segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Stones In Exile" - 2010


Quem gosta de música geralmente procura maiores detalhes, tais como descobrir como um álbum foi concebido e gravado. “Stones In Exile” visa atender esse público e explana o processo de criação de uma obra-prima de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Lançado em DVD no ano passado, traz em pouco mais de uma hora várias informações e entrevistas sobre o álbum duplo “Exile On Main Street” lançado em 1972.

O documentário não tem nada de realmente novo, algo que os fãs já não tenham lido anteriormente. No entanto, quando uma história é realmente boa sempre é interessante ouvir novamente. E assim se faz. Ancorado em belas imagens da época fornecidas na maior parte pelo fotógrafo Dominique Tarlé, além de imagens de shows e depoimentos dos envolvidos (tanto os músicos quanto a produção), o filme agrada e consegue envolver o telespectador.

A história do disco se inicia com a saída da banda da Inglaterra para morar na França, a fim de fugir da alta taxação tributária da terra da rainha. Já na França, como não acham um lugar que possa providenciar a gravação de um novo disco, resolvem partir para o sótão da mansão que Keith Richards e a bela Anita Pallenberg moram, na calma região de Nellcôte, perto da cidade de Nice. Lá, em meio a uma quantidade considerável de drogas e álcool, o trabalho se desenvolve.

Entre as entrevistas (que são em boa parte retiradas das sessões feitas para o livro “According To Rolling Stones”) existem momentos realmente brilhantes, como quando Keith Richards define a relação dele com Mick Jagger: “Mick é o rock, eu sou o roll”, ou ainda quando o ex-baixista Bill Wyman retrata o nível de desleixo existente na casa, onde certa vez alguém simplesmente entrou e levou oito guitarras, um baixo e um saxofone sem ser visto ou notado. 

Algumas personalidades também aparecem para validar a obra, entre elas Benicio Del Toro, Jack White e Martin Scorsese, o que serve para corroborar a potência de um disco que na época não recebeu nenhuma crítica positiva, mas que se transformou no decorrer dos anos. Com grandes doses de crueza e ousadia, o Stones mergulhou de cabeça na sonoridade negra norte-americana e produziu um daqueles álbuns que vão ser apreciados por muitos e muitos anos.

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