quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada" - Greil Marcus

“Like a Rolling Stone” já recebeu diversas versões de artistas dos mais variados estilos e países desde que foi lançada em 20 de julho de 1965 por Bob Dylan. Dentro do vasto repertório desse monstro sagrado da música mundial, talvez seja a canção que melhor represente sua obra devido ao impacto que causou e a sua extensão e letra, que até hoje causa discussões sobre o real significado. Talvez também seja justo dizer que depois dela a música pop não foi mais a mesma.
“Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada” lançado aqui esse ano pela Companhia das Letras com 256 páginas, traz o jornalista e crítico musical Greil Marcus, dissecando a canção e traçando correlações sobre suas influências e legados. O autor nasceu em São Francisco nos USA em 1945 e entre outras coisas foi um dos primeiros editores da revista Rolling Stone. Ele é um especialista sobre a obra de Dylan, sendo capaz de esmiuçar detalhes de maneira intrigante.
O livro transita entre dois pólos para construir sua narrativa: o histórico e o crítico. No primeiro lado expõe dados, citações, fotos e informações das gravações, inseridas dentro do contexto mundial da época. Por algumas passagens, mesmo sendo interessante, acaba ficando um pouco chato pela abundância de informações, que poderiam ser suprimidas. No segundo lado, a narrativa se desenvolve melhor e Greil Marcus apesar de se mostrar demasiadamente fã, agrada mais.
Uma das partes mais saborosas do livro acontece no Epílogo, onde são transcritas boa parte das fitas iniciadas em 15 de junho de 1965 nos estúdios da Columbia Records em Nova York para a gravação da canção. Além de inserir o leitor no meio dessa sessão em particular, o deixando construir também um pouco desse clássico, Greil Marcus mostra a banda que contava com Michael Bloomfield e Al Kooper, arregimentados pela batuta do famoso produtor Tom Wilson.
Durante 1965 e depois dele muito aconteceu com Bob Dylan. Do ídolo folk ao traidor que usava guitarras elétricas, da troca de aplausos por vaias, da imersão no ostracismo até o ressurgimento impecável com os discos dos anos 90 em diante. Bob Dylan é uma figura única na música mundial dividindo com Beatles e Elvis Presley o alicerce mais básico do rock e “Like a Rolling Stone” com seus versos iniciais: “Unce a upon a time...” é a melhor das suas centenas de histórias.

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