O Coringa é um dos maiores vilões da história da ficção moderna. Falar isso não é nenhum exagero, ainda mais se levarmos em consideração a atuação magistral e definitiva de Heath Ledger em “O Cavaleiro Das Trevas”, o que lhe rendeu o Oscar desse ano. Tanto nos quadrinhos como na tv e no cinema, o personagem criado em 1939, consegue trazer toda uma aura de insanidade e absurdos que lhe caracterizam como um ícone pop.
A galeria de histórias marcantes que traz em seu rol obras como “A Piada Mortal” e “Asilo Arkham”, ganhou mais uma integrante. “Coringa”, originalmente lançado em 2008 lá fora, ganha uma luxuosa edição da Panini, com 132 páginas, que tem que estar na estante de qualquer fã de quadrinhos. Feita na esteira do último filme do morcego, “Coringa” traz o personagem a semelhança do que Ledger consagrou no cinema.
O roteiro ficou nas competentes mãos de Brian Azzarello de títulos como “Batman: Cidade Castigada” e a ótima série “100 Balas” e os desenhos com Lee Bermejo, que junto com Mick Gray na arte-final e Patricia Mulvihill nas cores, realizou um trabalho visualmente ótimo. Em alguns momentos inclusive, a arte consegue superar pontos mornos do roteiro, não deixando o leitor em nenhum momento sem motivação para seguir adiante.
Na história o Coringa está saindo da cadeia, saindo do Asilo Arkham. Na sua espera está Jonny Frost, um criminoso de quinta categoria que sente admiração pelo palhaço do crime. Ao sair da cadeia, o ex dono do submundo de Gotham City, totalmente sem grana, se depara com uma cidade em que não tem mais nada, várias facções dominam a cena e ele está fora do jogo. Evidente que ele ia não deixar isso barato.
Na busca pelo poder, o palhaço de maneira estranha e absurda (como quase tudo que o rodeia) começa a ter um certo respeito por Jonny Frost, que ao conduzir como narrador os fatos traz um elo interessante de visão para a trama. A busca pelo poder vai acontecendo de maneira brutal e violenta, fazendo jus a insanidade e loucura que sempre permearam os passos da vida do palhaço.
“Coringa” não chega a ganhar o status de “obra prima”, no entanto tem agregado a ela um nível de qualidade que beira a excelência. Azzarello consegue mostrar uma visceralidade que é totalmente parte integrante do personagem, além de demonstrar claramente que os criminosos de Gotham, sejam eles pequenos ou peixes maiores, temem o palhaço antes de temer o Batman. Leitura completamente indicada.
2 comentários:
já quero! =D
Vale a pena :)
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