sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Séries - “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.”

Depois do sucesso do filme dos Vingadores e dos personagens envolvidos diretamente nele, a Marvel resolveu se aventurar também no lucrativo mercado dos seriados televisivos. Sim, nesse mundão ninguém é lá muito besta e sendo assim o gancho para começar um novo produto foi devidamente aproveitado. Para essa missão, a empresa utilizou a sua agência de controle mundial, a S.H.I.E.L.D. (Strategic, Homeland Intervention, Enforcement and Logistics Division), criada pelos respeitados Stan Lee e Jack Kirby na segunda metade dos anos 60.

“Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.” estreou em setembro do ano passado e já passa dos 10 episódios da primeira temporada nesse momento. Produzida pelos estúdios da ABC em parceria com a Marvel, a série foi elaborada pelo experiente Joss Whedon (diretor do filme dos Vingadores, assim como da sequência prevista para 2015), seu irmão Jed Whedon e Maurissa Anne Tancharoen (de “Dollhouse”). Aqui no Brasil ela é transmitida pelo canal da Sony toda quinta feira, às 21hs.

Centrada no renascido agente Phil Coulson (Clark Gregg, que repete o papel feito nos filmes vinculados), o seriado tem como objetivo a resolução de casos estranhos e desconhecidos que aparecem em uma quantidade mais elevada depois da invasão alienígena vista no longa dos heróis mais poderosos da Terra. Para tanto, ele junta um time que conta com os braços e pernas de Melinda May (Ming-Na Wen) e Grant Ward (Brett Dalton), com a mente da dupla de jovens gênios Fitz (Ian de Caestecker) e Simmons (a bela Elizabeth Henstridge) e com as habilidades da hacker Skye (Chloe Bennet de “Nashville”).

É justo afirmar que em um primeiro momento a temática prometia, afinal a presença da S.H.I.E.L.D. nos quadrinhos proporcionou em momentos distintos boas histórias de traição, espionagem e heroísmo. Todavia, essa promessa inicial não dura muito e cai logo nos capítulos de abertura. O tom com que as tramas são desenvolvidas trafega entre as produções para a tevê com super-heróis dos anos 60, os filmes da trilogia “Homens de Preto”, dramas novelescos e muita obviedade. Nem as ligações com os filmes da franquia e as piadas internas sobre esses assuntos conseguem redimir os episódios.

Essa ligação com as películas, aliás, é que podia ser melhor explorada devido ao grande filão de oportunidades a ser preenchido. Quando são aproveitados esses ensejos, isso é feito de modo muito raso, pois a maior preocupação parece ser deixar a trama leve e agradável para o maior público da televisão. Nomes de personagens (vilões e agentes) dos quadrinhos até empolgam vez ou outra (como a Victoria Hand da atriz Saffra Burrows), mas ainda assim surgem transformados e com outras correlações que não as originais.

O que se vê em “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.”, na realidade, é que o objetivo maior é manter o selo “Vingadores” na mídia (mesmo indiretamente) e obviamente lucrar com o sucesso obtido. A qualidade, bom, a qualidade é algo secundário. Esse objetivo, ao que parece, vem sendo alcançado devido aos bons índices atuais de audiência, mesmo levando em consideração a constante queda. Porém, o que a série deixa mesmo de legado é o desapontamento de pegar um produto que poderia render absurdamente mais e não conseguir (ou querer) fazer isso.

Nota: 4,0

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Assista a um trailer legendado:



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