segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"Justiceiro Noir" - Frank Tieri, Paul Azaceta e Antonio Fuso

A vingança é uma espécie de justiça selvagem, escreveu o filósofo e escritor inglês Francis Bacon em meados do século XVII. Essa frase pode ser tranquilamente direcionada a Frank Castle, mais conhecido como Justiceiro, um dos personagens mais controversos dentro do Universo Marvel. Vingança é o que moveu inicialmente esta ambígua figura que depois a converteu em um deturpado senso de honra e de justiça, que inegavelmente o transforma em um clássico anti-herói.

Criado nos anos 70, o Justiceiro percorreu altos e baixos nos quadrinhos, mas mesmo assim se tornou uma peça importante do mundo a que pertence. Entre outubro de 2009 e janeiro de 2010, a Marvel também resolveu incluí-lo dentro da série intitulada “noir”, onde nomes como X-Men, Homem-Aranha, Homem de Ferro e Demolidor (o melhor resultado obtido) já haviam marcado presença. A Panini Comics publicou aqui no ano passado um encadernado juntando as quatro edições no ano passado, usando o mesmo molde dos demais.

A trama criada por Frank Tieri (Wolverine, The Darkness) atravessa as décadas de 1910, 1920 e 1930, mas se desenvolve realmente em 1935 na cidade de Nova York. Usa personalidades verdadeiras do período para dar mais substância a história do jovem que perde o pai e com o decorrer do tempo passa a percorrer criminosos sem perdão, a fim de vingar essa morte. Assim como uma novela transmitida na cidade pelo rádio sai pelas ruas caçando crimes e bandidos, tudo isso envolto a uma atmosfera sombria habilmente criada por Paul Azaceta e Antonio Fuso.

Quem já está habituado as histórias de Frank Castle não gostará tanto de “Justiceiro Noir” (a não ser que seja um fanático). Mesmo com a utilização dos vilões Retalho, Russo e Barracuda para uma melhor ambientação, o roteiro de Frank Tieri é confuso, pouco violento (para os padrões do protagonista) e não explora tanto alguns pontos fortes do personagem como a confiança e a audácia. Para novatos talvez agrade mais, até mesmo por conta da formidável arte que resulta na melhor parte desta minissérie.

Nota: 5,5

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