domingo, 23 de janeiro de 2011

"72 Horas" - 2010

Até onde você conseguiria ir pelo amor da sua vida? Que barreiras você ultrapassaria para ficar ao lado de quem gosta? Por mais que tais perguntas soem batidas e sem muito nexo nos dias atuais é nelas que o diretor Paul Haggis (de “Crash – No Limite”) ambientou o mais recente trabalho. “72 Horas” traz a história de um homem que vê da noite para o dia a vida ser destroçada e precisa ainda que por caminhos esburacados revelar uma força interior.
Russell Crowe é o professor universitário John Brennan, um americano de classe média casado com uma bonita mulher pela qual é apaixonado e tem um filho único. A esposa (interpretada por Elizabeth Banks de “Três Vezes Amor”) é presa dentro de casa acusada de assassinar sua chefe. Antes da cena da prisão, Paul Haggis mostra uma conversa entre e o casal e o irmão e a esposa dele, onde essa briga de trabalho foi alavancada em níveis bem grandes.
Após a esposa ser presa, John Brennan passa a criar o filho sozinho e não descansa em provar a inocência da mulher, que ao contrário do que seu coração indica tem imensas chances de ser culpada do crime, uma vez que as evidências são claras nesse sentido. Depois de três anos brigando no sistema judiciário e vendo suas chances caírem uma a uma, assim como sua própria sanidade, o professor universitário resolve trilhar uma nova estrada.
Como as saídas legais se esgotaram, ele trama uma fuga da prisão e para tanto se envolve e sofre grandes conseqüências no processo. O plano de fuga e como ele é construído consegue ser transportado para a tela como possível, mesmo levando em consideração o tratamento que um filme é capaz de dar e mostra um amor que foge da obsessão simples para se tornar quase que uma espécie de crença, uma religião interior na qual John precisa se apoiar.
“72 Horas” é adaptado do filme francês “Pour Elle” e tem o tipo de roteiro que poderia ser uma decepção em mãos menos competentes. No entanto, na direção de Paul Haggis e na interpretação de Russell Crowe (que se não chega a ser brilhante é plenamente crível) se revela um bom filme de drama e ao mesmo tempo policial. Só não é melhor ainda, pois na parte final resolve explicar muito as coisas e acaba perdendo um pouco da graça que havia conquistado.

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