terça-feira, 18 de novembro de 2008

"007 - Quantum Of Solace" - 2008

Ainda não dá para engolir o Daniel Craig no papel de 007. O ator não tem a metade do charme que Sean Connery, Roger Moore e até mesmo Pierce Brosnan emprestaram para o inglês espião que ganhou o mundo e rendeu milhões em bilheteria no decorrer dos anos, se tornando um ícone da cultura pop. Se você consegue passar por isso sem problema e gosta de filmes de ação, “007 - Quantum Of Solace” vai lhe agradar em cheio.
Esse “novo” 007, apesar de não trazer o charme dos filmes anteriores, ganha muito mais pontos no quesito “realidade”. Em determinados momentos, Daniel Craig até esboça alguns gracejos típicos do velho espião e convence bem melhor que na apenas razoável performance que fez no seu primeiro trabalho a frente do personagem. O 007 de hoje usa e abusa do seu poder físico. Sangra, se suja, apanha e diminui bastante as parafernálias tecnológicas.
A história de “Quantum Of Solace” começa imediatamente após o final de “Cassino Royale” na Itália, o que se a memória não me trai, é a primeira vez que acontece. Bond está em uma perseguição implacável de carro, que de entrada já tira um bom fôlego do espectador. A partir disso as cenas de perseguição invadem outros países como o Haiti, Áustria, Bolívia e Inglaterra e se estendem além das vias terrestres para o ar e o mar.
Bond age motivado pela vingança, em busca do assassino de Vésper (Eva Green) e de quem tentou lhe matar e também a M (Judi Dench). Para tanto se envolve no meio de uma grande tramóia internacional guiada por um inimigo desconhecido, uma corporação que se esconde muito bem e parece quase um fantasma. Na sua empreitada, Bond encontra a bela Camille (Olga Kurylenko), agente secreta do governo boliviano que também busca sua vingança pessoal.
No vigésimo segundo filme (e o mais curto) de sua carreira, James Bond precisa se adaptar as expectativas de um novo mundo. Tanto no que tange as novas configurações políticas e econômicas, quanto a exigência de um público totalmente novo, acostumado com games de uma realidade absurda. O diretor Marc Foster (de "Em Busca da Terra do Nunca") consegue fazer isso muito bem. Mas ainda fica no ar a missão de casar o “novo” Bond com o charme e maestria do “antigo” Bond. Sem o Daniel Craig no papel do agente, de preferência.

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