Um disco com 11 músicas coverizadas dos anos 80, como “Wave Of Mutilation” do Pixies, “Boys Don´t Cry” do The Cure ou “So. Central Rain” do R.E.M, com certeza não representa novidade alguma, ainda mais agora que discos como esses são lançados como a grande novidade a fim de tampar a falta de criatividade ou a simples busca pelo sucesso fácil, provavelmente não merecendo serem ouvidos.
Ledo engano nesse caso. Como (quase) toda regra tem sua exceção, esse “Nineteenneighties” lançado ano passado pelo cantor norte americano Grant Lee Phillips é essa exceção. Uma ótima exceção.
Primeiro, porque o cara com certeza não precisa se ater a esses artifícios, visto que sua obra tanto na frente de sua ex-banda o Grant Lee Buffalo quanto em carreira solo, esbanja criatividade. Segundo, porque Grant Lee é o que podemos definir como um cara bacana, desses que ainda acreditam em palavras como sinceridade e honestidade.
Partindo desse pressuposto esse disco é uma pedra preciosa encrustada em algum lugar do passado. Todas as versões são competentes, ao lado do tradicional folk que o cantor tanto gosta de usar em meio a violões e pianos.
Desde as já citadas acima, até outras como a belíssima versão de “The Killing Moon” do Echo And The Bunnymen (provavelmente uma das 10 músicas que mais escutei nessa minha parca vida) ou a soberba “Age Of Consent” do New Order, fechando com um Morrisey mordaz das épocas de The Smiths em “Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me”.
Pode ir sem medo ao encontro dessas ótimas versões, para tocar num domingo a noite enquanto lê um livro (como foi meu caso ontem), ou para começar uma semana, ou ainda guardar dentro do mp3 player para sacar em momentos carentes de beleza. Grant Lee Phillips não é o cara, mas provavelmente faz parte da família.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
"Nineteenneighties" - Grant Lee Phillips - 2006
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