terça-feira, 6 de março de 2012
Música: "De 1962 a 2012: 2 discos e 50 anos"
terça-feira, 24 de agosto de 2010
"In My Tribe" - 10.000 Maniacs - 1987

quarta-feira, 2 de junho de 2010
"Possum Dixon" - Possum Dixon - 1993

terça-feira, 16 de março de 2010
"Closer" - Joy Division - 1980
Corria o ano de 1976 na Inglaterra e o movimento punk estava em plena ascensão, principalmente na capital Londres. Próximo dali na cidade de Manchester se formava o embrião de uma das bandas mais enigmáticas e importantes da história do rock. Dessa cidade cinzenta e industrial surgia o grupo que seria a partir de 1977 conhecido como Joy Division. Apesar de uma carreira curta e trágica, os ingleses deixariam seu nome gravado.
O Joy Division tinha em Ian Curtis um vocalista problemático e brilhante, que desfiava sua verve poética e desesperadora em cima de uma base forte, construída por Bernard Summer (guitarra e teclado), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria). A sonoridade era influenciada pelo movimento punk e por Velvet Underground e David Bowie, conjuntamente com as eletronices dos alemães do Kraftwerk. O resultado era estranho e poderoso.
“Closer” chegou as lojas em julho de 1980 e se tornou um álbum póstumo, pois por problemas na sua distribuição acabou saindo após o suicídio de Ian Curtis em 18 de maio do mesmo ano. Tudo isso serviu mais ainda para aumentar a aura sobre o registro. As letras do vocalista parecem mais sombrias e tristes por conta disso e refletem a personalidade conflitante deste, que foi tão bem retratada no filme “Control” do diretor Anton Corbijn.
O disco abre com a bateria meio tribal de “Atrocity Exhibition” até a entrada de um baixo vigoroso comandar o cenário. Ian canta em determinado momento: “você verá os horrores de um lugar distante/conhecerá os arquitetos da lei frente a frente/verá chacinas numa escala que nunca viu/e todos que dão duro pra suceder/este é o caminho, entre”. O convite para entrar nesse mundo nas próximas faixas é tanto assustador quanto irresistível.
Em “Isolation” (uma das melhores músicas da banda), a insatisfação chega com versos como “mãe eu tentei, por favor acredite em mim/estou fazendo o melhor que posso/me envergonha as coisas que tenho feito/me envergonha a pessoa que sou”, para depois o nome da canção ser repetido. “Passover” e “Colony”, as duas que vem a seguir são de uma tremenda falta de fé na humanidade e no mundo, via os olhos da religião e até mesmo do amor.
“A Means To An End” (onde a Legião Urbana se “inspirou” na introdução de “Ainda é Cedo”) traz talvez o Ian Curtis mais despido do disco ao cantar “eu depositei minha confiança em ti”, enquanto Bernard Summer corta a canção com fraseados fulminantes de guitarra. “Heart And Soul” é outra cacetada que até hoje bandas e bandas se influenciam. “O presente está bem fora de controle. Coração e alma, um irá quebrar.” A resposta já se sabe.
“Twenty Four Hours” trata poeticamente sobre “aquilo que uma vez foi amor”, alternando momentos de caos sonoro com texturas mais calmas. Em “The Eternal” o Joy Division soturnamente reflete sobre o tempo e a morte inevitável, para depois fechar com mais descrença e questionamentos em meio aos teclados de “Decades”. E assim depois de 44 minutos se encerra a viagem conturbada e repleta de momentos grandiosos de “Closer”.
Depois do suicídio de Ian Curtis, os remanescentes do quarteto montaram o New Order e construíram uma carreira preciosa e duradoura. Os desdobramentos da música do Joy Division ecoaram em bandas como Legião Urbana, Radiohead e Franz Ferdinand, só para ficar em alguns de muitos e muitos outros casos. “Closer” faz 30 anos em 2010 e permanece demonstrando uma força incrível nas suas canções. Discoteca bem mais do que básica.
Sobre o filme “Control”, passe aqui.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
"Midnight Ride" - Paul Revere & The Raiders - 1966

terça-feira, 13 de outubro de 2009
The Beatles Stereo Box Set [Original Recording Remastered] - 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009
“Keep It Like A Secret” - Built To Spill - 1999

sábado, 29 de agosto de 2009
“Layla And Other Assorted Love Songs" - Derek And The Dominos - 1970

domingo, 26 de abril de 2009
"Enter The Vaselines" - The Vaselines - 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
"Bert Jansch" - Bert Jansch - 1965

“Bert Jansch” lançado em 1965 pelo escocês Herbert Jansch, nascido em 03 de novembro de 1943 é um dos destes trabalhos. Na sua estréia o músico fez 15 canções de puro lirismo, com momentos realmente comoventes. O seu violão brilhantemente tocado, aparece como uma parte sua, uma extensão do corpo. As canções passam jogando tanto com simplicidade quanto com devoção.
O disco foi realizado na casa do seu produtor, registrado por apenas um simples gravador e vendeu somente 150 mil cópias, esbarrando mais uma vez na velha história do reconhecimento tardio de grandes obras. Tente passar imune por faixas como “Oh How Your Love Is Strong”, “I Have No Time”, “Dreams of Love”, “Needle of Death”, “Running, Running from Home” ou “Angie”.
Depois da estréia, Bert Jansch continuou produzindo ótimos discos como “It Don´t Bother Me”, também de 1965, “Birthday Blues” de 1969 ou “Moonshine” de 1973, além de fazer parte do grupo folk Pentagle de 1968 a 1973, banda que tem um clássico no currículo, o disco “Basket Of Light” de 1969. Artistas como Johnny Marr, Jimmy Page, Neil Young e Bernard Butler são fãs confesso do músico.
“Bert Jansch”, o disco, foi lançado em um ano com álbuns como “A Love Supreme” de John Coltrane, “Rubber Soul” dos Beatles, “Highway 61 Revisited” do Bob Dylan e “My Generation” do The Who, só para ficar em alguns e mesmo perante obras tão avassaladoras tem um brilho próprio e especial, carregado de melodias bonitas e arranjos arrebatadores.
Site Oficial: http://www.bertjansch.com
quarta-feira, 18 de junho de 2008
"Groovin´" - The Young Rascals - 1967

Ano passado no livro “1001 discos...”, lá estava o disco que contêm a música citada. Esta pequena jóia poderia ser admirada por outras pessoas e quando vi seu registro no livro, fiquei um bocado alegre. Coisas da música. O disco em questão se chama “Groovin´” e foi lançado em 1967, sendo o ponto alto da carreira de uma banda que primou sempre pela irregularidade na carreira e ótimos singles.
Misturando R&B e soul com o pop e o rock, o quarteto americano cunhou onze faixas de grande beleza. “A Girl Like You”, a responsável por abrir o trabalho poderia ter muito bem ser dos Beach Boys, uma canção que mexe com metais, teclados e aquele sabor pop magistral. “Find Somebody” que vem depois, chega repleta de tons psicodélicos, em uma lisergia a lá Byrds.
“I´m So Happy Now” abre com os metais em primeiro plano, para dar continuidade com violões e uma letra otimista e pra cima. “Sueño” é outra viagem, com abertura flamenca, cheia de palmas, invade com um vocal mais limpo e destacado. “How Can I Be Sure” brinca com o soul em uma linda balada que seria regravada várias e várias vezes nos anos seguintes.
Depois temos a infindável beleza da faixa título. Daria para escrever alguns parágrafos sobre essa canção. Os pássaros cantando na entrada, os backing vocals, o ritmo tranqüilo, o clima de uma manhã de domingo pairando no ar e invadindo a alma. “If You Knew” passeia entre os anos 50 e toques de gospel. “I Don´t Love You Anymore” tem aquele clima de baile, que dá logo para imaginar um casal dançando no meio da pista.
“You Better Run” é um rock mais nervoso, flerta com o blues, consistindo em uma das melhores canções do trabalho, com suas guitarras, teclados e o vocal forte. “A Place In The Sun”, tem quase 5 minutos, a maior faixa do disco, é um soul maravilhoso, uma balada poderosa. “It´s Love” vem namorando com o jazz e vai se transformando em arranjos que vão se alterando e voltando ao ponto inicial.
Eddie Brigati (vocais), Felix Cavaliere (Teclados e vocal), Gene Cornish (Guitarra) e Dino Danelli (Bateria) apesar da já citada irregularidade na sua carreira, criaram em 1967, uma pequena obra prima, que mais de 40 anos depois ainda esbanja vitalidade e transcende beleza por todos os lados.
Para o disco, siga o link.
quarta-feira, 12 de março de 2008
"Let´s Stay Together" - Al Green - 1972

“Let´s Stay Together” saiu em 1972, sendo o terceiro disco da carreira solo do cantor, alcançando ótimos lugares na parada de sucessos da época. Green cantava com enorme maestria, completamente versátil transitava entre vários tons e falsetes como poucos. Esbanjava sensualidade ao mesmo tempo em que devotava paixão e força à sua música.
Sua parceria com o produtor Willie Mitchell se tornou lendária, chegando ao seu ápice nessa obra. A tríade que abre o disco é simplesmente irresistível, a faixa-título (sim, é aquela canção que fez parte de “Pulp Fiction” do Tarantino) vem seguida de “La-La For You” e “So You´re Leaving”. De tirar o fôlego.
Todas as nove faixas presentes merecem destaque. Seja o suingue e os metais sangrando forte em “I´ve Never Found A Girl”, a sensualidade subjetiva de “What Is This Feeling” ou a romântica “Old Time Lovin´”, com excelente trabalho de backing vocal, remetendo diretamente aos anos 50 e 60.
Tem ainda a bonita regravação de “How Can You Mend A Broken Heart” dos Bee Gees, com orquestrações e um vocal quase sussurrado que passa dos seis minutos de duração, “Judy” mais uma canção com o carimbo do artista e para fechar essa pequena obra prima o balanço retorna em grande estilo com “It Ain´t No Fun To Me”, com os metais em altíssimo volume.
Não muito tempo depois do lançamento desse disco, algumas situações aconteceram na vida de Al Green, que o fizeram enveredar pelo caminho da música gospel, outra eterna paixão. A partir disso ganhou a alcunha de “Reverendo” e passou a conquistar fiéis e mais fiéis que simplesmente não conseguiam resistir aos vocais perfeitos e a excelente música que lhes chegava.
Na entrada do seu site oficial está escrito: “Reverend, Singer, Songwriter, Musican, Legend”. Só cabe a mim concordar.
Site: http://www.algreenmusic.com
terça-feira, 24 de abril de 2007
"Painted From Memory" - Elvis Costello & Burt Bacharach - 1998

Elvis Costello é o tipo de artista que desde sua estréia em 1977, com o clássico “My Aim Is True”, provavelmente nunca lançou um disco ruim em 30 anos de carreira, passeando entre o rock clássico, jazz, soul, blues, folk e pop com maestria cativando sempre baseado na sua voz rouca.
O maestro Burt Bacharach é um dos maiores nomes do pop de todos os tempos, seus trabalhos estão entre os melhores produzidos na seara do pop (pop mesmo), suas músicas foram cantados por ídolos das ultimas décadas, fazendo suas orquestrações famosas ao redor do mundo.
Os dois se conheceram quando Elvis Costello foi convidado para compor a música tema de “A Voz de Meu Coração” (biografia mais ou menos travestida da cantora Carole King). Desse ponto, nasceu “Painted From Memory”, onde o talento de Bacharach parece ter sido feito para dar corpo a voz de Costello. Impressionante e arrebatador.
Tente ficar imune ao poder de canções como “In The Darkest Place”, “Tears At The Birthday Party” ou “What´s Her Name Today?”. Se conseguir passe por “God Give Me Strenght” ou “The Long Division”. Se ainda persistir imune, procure um médico urgente, pois seu coração está com problema, tente pela última vez com a belíssima “Toledo” e caso nada aconteça, sinto lhe informar que levaram seu coração embora e você não notou ainda.
Para escutar de manhã antes de ir para o trabalho, no ônibus a caminho de casa, de noite tomando um bom vinho, do lado da pessoa amada ou na janela olhando para o mundo. Ou seja, para escutar sempre.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
"Kind of Blue" - Miles Davis - 1959

sexta-feira, 20 de outubro de 2006
"Return to Cookie Mountain" - TV On The Radio (2006)

quarta-feira, 18 de outubro de 2006
"Crooked rain, crooked rain" - Pavement - 1994

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006
“Whenever You´re Read” - Flop - 1993

terça-feira, 13 de dezembro de 2005
Clube da Esquina
Oriundo de Minas Gerais, o Clube da Esquina foi um dos grandes movimentos musicais brasileiros, tendo sua importância no mesmo patamar da Bossa Nova e da Tropicália. Movimento que fundiu culturas, abriu horizontes, pavimentou ideologias e se fez relevante até os dias de hoje pelo mundo afora. Tudo começou mais ou menos pelos idos de 1963, quando um certo Milton Nascimento chegou da cidade de Três Pontas e foi morar em Belo Horizonte, no mesmo prédio que os irmãos Borges moravam. Fez amizade com Márcio Borges, seu parceiro de vida e de tantas canções e com o mais novo dos irmãos (eram doze ao todo), um garotinho de talento chamado Lô Borges. Os ensaios eram sempre realizados na casa dos Borges, moldando uma forte amizade que se tornaria fundamental e agregando ainda outros jovens músicos como Toninho Horta e Beto Guedes, que seriam mais ou menos o núcleo central do clube. Influenciados pela música negra, brasileira, jazz e principalmente pela mais recém descoberta, uma banda inglesa chamada The Beatles (conhecem?), moldaram um som único de uma beleza visceral. Milton se revelava como o grande músico do grupo que cada vez crescia mais, agregando nomes como Flavio Venturini, Ronaldo Bastos, Fernando Brant e Tavinho Moura. Eram tempos difíceis, a ditadura instalada no país depois do golpe de 1964, se ainda não era escancarada já anunciava seus primeiros sinais de repressão e de censura, esboçando todo o drama que a liberdade de expressão e a cidadania do país sofreriam do decorrer dos anos. No entanto, faltava a esse grupo ser batizado, essa reunião precisava ser identificada por um nome e eis que na esquina da Rua Divinópolis com a Rua Paraisópolis no bairro de Santa Teresa, em uma tarde bucólica, foi fundado o Clube da Esquina. Em 1972, entraram em estúdio juntos para gravar “Clube da Esquina”, que tinha na capa apenas um menino branco junto com um negro sentados na capa, já antecipando o que poderia se esperar. São desse álbum canções como “Tudo que você poderia ser” (Um anti-hino contra a ditadura), “O Trem azul”, “Um girassol da cor de seu cabelo” e “Nada será como antes”. Os músicos lançaram-se em carreiras solo, mas em 1978, Milton que já gozava de prestígio (vide “Travessia”) lançava o duplo “Clube da Esquina 2”, reunindo a velha turma e novos integrantes, com canções do porte de “Maria, Maria”, “Nascente” e “Tanto”. Por mais que o grupo nunca mais se reunisse totalmente, eles nunca deixaram de participar dos discos uns dos outros. O Clube da Esquina deixou um legado fundamental para a nossa música, um legado de criatividade e beleza, um legado de como se fazer boa música. Não é a toa que sua influência está evidente hoje em trabalhos de bandas do porte de Skank e Los Hermanos. Discos fundamentais: 1967- Travessia – Milton Nascimento. 1972- Clube da Esquina – Milton Nascimento, Lô Borges, entre outros. 1972- Lô Borges – Lô Borges. 1978- Clube da Esquina 2 – Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, entre outros. 1978- Amor de Índio – Beto Guedes. Para maiores informações sobre o assunto é sempre bom ler o livro escrito pelo Márcio Borges, “Os sonhos não envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”, que estava no olho do furacão, uma verdadeira aula de história, recheado de grandes e pitorescos momentos.
Ou acesse o site: http://www.museuclubedaesquina.org.br, onde existem informações mil.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2005
Revolver - The Beatles - 1966
Que os Beatles foram os maiores da historia, isso e aquilo, você já deve ter escutado milhões de vezes. E vez ou outra também você já deve ter se perguntado “Será que eles são tudo isso mesmo?” “Será que há motivo pra tanta reverência assim ?” Escute “Revolver” e perceba que eles realmente mereciam ser chamados de “Fab Four”. Na nossa opinião esse disco de 1966 é o melhor da carreira da banda, uma tarefa difícil escolher, para quem gravou álbuns como “Sargent Pepper´s Lonely Hearts Club Band”, “White Álbum”, “Beatles for Sale”, “Help”, “Rubber Soul”, entre outros. Nesse disco os Beatles que já eram um fenômeno, enlouquecendo platéias pelo mundo, resolveram abusar do experimentalismo, misturando, jazz, folk, musica indiana, blues, motown, música erudita, orquestrações, novas técnicas de estúdio, letras mais elaboradas e acabaram cometendo um disco para influenciar gerações. Vamos a um rápido passo a passo : Taxman = Composição de George, abre o disco, com um rock n´ roll meio nonsense, com músicos indianos tocando junto com eles, com direito a Paul tocando guitarra e tudo. Eleanor Rigby = Belíssima canção de Paul, com os vocais sobrepostos dele e de Harrison, cheia de orquestrações conduzidas pelo produtor George Martin, ambientam o universo de solidão de forma perfeita. I´m only Sleeping = Cantando por John, a música tem um ritmo meio lento, sendo que Harrison toca o solo de trás pra frente. Love You To = Um toque meio indiano, por culpa da citara tocada por Harrison, conduz essa canção que fala de reflexão, de mudanças, cantada por Jonh. Here, There and Everywhere = Uma balada mais do que perfeita composta por Paul, com arranjos complexos e harmonias distintas entre si. Até hoje Paul toca essa música em seus shows. Yellow Submarine = O momento de “descontração” do disco, inspirada em meio a muitas sessões “médicas” do disco, a musica é perfeitinha que só, cantada pelo Ringo, e contando com o coro de quase todos do estúdio. She Said, She Said = Feita em mais uma das “viagens” de Jonh, conta um verso maravilhoso ; “...Eu sei o que é estar morto....”,que tal? Good Day Sunshine = Com influências de jazz, essa canção foi a primeira incursão dos Beatles ao estéreo. And Your Bird Can Sing = Com vocais dobrados, mixagens ao contrário de George, essa música é uma das mais experimentais do álbum. For no One = Simplesmente uma das melhores canções compostas em todos os tempos. Feita por Paul (um grande mestre em melodias), completamente erudita e barroca, com direito a piano tocado por Paul e tudo, belíssima. Dr. Robert = O doutor do titulo dessa canção, era nada mais do que o cara que arrumava as coisas para Lennon, muito bem sacada. I Want to tell you = Nessa música tem ate pandeiro, bem romântica, fala do desejo de se ter a pessoa amada. Got to Get you Into My life = Composta por Paul, com naipe de metais vibrando, influências do som black da Motown, os Beatles demonstram toda sua versatilidade, nesse “soul de branco”. Uma de nossas prediletas. Tomorrow Never Knows = A canção mais psicodélica fecha o disco com chave de ouro. Experimentações mil, coro, letras inspiradas em Timothy Leary (Guru dos anos 60), Jonh cantando por um alto falante, fazem dessa música um clássico absoluto. Para quem ainda não escutou esse disco, não deixe que ninguém descubra esse crime e escute logo e para quem acha que os Beatles foram só quatro caras que só cantavam músicas bobas, cheias de “yeah, yeah”, ouça esse disco e mude urgentemente seus conceitos. Discoteca cem vezes básica.
terça-feira, 8 de novembro de 2005
"Daydream Nation" - Sonic Youth - 1987
Quando se fala de Sonic Youth, as primeiras palavras que vem a cabeça são microfonia e distorção. Entretanto, essa banda vai muito além do que isso.
O que andou rolando por aqui essa semana, é a obra prima, o verdadeiro clássico do Sonic Youth, falamos de “Daydream Nation” álbum de 1987. Esse disco deu uma nova direção as bandas independentes, em um momento onde o mundo se dividia entre o heavy metal, o hard – rock farofa e a decadência das bandas dos anos 80, mostrando que era possível fazer boa musica sem precisar de instrumentos de ultima geração, estúdios poderosos, grandes gravadoras ou principalmente tocar na rádio.
Mostrou que bastavam boas idéias e uma grande vontade de fazer somente o que se tivesse a fim, unindo guitarras altamente distorcidas escondendo belas melodias, a simbiose perfeita entre noise e harmonia, poesia marginal inspirada principalmente no Velvet Underground e musicas sem formas pré – definidas, com refrões repetidos.
O disco abre com “Teenage Riot”, musica que se tornou hino de uma geração, que falava sobre a apatia da juventude, tem “Candle” e “Total Trash”, verdadeiras preciosidades do rock alternativo, tem a cacetada “Trilogy” que encerra o disco, tem Kim Gordon maravilhosa em “The Sprawl”, entre outras. Não é a toa que Kurt Cobain, Silverchair, Smashing Pumpkis, Pixies, para citar somente alguns, idolatram tanto esse disco.
É certo que o Sonic Youth fez outros belos discos como “Dirty”, “Goo” e “Evol”, mas é em “Daydream Nation” que a banda consegue fazer da sua música algo para mudar uma geração em seu comportamento. Discoteca muito mais do que básica....