segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Shadows" - Teenage Fanclub - 2010

“O Teenage Fanclub lançou disco novo!”. A notícia que era esperada pelos fãs do grupo escocês finalmente virou verdade em 2010. O último lançamento da banda tinha sido o “Man-Made” em 2005 que carregava além das fantásticas e habituais melodias do grupo, uma temática um pouco mais triste. “Shadows”, apesar do nome, mostra Norman Blake, Gerard Love e Raymond McGuinley, a trinca esplêndida de compositores, olhando para os dias com mais alegria.
Com o guitarrista David McGowan e o baterista Francis MacDonald completando o time, o Teenage Fanclub concebe mais um álbum para fazer do mundo um lugar melhor de se estar. Lembrando discos seus como “Songs From Nothern Britain” de 1997 e o ótimo “Howdy!” de 2000, não deixa de lado as sempre citadas influências de The Byrds e Big Star, mas adiciona um pouco mais de Crosby, Stills, Nash & Young na mistura, além do próprio bardo canadense.
Já na faixa de abertura o ouvinte é fisgado pela isca e pelos versos “Às vezes eu não preciso acreditar em nada.” “Baby Lee” (que na introdução lembra “Island In The Sun” do Weezer), liberada mais cedo e o primeiro single do trabalho é para estar em qualquer coletânea que seja feita. O botão de voltar será utilizado algumas vezes. Nas próximas 10 faixas ouvimos violões, guitarras, teclados, pianos e arranjos de cordas trabalhando sempre em prol da melodia.
O clima meio desesperançoso ainda aparece vez ou outra, como em “The Fall”, porém é rebatido mais lá na frente na faixa “Live With The Seasons”, que canta sobre sentimentos para arrematar com felicidade juvenil em certo momento: “Eu vou viver sem razões/Quando eu estou aqui com você”. “Dark Clouds” é outro bom exemplo dessa assertiva com versos como: “Nuvens negras estão seguindo você/Mas elas vão se afastar/Eu vi a noite se transformando em um dia”.
A aura de certa juventude alongada está espalhada nas canções. Esses senhores que já passaram dos 40 anos são craques em parecer uma banda nova despontando no cenário, mesmo soando como se estivessem vivendo nos anos 60 e 70. Como o poeta Samuel Ullman escreveu um dia: “A juventude não é uma época da vida, é um estado de espírito”. Faixas como “Into The City”, “Shock And Awe”, When I Still Have Thee” e “The Back Of My Mind” comprovam isso.
“Shadows” não pode ser comparado com os clássicos “Bandwagonesque” de 1991 ou “Grand Prix” de 1995, mas consegue produzir brilho próprio e honrar com méritos a (excelente) discografia da banda. Quando “Today Never Ends” passa com sua melancolia bucólica e o disco chega ao final, a sensação é de extrema admiração por esses escoceses. Ter mais de 20 anos de estrada e ainda parecer vivo e querendo é uma tarefa complicadíssima. E eles tiram de letra.
Site oficial: http://www.teenagefanclub.com

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