Luiz Carlos dos Santos, mais conhecido pelo público como Luiz Melodia há tempos vinha prometendo um disco essencialmente de samba, promessa essa cumprida agora em 2007 com o ótimo “Estação Melodia”. No seu novo trabalho o carioca Melodia se debruça em sua maioria com sambas das décadas de 30,40 e 50, com um resultado bastante bonito.
Lançado pela Biscoito Fino e contando com a produção de Humberto Araújo, “Estação Melodia” mostra o artista quase que em sua totalidade como interprete, só assinando uma faixa “Nós Dois” com Renato Piau. No entanto, em determinado momento há de se imaginar que em todas as faixas há o envolvimento dele, devido a intensa identificação com que se relaciona com as canções.
Passeando por Cartola (“Tive Sim”), Oswaldo Melodia (seu pai que entra com “Não Me Quebro a Toa” e “Linda Tereza”), Geraldo Pereira (“Chegou a Bonitona”), Geraldo das Neves (“Papelão”) e Noel Rosa (“O Neguinho e a Senhorita”), entre outros não menos brilhantes, abre-se um tratado, um pacto com o ouvinte que sobrevive até o final, quando tupo pede para ser repetido.
Luiz Melodia brinca, manda e desmanda na sua estação, promovendo momentos de grande beleza ao adestrar o samba, adequar as batidas com sua voz e inserir toda sua categoria em faixas com mais de 50, 60 anos. Melodia, simples como sempre, está de bem com a vida e isso reflete bastante no trabalho, como canta em “Rei do Samba” de Miguel Lima e Arino Nunes, “...eu sei que não sou majestade/ Não tenho, nem quero coroa/ Eu quero é cantar na cidade...”.
Para quem admira sua carreira, isto já é muito mais do que suficiente.
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