sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"Contra o Tempo" - 2011


Um trem é descarrilhado por conta da explosão de uma bomba e causa a morte de centenas de pessoas. O terrorista responsável pela tragédia já avisa que vai criar outra explosão, o que vai provocar a morte de mais gente. Com um novo projeto chamado “Código Fonte” para ser implementado, o exército tem a chance de retornar para algum passageiro do trem oito minutos antes que o acidente ocorra, nem que para isso tenha que expor um dos seus soldados a uma provação psicológica.

A questão de até onde o poder/governo pode chegar para salvar vidas, é apenas uma das perguntas que o diretor Duncan Jones faz em “Contra o Tempo”. Depois de estrear muito bem com “Lunar”, o filho de David Bowie investe novamente na ficção científica para elaborar o novo trabalho. Se na estreia tínhamos uma (boa) carta de intenções deixada sobre a mesa, neste novo filme esta carta ganha um tom mais conciso, virando quase um contrato, apesar da repetição de algumas normas e valores.

“Contra o Tempo” chegou aos cinemas brasileiros meses depois dos Estados Unidos e quase comete o erro de aterrisar próximo a disponibilização do DVD (lá fora já saiu). No filme, o capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal de “Entre Irmãos”) acorda em um trem cheio de desconhecidos com o intuito de procurar o responsável pelo atentado que irá vitimar a tantos. Sua última lembrança vem do Afeganistão e até ele direcionar os esforços para resolver o problema, passa por um lento processo.

Guiado externamente por Carol Goodwin (Vera Farmiga de “Amor Sem Escalas”), ele aos poucos vai descobrindo qual sua real situação, o que não é nem um pouco agradável, e precisa lidar com os dois perversos lados do jogo em que está inserido. Na verdade, a resolução do atentado é apenas a mola que o roteiro de Ben Ripley usa para impulsionar as perguntas e questionamentos que Duncan Jones provoca. Possíveis banalidades como “fazer a vida valer a pena”, ganham outros sentidos e contornos.

A relação de Colter e Carol remete a do astronauta e o robô Gerty explorada em “Lunar”, tratando de temas comuns como solidão, raiva, dor e desconforto. Essa exploração de vertentes parecidas, ainda não causa nenhum dano grave ao cinema de Duncan Jones (pelo contrário), mesmo que “Contra o Tempo” exiba também um grau menor de complexidade e uma entrega a soluções mais fáceis e de tranquila assimilação. Sendo, por enquanto, concessões que não estragam o ótimo resultado final.

Sobre “Lunar”, passe aqui.

Assista ao trailer: 

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