O segundo disco dos curitibanos do Poléxia, “A Força do Hábito”, lançado este ano, vem freqüentemente ocupando um lugar nos meus players pessoais no decorrer dos últimos meses. Quando resolvi escrever sobre o disco, descobri que a banda tinha acabado. O vocalista Ricardo Lemos, anunciou esse término no começo do mês de junho na comunidade do grupo no Orkut, para o espanto de muita gente.
O grupo atualmente formado por Ricardo Lemos (vocal, guitarra e baixo), Francis Yokohama (baixo, guitarra e vocais), Eduardo Cirino (teclados) e Neto (bateria e percussão), apareceu no circuito nacional com “O Avesso” uma boa estréia lançada em 2004 e com uma excelente canção anos depois, “Eu Te Amo, Porra”, que figura entre as melhores músicas feitas no rock nacional dessa década.
A “Força do Hábito” traz doze faixas, divididas em uma parte mais agitada que ocupa a primeira metade e uma segunda metade mais calma. As faixas mais elétricas se sobressaem um pouco as mais tranqüilas. Começa com “O Capa Dura”, que traz baixo em primeiro plano e uma guitarra oitentista cortando a canção. “Você Já Teve Mais Cabelo”, é dançante, tem guitarra funk e serve para tocar em qualquer festa bacana.
“O Radar” tem uma grande melodia e versos como “meu coração é um sdx a espera de uma ameaça maior que eu não sei de onde há de vir.”. “Cá Entre Nós” é um dueto forte e bem feito com Vanessa Krongold (Ludov), onde a letra afirma que “o silêncio entre nós é panela de pressão”. “O Tiro, A Fuga” é bem ritmada, completamente pop, pop esse que aparece com um maior acento em “Hedonismo de Um Domador”, a próxima a tocar.
“O Inimigo”, abre a segunda parte, com vocal quase sem acompanhamento, migrando para um refrão cantado em conjunto, com um leve toque gospel. “A Solidão dos Plânctons” é um indie pop que flerta com psicodelia. “Esperando o Céu Ruir”, traz Carlos Daitschmann declamando a letra, enquanto “Gloss”, meio brega, vem com: “seu gloss em meu peito ficou, com ele eu morro feliz”. Bacanuda. “Terraço” flerta com os 80’s e “A Balada da Contramão” traz violões e piano.
Em “A Força do Hábito”, o Poléxia produziu um dos melhores trabalhos do ano, conseguindo flutuar entre pop e rock, comercial e alternativo, triste e alegre, sem maiores dificuldades. As participações especiais (John Ulhoa do Pato Fu, além de músicos do Ludov, Sabonetes, Nevilton e Anacrônica) só engrandecem o resultado. Em seu disco “póstumo”, o Poléxia crava um bonito registro, saindo de cena de maneira requintada.
O disco está com download gratuito no site oficial da banda: http://www.polexia.com.br
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