quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Rio" - 2011

Quando “Rio” começa, vários pássaros voam e dançam em um ritmo alegre e contagiante, em meio a um cenário colorido e bonito. Esse toque de felicidade é estendido por toda a nova animação do diretor Carlos Saldanha (da franquia “A Era do Gelo”). Mesmo que em alguns momentos coisas ruins aconteçam, tudo é vertido mais para o tom de fanfarra do que propriamente a desgraça. Ela até existe, mas está muito encoberta no meio de tanta coisa boa.
Na sua nova animação Carlos Saldanha elabora um testemunho emocionante para sua cidade natal. O Rio de Janeiro aparece no que tem de melhor. Lá estão as paisagens estonteantes, a alegria da maioria dos seus habitantes e toda aquela aura de descontração que sempre lhe é vinculada. Os problemas ficam em segundo plano e nem poderia ser diferente, já que a intenção primordial de "Rio” é de ser um filme divertido e alegre, sem contra indicações.
Mas isso não quer dizer que seja um ótimo filme. É bonito? Sim, é muito bonito. É tecnicamente perfeito em criar detalhes e nuances? Sim, também é. O 3D funciona e faz diferença? Sim, e como funciona. Emociona? Em algumas passagens consegue esse feito. No entanto, falta a “Rio” um personagem que realmente se destaque e piadas que funcionem com mais frequencia. É tudo maravilhoso, etc. e tal, mas também é quase tudo plenamente esquecível.
Blu é uma arara azul que muito cedo é sequestrada e enviada para fora do país. Nos Estados Unidos encontra na menina Linda, uma parceira para o resto da vida. Quando anos depois um estudioso brasileiro chega a eles e informa que ele é o último macho da sua espécie e pede para sua dona que vá para o Rio de Janeiro a fim de salvar a espécie com a última fêmea que vive na cidade, Blu e Linda se metem em enrascadas para conseguir ficar juntos novamente.
Com uma trilha sonora bacana guiada por Sérgio Mendes (mas que poderia ser melhor se não tivesse tanta coisa internacional), “Rio” é um filme que explora a amizade e o amor com tons alegremente ostentados, mas esquece de produzir o algo mais. Por mais simpáticos que os personagens sejam (incluindo o Blu), não conseguem encantar. O único nome que realmente fica é o do amalucado cachorro Luís. O resto é bonitinho demais e ordinário de menos.

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