sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Defendor" - 2009

Arthur Poppington está na casa dos quarenta anos e tem uma vida totalmente desajustada. Primeiramente não é um dos seres mais espertos do planeta, na verdade passa bem longe disso. Trabalha no setor de obras da prefeitura local e vive escondido na oficina deste mesmo setor. No entanto, Arthur guarda um grande segredo. Ele também é o Defendor (isso mesmo, com “d”), um espécie de super herói que sai para combater a vilania e a maldade.
Essa é a história inicial de “Defendor” que chega aqui no Brasil diretamente para o DVD. Dirigido por Peter Stebbings (de “Regras do Amor”) e trazendo um Woody Harrelson impecável no papel do vigilante traumático e atrapalhado do título, é um filme que diverte bem, apesar de quase se perder em alguns momentos. Oscilando entre a comédia e o drama, “Defendor” é como um filme B, mas com uma tosquice bem produzida e lapidada.
O tema em si não é lá muito original, já foi (e será) visitado outras vezes. O diferencial é a atuação de Woody Harrelson, que parece cada vez mais brilhante em personagens como Arthur Poppington. O seu “herói”, além de ser um viciado em histórias de quadrinhos de segundo nível, se enche de bugigangas para combater o crime usando bolas de gude e vespas assassinas e ainda resolve se apaixonar por uma prostituta e lutar contra um chefão do crime.
A prostituta vivida por Kat Dennings (de “Uma Noite Com Amor e Música”), acaba sendo o engate que o diretor precisa para contar um pouco da história do personagem principal, mostrando assim o porquê dele fazer o que faz. Nesse ponto a história quase que desbanca para um drama chinfrim e para pretensas lições de moral. Ainda bem que não dura muito e logo volta, mesmo que em uma escala menor, para os desastres e desatinos do Defendor.
“Defendor” rende boas risadas (o intuito básico de toda comédia) e brinca com o desajuste social de uma maneira eficaz, ainda que de modo politicamente correto. O ponto fraco reside na vontade do diretor em também usar o roteiro para contar dramas familiares e tentar passar mensagens positivas sobre se importar, fazer a diferença ou alertar do perigo das drogas. Caso se concentrasse somente nas maluquices de Woody Harrelson, valeria bem mais.

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