Já fazia um tempo que o competente diretor Steven Soderbergh estava devendo um filme realmente bom, pois por mais simpática que seja a trilogia dos homens e seus segredos, ela não pode receber esse adjetivo. Isso parecia que vinha com “Che” em 2008 (mas ficou distante disso) e quase chegou no razoável e divertido “O Desinformante” de 2009.
Com a recente estreia de “Contágio”, ele enfim gera um trabalho para marcar presença na linha de frente da sua carreira, junto com filmes do porte de “Sexo, Mentiras e Videotape” de 1989, “Traffic” de 2000 e “Confissões de Uma Mente Perigosa” de 2002. Usando do medo e da paranoia, cria uma trama tensa e repleta de analogias com outras frentes.
O longa começa direto no que chama de “Dia 2”, quando Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) está em um aeroporto esperando a hora de retornar para casa, enquanto faz confissões indecorosas ao telefone. Ao chegar começa a passar mal, tem convulsões, espuma pela boca e acaba falecendo para tristeza do esposo Mitch Emhoff (Matt Damon, muito bem).
Depois do “Dia 2” vários núcleos são apresentados e o espectador se vê diante de um vírus, que começa a se alastrar por dias a fio, causando mais mortes e pânico. Inglaterra, Japão, Hong Kong, Estados Unidos. Todo o mundo começa a perder a noção da calma e o desespero surge forte e poderoso, gerando estragos e mais dor junto com o vírus.
Steven Soderbergh usa Laurence Fishburne como o Dr. Ellis Cheever para contar o drama dentro do órgão governamental do Controle de Doenças. Jude Law é o jornalista blogueiro Alan Krumwiede que sem escrúpulo nenhum tenta se dar bem com a crise mundial. Marion Cottilard é uma doutora suíça enviada para Hong Kong que acaba raptada.
Em todos essas pequenas alas, “Contágio” se sai muito bem, mas é em cima do personagem de Matt Damon que mostra seu maior domínio. Um homem que de um dia para o outro descobre ter sido traído, vê a esposa e o pequeno enteado sucumbir e precisa juntar forças para defender com tudo que lhe resta a filha que não foi afetada ainda.
Em “Contágio” Steven Soderbergh coloca um grande elenco em um clima tenso e de falta da humanidade quando esta é ameaçada. Igualmente inicia pequenas discussões sobre o papel do governo e da imprensa em crises, como também circula pela forma que os alimentos chegam a nós. E acima de tudo, faz acreditar que tudo seria plenamente possível de acontecer.
Sobre “O Desinformante” de 2009, passe aqui.
Assista ao trailer:
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