segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Tremolo" - The Pines - 2009

“Tremolo” é o nome do terceiro disco do duo norte americano The Pines formado por David Huckfelt e Benson Ramsey. Depois de uma estréia apenas mediana em 2004 e um bonito segundo trabalho em 2007 chamado “Sparrows In The Bell”, o grupo volta com um disco com a dignidade necessária para constar entre os melhores do ano que passa, aliando tradicionalismo e atualidade de uma maneira que encanta quem ouve.
As fontes que servem de bebida para esse “Tremolo” estão no country, no blues e no folk. Durante o disco você percebe influências de gente como Hank Williams e Bob Dylan, além de nomes do blues dos anos 50 e 60. O álbum foi gravado em apenas dois dias, produzido por Bo Ramsey (Lucinda Williams, entre outros), que é pai de Benson Ramsey. É um disco que soa clássico e forte, agradando por inteiro, coisa tão rara nos dias de hoje.
As letras merecem uma atenção toda especial, logo na primeira faixa “Pray Tell”, nos deparamos com versos como: “Who pulled the stars down over my eyes?/ I lost my way now I’m in disguise and/ I asked for truth all I got was lies/ Who pulled the stars down over my eyes?”. Na maioria das passagens, as letras procuram respostas, tentam se encontrar, versam sobre um mundo que por muitas vezes não mostra o lugar de cada um.
“Shine Moon” traz uma slide guitar cortando a canção com dna extraído diretamente da obra de Bob Dylan. Em “Lonesome Tremolo Blues” os arranjos blueseiros vão se sucedendo enquanto frases passam e questionam, como em: “He world is on fire/ The moon is hanging from a string/ I wake up in the night, Lift my head up and start to dream/ What's wrong with everyone? How far does it gotta go?”.
“Meadows Of Dawn” traz um violão dedilhado e uma cortante definição: “Oh the heart is a cage, in this perilous age”. A dobradinha de “Skipper And His Wife” (de Spider John Koerner) e “Spike Driver Blues”, esta segunda com mais uma ótima guitarra atravessando o clima, tem o dom de transportar para outra época e lugar. “Shiny Shoes” é a encarregada de encerrar o disco, e com os seus mais de seis minutos é provavelmente a canção mais bonita do álbum.
“Tremolo” talvez não traga nada de muito diferente do que outros cantores e compositores estão fazendo hoje nessa seara do folk, talvez o seu forte acento de country e blues sejam um possível diferencial. Ou Talvez nada disso importe afinal, pois o poder da música é justamente tocar as pessoas sem precisar de explicações, e nesse ponto o mais recente trabalho do The Pines, acerta em cheio. O ano ganhou mais um forte concorrente.
Site Oficial: http://www.thepinesmusic.com My Space: http://www.myspace.com/thepinesspace

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