo não é nada fácil. Ainda mais personagens tão cheios de dualidades. Gaiman mostra mais uma vez do que é capaz. Simplesmente gênio.

domingo, 27 de janeiro de 2008

"She´s About To Cross My Mind" - The Red Button - 2007

A música tem o grande poder de ser atemporal, de ser revisitada regularmente e reciclada de tempos em tempos abrindo novos caminhos e honrando antigos. A banda norte americana The Red Button lançou no ano passado seu álbum de estréia “She´s About To Cross My Mind”, que pode ser inserido nessa seara, pois representa uma bela e comovente ode aos anos 60.

Formado de um lado por Mike Ruekberg, cantor e compositor da extinta banda Rex Daisy, e de outro por um daqueles multi-homens, Seth Swirsky, cantor, compositor (inclusive de canções para gente com Rufus Wainwrigt), artista plástico, pintor e cineasta amador, o The Red Button foi responsável por um dos melhores discos de 2007.

O sabor desse disco você provavelmente já conhece. Melodias sixties com toques dos anos 50 e 70, ancorada em violões, teclados e guitarras em busca do pop perfeito. Temos influências de diversas bandas que os anos 60 e principalmente o Reino Unido produziram, de Beatles aquelas de um hit só. Sabor de nostalgia temperado deliciosamente.

Começa com “Cruel Girl”, uma semi balada, um pop leve com tecladinhos e tudo mais. Não se assuste. Não voltastes no tempo. O pop perfeito começa a aparecer na faixa título com seus violões e guitarrinhas solando. “Floating By” abre com teclados e no seu decorrer tem aqueles metais clássicos dando um colorido todo especial.

“She´s Going Down” tem roupagem mais moderna e podia ser achada em um disco do The Shins, por exemplo. “I Could Get Used To You” tem aqueles sha-la-las fantásticos, powerpop de primeiríssima linha. “Hopes Up” retoma o gosto de Beatles na boca, enquanto espera a chegada da baladinha “Can´t Stop Think About Her”.

E para fechar ainda tem as guitarras e teclados de “Gonna Make You Mine”, completamente indicados para uma bela manhã de domingo, a doçura de “Ooh Girl”, os efeitos de “Free” e o clima de “It´s No Secret”. São pouco mais de 34 minutos de um tributo (mesmo sem ser) para uma época que continua influenciando artistas mais de 40 anos depois.

Quando acaba esse “She´s About To Cross My Mind”, a única saída que resta ao ouvinte é voltar e escutar tudo novamente. Por alguns minutos a vida até consegue ser esquecida. O The Red Button entra no rol daquelas bandas que conseguiram achar a fórmula da excelência do pop. Nostalgia para ser consumida em grandes e extremadas doses. Totalmente sem moderação.

Site Oficial: www.theredbutton.net

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

“Everyboy Comes And Goes” - Smash Palace - 2008

Os rótulos são uma constante no mundo da música pop, servem para definir (na maioria das vezes passam longe, mas...) uma banda e situá-la em algum contexto que facilite ao ouvinte. A banda Smash Palace que chega ao seu sexto disco em 2008 (lançado dia 22 de janeiro), está inserida na maioria dos sites de música como powerpop. E dessa vez é mais ou menos por aí mesmo.
O Smash Palace está na ativa desde o começo dos anos 80, mudou de nome em 1985 e voltou à ativa no final dos anos 90. A banda que hoje conta com a maior parte dos fundadores, inclusive Stephen Butler (guitarra e vocal) responsável por boa parte das canções. Os demais músicos da atual formação são DyAnne DiSalvo (guitarra), Phil Rizzo (baixo), Greg Didonato (bateria) e Wally Smith (teclados).
O que esperar das faixas? Melodias em meio a violões e boas guitarras, vocal competente e backings que sustentam quase todas as canções. Resumindo: aquele velho sabor de Beatles, Byrds, Kinks, Big Star e Teenage Fanclub. “Everyboy Comes And Goes” é para tocar tranqüilo no seu player até que você se pegue cantando as letras sem querer.
Confesso que só conhecia um disco anterior, “Over The Top” de 2004, mas esse novo rebento me rendeu bons momentos. Seja pela beatlemaniaca “She” que abre o disco, pelas mais moderninhas Didn't Anyone Tell You? e “Just Like You”(um potencial hit) ou pela sessentista “Dressed In Black”.
Ainda tem a bonita balada “Is This A Dream?", para dar uma relaxada, a excelente “Hoping” e a ótima cover de “I Want To Tell You” de George Harrison, contida no clássico “Revolver” de 1966 dos Fab Four, fechando o disco. Nada que vá mudar o mundo, mas algo para dar uma boa melhorada no astral. E cantar junto.
Site Oficial: http://www.smashpalacemusic.com

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

"O Cheiro Do Ralo" - 2007

A safra de filmes nacionais de 2007 foi uma das melhores dos últimos anos (e olha que ainda nem vi todos). Entre estes longas, destaca-se “O Cheiro do Ralo”, adaptação do livro do quadrinista Lourenço Mutarelli (lançado em 2002) feita pela cineasta Heitor Dhalia. Os dois já haviam trabalhados juntos em “Nina”, bom filme de 2004.
A historia é baseada em cima de Lourenço (uma grande atuação de Selton Mello), um cara de meia idade que sugere uma pessoal normal, tomando conta da sua loja de antiguidades, prestes a se casar, mas que com o decorrer do longa vê as coisas se desatando, deixando-o praticamente insano. A culpa por tal medida é o ralo do banheiro do seu trabalho que passa a lhe enlouquecer com seu cheiro insuportável.
Lourenço adora pisar naqueles que vem em seu auxilio para vender alguma coisa que lhe permita sair do buraco. Com tremenda insensibilidade ele esnoba, xinga e premia essas pessoas com sua estupidez e arrogância. Só que, posteriormente o castigo vem. Bem, não necessariamente um castigo como uma lição de moral, mais ainda sim um castigo.
“O Cheiro do Ralo” tem roteiro competente (feito por Marçal Aquino e Heitor Dhalia), que não deixou de lado todo o cinismo e sarcasmo embutidos no original e até realçou mais um pouco, além de um bom elenco ancorado por Selton Mello (e pelo próprio Mutarelli como o segurança da loja), gerando uma obra ao mesmo tempo bem humorada e critica ao ser humano.
Um dos melhores momentos é quando Lourenço já afundado no seu poço, solta o seguinte texto: “De todas as coisas que tive, das que mais me valeram, das que mais sinto falta, são as coisas que não se pode tocar, são as coisas que não estão ao alcance de nossas mãos. São as coisas que não fazem parte do mundo da matéria.”
Imperdível. Não deixe de ver.
Site oficial: http://www.ocheirodoralo.com.br

domingo, 20 de janeiro de 2008

"A Torre Negra Vol. III - As Terras Devastadas" - Stephen King

No final de “A Escolha dos Três”, o segundo livro dos sete que compõem a saga “A Torre Negra” de Stephen King, o pistoleiro Roland de Gilead fica junto com seus mais novos companheiros Eddie e Susannah, estes dois apaixonados e seus aprendizes, que vão ajudá-lo na sua saga em busca da Torre que pode solucionar os problemas do seu mundo. No entanto, ainda falta o terceiro escolhido, um menino chamado Jake que precisa ser resgatado de um outro mundo.
No terceiro volume da sua saga, escrito originalmente em 1991, Stephen King finalmente consegue dar um ritmo bom e convencer o leitor a não largar mais o livro. Apesar de metade de um capítulo um pouco maçante, “As Terras Devastadas”, responde algumas perguntas (enquanto coloca outras no ar) e finalmente nos faz entender como o mundo de Roland “...seguiu adiante...”.
Em busca da Torre, Jake, o menino que aparentemente havia morrido no primeiro livro, ressurge como um dos escolhidos e embarca em uma aventura fantástica que mistura diversos ângulos em uma única visão. A ambientação das passagens pelas cidades de River Crossing e Lud são simplesmente fantásticas e não nos fazem soltar o livro antes do final.
As premissas construídas nos dois primeiros volumes ganham corpo neste terceiro (o melhor até esse momento) e invadem o imaginário fantástico de cada um. Esse volume vem recheado de diversas citações pop que passeiam pelo livro “Ardil 22” de Joseph Heller e por canções como “Velcro Fly” do ZZ Top e “Paint It Black” dos Stones.
“As Terras Devastadas” fecha em um clímax que deixa somente as melhores esperanças para o quarto volume “Mago e Vidro” que posteriormente colocamos aqui. Agora sim, todo o alarde em torno da obra de King, começa a se justificar com seu Ka, Ka-Tet e Khef.
Veja o que dissemos do Volume I – “O Pistoleiro”, clique aqui.
E sobre o Volume II – “A Escolha dos Três”, clique aqui.
Site oficial:
http://www.torrenegra.com.br

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

“Um Olho No Fósforo, Outro Na Fagulha” - Pata De Elefante - 2007


“Música instrumental é muito chato, ainda mais se tratando de rock!”. Tal premissa ainda se ouve constantemente pelos quatro cantos do nosso país. É verdade que tem muita coisa pretensiosa nesse sentido, mas bandas como o Macaco Bong, Retrofoquetes, Hurtmold e principalmente a banda gaúcha Pata de Elefante estão no jogo para mudar o cenário.
O grupo formado por Gustavo Telles na bateria e Daniel Mossmann e Gabriel Guedes se revezando no baixo e na guitarra (além de alguns convidados), está na ativa desde 2002 e no final de 2004 lançou um ótimo registro homônimo mostrando uma forte veia pop aliada ao que de melhor aconteceu nas décadas de 60 e 70, como Beatles, Cream, The Band e The Who.
Em 2007, essa fórmula se vê melhorada no seu segundo registro, lançado pela Monstro Discos, “Um Olho No Fósforo, Outro Na Fagulha”, que dá uns três passos a frente e coloca a banda bem mais pop. Aí é nessa hora que o sujeito pergunta: “Música instrumental pop?”. Sim senhor. Tente não se apegar ao ritmo da faixa de abertura “Carpeto Volatare” ou a sessentista “Solitário”.
São 18 faixas em meio a vinhetas e canções mais compridas como “Bang Bang”, passando pelos anos 70, referência de sempre em “Dorothy”, viajando em psicodelia com “Gigante”, desembarcando na surf music pirada de “Satuanograso”, saindo na loucura progressiva de “Don Genaro” e sorrindo com os metais em último volume na faixa título e em “Até Mais Ver!”.
E para entrar naquele seu disquinho de hits, pode colocar a certeira “Hey!”. Deleite total. O Pata de Elefante volta com um novo disco que vale a pena ser escutado frequentemente. Não tem letra? Não meu caro, não tem. E quer saber? Não faz a mínima falta.
Blog: http://www.bandapatadeelefante.blogspot.com
Na Trama: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=13632

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Melhores do Ano Scream & Yell - 2007


Salve, salve minha gente amiga...

O Scream & Yell do chapa Marcelo Costa colocou no ar o seu tradicional especial com os melhores do ano. Tive o prazer de participar pela quarta vez (desde 2004). Dessa vez foram 91 votantes entre músicos e jornalistas.

Dá uma passada lá e confere:

Tambem dá uma conferida voto a voto, pois as listinhas são beeeem interessantes. Acessa lá:

E dá uma olhada na minha também:

Listinha bem bacana de todos os lados, refletindo bem o ano de 2007. A nossa aqui do Coisapop publico no dia 31 deste mês.

Abraços a todos, fiquem em paz...

sábado, 12 de janeiro de 2008

“It's Not How Far You Fall It's The Way You Land” - Soulsavers - 2007

O cantor americano Mark Lanegan é um daqueles artistas que merece toda a admiração que se cria em torno dele. Além de ex-vocalista da seminal Screaming Trees (onde lançou discos memoráveis), foi colaborador do Queens Of The Stone Age, fez um belo disco em parceira com a Isobel Campbell do Gentle Waves, entre outras peripécias e discos solos.
Ano passado junto com o duo britânico formado por Richard Machin e Ian Glover, intitulado Soulsavers, Lanegan adicionou mais um excelente trabalho a sua carrerira. O duo já tem um disco anterior “Tough Guys Don't Dance” (que fui atrás de escutar), completamente superado neste “It's Not How Far You Fall It's The Way You Land”, com extremo louvor.
Recheado de climas, efeitos, distorções e teclados, o Soulsavers prepara um belo terreno para que Lanegan possa brilhar. “Revival” abre o disco de forma assustadoramente bela. “Ghosts Of You And Me” vem sombria em seguida com uns efeitos destorcidos, em cima da camada sonora em que Lanegan despeja os vocais, lembrando bastante o Tv On The Radio.
“Spiritual” tem um clima mais calmo e uma das melhores letras do trabalho, com versos como: “Jesus não quero morrer sozinho/Meu amor era falso/agora tudo que tenho é você”, implorados por Lanegan. As covers são outro ponto forte do trabalho, temos “No Expectations” dos Stones, “Trough My Sails” do Neil Young e a regravação de “Kingdom Of Rain” do próprio Lanegan, oriunda de um grande trabalho solo seu, o “Whiskey For The Holy Ghost”.
Um dos grandes álbuns de 2007. Descubra essa pequena maravilha e se encante.
My Space: http://www.myspace.com/soulsavers
Mais Mark Lanegan aqui.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

"Satolep Sambatown" - Vitor Ramil e Marcos Suzano - 2007

Há bastante tempo o gaúcho Vitor Ramil é um dos melhores nomes da nossa MPB, sempre a margem da mídia, mas com uma legião de fãs espalhados pelo país que cultivam seus espaçosos discos (considerando o tempo de carreira) vorazmente. Marcos Suzano está entre os grandes instrumentistas do país, tendo tocado com quase todas as feras da MPB ao longo da carreira.
Em 2007, esses dois artistas resolveram se unir. A primeira vista, duas características tão dispares, poderiam sugerir que não ia dar certo. Mas o talento venceu no final e produziu “Satolep Sambatown”, uma pequena obra prima. O intimista e o expansivo. O frio e o calor. A poesia e o ritmo. Tudo aqui vem coreografado como um pequeno balé.
Desde os idos da sua estréia lá no comecinho dos anos 80 com “Estrela, Estrela”, Vitor Ramil explorava o que chama de “Estética do Frio”, uma música própria gerada no sul do país, distante de todos aqueles oba-obas de quem sempre tinha sol e vivia cantando canções pra cima. Com a união com Marcos Suzano, Vitor Ramil se reinventa e descobre novas facetas.
Temos canções como “Livro Aberto” que abre o disco já dizendo para o que veio, os dois meio que duelando em suas áreas. “Viajei” tem uma bela estrutura melódica e retrata um pouco da vida de Ramil, perambulando país afora, em shows e mais shows. “Que Horas Não São” conta com a participação de Kátia B, e traz um clima mais carioca, falando de sol, nem de perto lembrando alguns antigos poemas de Ramil.
Marcos Suzano aparece com grande destaque em “O Copo e a Tempestade”, um samba quebrado e sincopado com um verdadeiro show seu no pandeiro, como também nas baladas “Café da Manhã”, um Chico Buarque destorcido na percussão e nos efeitos e em “A Word Is Dead”. “Astronauta Lírico” é outra que merece ser mencionada, fechando o disco.
Os melhores momentos ficam por conta de “A Zero Por Hora” com o competente Jorge Drexler em parceria, cantando em português. Muito bonito. Uma canção sobre se encontrar, achar o caminho. E “Ilusão da Casa”, uma baladaça, com os violões em primeiro plano, com Ramil versando sobre a vida que passa na sua frente, versando sobre o tempo (“...o tempo é minha casa...”).
“Satolep Sambatown” foi um dos discos que mais escutei em 2007, sendo um dos que mais me cativaram e comoveram. Não sei se pelo fato de ser admirador do trabalho de Ramil há muito tempo, mas acredito que seja mais pela excelente união de dois cracaços da música nacional em um disco que honram suas características, mas não esquecem em momento nenhum de flertar com o novo.
Alta qualidade.
Site do Ramil: http://www.vitorramil.com.br
Site do Suzano: http://www.entrecantos.com/suzano.htm

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

“Night Falls Over Kortedalla” - Jens Lekman - 2007

Uma bateria começa marcando o ritmo, um teclado gira antes de entrar na canção, que agora tem uma orquestração fazendo um riff absurdamente simples e bonito, fazendo cama para entrar uma voz com ar de crooner, que parece recém saída dos anos 50, abrindo espaço para que o refrão dividido com uma mulher conquiste de vez tua alma e teu pobre coração.
A faixa em questão é “The Opposite of Hallelujah”, terceira do novo álbum do sueco Jens Lekman chamado “Night Falls Over Kortedalla” e é daquelas que por si só já valem um disco. Mas tem muito mais, o cantor passeia no indie pop, mas remete um jeitão que sai lembrando Bryan Ferry, Belle And Sebastian, Weeping Willows e ainda o mestre Frank Sinatra em algumas orquestrações.
É sinceramente difícil ficar indiferente a canções como “Sipping On The Sweet Nectar”, “A Postcard To Nina”, “If i Could Cry (It Would Feel Like This”, “Your Arms Around Me” (perfeitinha) ou “Kanske Ar Jag Kar I Dig”. Pop bem feito com extrema classe e bom gosto, com nuances que conquistam e arremessam a outras épocas.
Canções que na sua grande maioria falam de amor, sim, o tal do amor, mas que ao mesmo tempo não soam banais e pedem para ser repetidas exaustivamente. Se tudo ainda não funcionar, tente a faixa que fecha o álbum, “Friday Night At The Drive-In Bingo” e se renda de uma vez. E mais uma vez nos deliciamos com as canções vindas da Suécia.
Escute completamente sem moderação.
Site Oficial: http://www.jenslekman.com

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

"Good Bad Not Evil" - Black Lips - 2007

Música é diversão. Essa sempre foi e sempre será uma das suas funções primordiais. E é isso que quatro cidadãos meio malucos vindos da Georgia, USA, colocam no seu som. Cole Alexander (vocal, guitarra), Ian St. Pe´ (guitarra), Jared Swilley (baixo), Joe Bradley (bateria) tocam o Black Lips que em 2007 chega ao seu quarto trabalho de estúdio.
“Good Bad Not Evil” é daqueles discos meio toscos (intencionalmente toscos, na verdade) e repleto de energia para você escutar e ter garantido bons momentos de alegria. A mistura carrega fortes doses de punk, algumas pitadas de country e cobertura surf music.
Para ter uma noção da sonoridade, imagine o Violent Femmes encontrando o The Cramps para tocar em algum bar na Londres do final dos anos 70, com abertura do The Ventures (isso mesmo, viaje sem medo...). Seria aproximadamente isso.
E pode segurar petardos sonoros como “Katrina”, “Good Bad Not Evil”, “Bad Kids” ou “Cold Hands”. Depois é só colocar um bom sorriso no rosto, pois a diversão estámais que garantida.
Visite o my space dos caras:
http://www.myspace.com/theblacklips

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

"Fome De Tudo" - Nação Zumbi - 2007

Como estamos começando 2008 a primeira postagem deve ser escolhida a dedo. Nada melhor do que começar com “Fome de Tudo” da Nação Zumbi, sétimo disco do combo pernambucano que sobreviveu a morte do seu líder e gênio Chico Science, mantendo uma carreira sólida que insere maestria com o excelente “Futura” de 2005 e deságua no seu melhor registro (pós Science).
Não por acaso “Fome De Tudo” é o disco mais “pop” da banda. Mas não me entendam mal, o “pop” da Nação ainda é absurdamente inovador perante a maioria do que vemos por aí. Tudo que fez sua história está aqui nesse disco, os tambores, o groove, o baixo de Dengue ditando o ritmo, a guitarra de Lúcio Maia cortando e inserindo riffs matadores, o peso invadindo as caixas de som.
Desde que assumiu os vocais, Jorge Du Peixe nunca cantou tão bem e a Nação foi tão melódica. São doze petardos de própria autoria e produzidas pelo mago Mário Caldato Jr. de maneira perfeita. A entrada já traz uma das músicas nacionais do ano, “Bossa Nostra”, tem aquele riff de Lúcio que parece ter saído de alguma sessão do “Da Lama Ao Caos”.
Seguindo em frente é só deleite, passa pela trilogia “Infeste”, “Carnaval” e “Inferno” (com bela participação de Céu), esbarra nos metais e no clima “Futura” de “Nascedouro”, é “...dá-lhe viver...”, passa pela ótima letra e cozinha poderosa de “Onde Tenho Que Ir”, chegando em “Assustado” que tem a participação de Money Mark (que toca com os Beastie Boys).
A dilaceração sonora continua com a porrada da faixa titulo, viaja por “Toda Surdez Será Castigada” (com participação de Júnior Barreto), uma canção que lembra bastante o “Afrociberdelia”, mergulha nos efeitos e nos tambores de Gilmar Bola 8 e Toca Ogum pontuando a ótima “A Culpa”, engata no vocal mastigado e no groove de “Originais do Sonho” e desembarca na loucura pós tropicalista e viajandona de “No Olimpo”, a melhor letra do disco.
Os pernambucanos que ajudaram junto com Science e Zero 04 a chacoalhar a música nacional há pouco mais de uma década, continuam relevantes e despejam no mercado um daqueles discos para escutar por dias e dias, uma pequena obra prima repleta de criatividade, desejo, poder e mais do que nunca, de canções.
Passe pelo site e escute antes de comprar: http://www.fomedetudo.com