terça-feira, 17 de abril de 2012

"O Dublê do Diabo" - 2011


Em tese, qualquer cidadão pode optar em convencionar a vida para alguma causa, pensamento ou ideal. Esse direcionamento pode ser religioso, político, esportivo, cultural, social ou qualquer outro caminho que ele assim ache válido. Não é incomum que esse direcionamento sofra forte influência externa, seja da família, do trabalho ou mesmo dos governantes e do momento histórico que se vive. É mais ou menos aqui que podemos enquadrar o iraquiano Latif Yahia.

Em “O Dublê do Diabo”, filme do ano passado que ganhou lançamento nacional direto em DVD recentemente, o tema principal circula sobre a vida deste soldado que jovem foi “convencido” pelo filho mais velho de Saddam Hussein em servir como cópia para situações diversas, diminuindo assim o risco de assassinato nos atentados tão comuns que a família estava sujeita nos vários anos de ditadura e corrupção do poder a que submeteram o povo a quem deviam representar.

Com direção de Lee Tamahori (“007 - Um Novo Dia Para Morrer”) e roteiro de Michael Thomas (“Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool”), o longa é baseado no livro de Latif Yahia que narra essa triste e sádica jornada. Uday Suddam Hussein o recrutou para servir como sósia e então ele teve que conviver com os desmandos e desvarios pelos quais o primogênito era conhecido. De abuso sexual com adolescentes até tortura de atletas que não tinham bom desempenho. Insanidade total.

No papel do recruta dos jardins do inferno está o bom Dominic Cooper (“Capitão América - O Primeiro Vingador”) e no elenco temos também o resgate de Ludivine Sagnier, que um dia já foi extremamente deslumbrante em “Swimming Pool - À Beira da Piscina” em 2003, mas que agora já não ostenta o brilho de outrora. No meio da transformação de Latif Yahia em Uday Hussein existe toda uma evolução entre medo, aceitação, indignação, desespero e revolta.

Com as prerrogativas descritas acima, “O Dublê do Diabo” tinha potencial para ser um tremendo trabalho, porém esbarra em dois fatores que não ultrapassa. Primeiro, o tom de fantasia em certos casos atribuídos a história de Latif Yahia e segundo a preocupação constante em mostrar os exageros de Uday Hussein. Esses elementos, cortam a capacidade de se alcançar alguma grandeza e mesmo sendo um bom trabalho, não faz jus a história de cassação e extinção de liberdade a que se propõe.

P.S: O filme se passa entre o final dos anos 80 e metade dos 90 e tem a guerra do Golfo como pano de fundo.

Nota: 7,0

Assista ao trailer:



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