Prólogo: 08 de novembro de 2008. Vila dos Galpões, São Paulo. Dia marcado para a segunda edição do Festival Planeta Terra. Um dia que ficará para sempre marcado na memória de grande parte dos 15 mil presentes.
Quando cheguei no complexo que abrigaria o festival, já tinha rolado coisas legais como Vanguart (que queria muito ver) e Curumin. Cheguei no final da apresentação da Mallu Magalhães, mas nem dei muita atenção e saí direto para o palco indie, onde começaria um dos show mais esperados da noite, o Animal Collective. Infelizmente, a banda teve vários problemas técnicos de som e o seu experimentalismo ficou confuso e não conseguiu funcionar. Decepcionante.
Saí bem antes de terminar e me preparei para a maior expectativa da noite, os irmãos Reid e o seu Jesus And Mary Chain, banda seminal que marcou época com suas canções. Como a banda nunca primou por grandes shows, tudo estava meio incerto quanto a sua apresentação. Incerteza que foi jogada fora quando a banda destilou quinze músicas em mais ou menos uma hora de show. O repertório escolhido privelegiou clássicos e canções um pouco mais agitadas.
Começou com “Snakedriver”, “Head On” e “Far Gone And Out” e passou por “Happy When It Rains”, “Some Candy Talking”, “Blues From a Gun”, “Just Like Honey” e “Teenage Lust”, entre outras. Jim Reid cantava de maneira próxima ao sublime, enquanto baixo e bateria comandavam o transe hipnótico que abria caminho para as guitarras sujas de William Reid, com seus riffs minimalistas e certeiros. “Reverence” encerrou uma apresentação em que era comum ver as pessoas lagrimando e chorando. Muito, mas muito emocionante.
Depois do Jesus, tudo que viesse era lucro. O Offspring empolgou no palco principal, enquanto o Foals e o Spoon fizeram shows basntante comentados no palco indie (que não vi). Ainda teve o Bloc Party, que apesar de não ter visto, parece também não ter empolgado. O outro grande show da noite estava por vir. No palco indie, Kim Deal (Pixies) começou botando tudo para cima com seu Breeders. Apresentação quase impecável.
Calcando o repertório nos dois primeiros discos “Pod” e a pequena obra prima “Last Splash”, Kim Deal se divertiu, brincou, zoou e se emocionou com o público que cantou junto músicas como “No Aloha”, “Cannonbal”, “Saints”, Drivin´ On 9” e principalmente “Divine Hammer”. Ainda teve músicas dos Beatles (“Hapiness Is A Warm Gun) e The Amps no meio da história. Show para ficar na memória e ser lembrado por muitos e muitos anos.
Logo depois coube ao Kaiser Chiefs encerrar a noite. Muitos consideraram o melhor show da noite. Eu sinceramente não achei isso tudo. Apesar da banda ter um bom par de hits, ainda precisa evoluir muito no palco. Falta sal. Talvez funcionasse melhor no palco indie. Sai antes do meio da apresentação, pois minha missão já estava devidamente finalizada com os shows do Jesus e Breeders, em um festival muito profissional e organizado. Que venha 2009!!
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