quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

"Seres verdes ao redor" - Supercordas - 2006

Que tal um disco com o nome “Seres verdes ao redor: Música para samambaias, animais rastejantes e anfíbios marcianos”? Você se enquadraria em algum dos grupos caracterizados no subtítulo? Eu também achava que não, mas agora começo a pensar seriamente na minha descendência anfíbia marciana.

O disco acima lançado no final do ano passado é o segundo da banda carioca Supercordas formada por Valentino no baixo, Giraknob nas guitarras, Bonifrate nas guitarras, violões, teclados, vocais e Wakaplot na bateria e traz música pop por natureza embalada a barulhos diversos, algumas doses de lisergia, com cobertura de folk e space rock e recheada com uma boa e generosa quantia de tranqüilidade e diversão.

Desde o ano passado o som dessa banda carioca já vinha cativando um lugar no meu Windows Media Player quando baixei suas músicas diretamente do site da Trama (vai la:
http://www.tramavirtual.com.br/supercordas), incluindo o single que continha a ótima “Ruradélica”. O disco saiu, mas só em janeiro caiu em minhas mãos e sem sombra de dúvida merecia estar entre os melhores de 2006. Cometi uma injustiça.

Disco leve, desprentensioso, misturando Zé Rodrix com Bob Dylan, Flaming Lips com viola caipira. Faixas como a já citada “Ruradélica”, a romântica “Sobre o Frio”, a espirituosa “Frog Rock” ou as singelas “Sobre o Calor” e “3000 folhas” tratam sobre um mundo com toques e contornos especiais, com um clima as vezes até surreal, mas não menos interessante.

Mais sobre a banda, inclusive com o disco para venda e para escutar completo em:
http://supercordas.com.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

"Glitter in The Gutter" - Jesse Malin - 2007

Me deparei com “Glitter in The Gutter” do cantor de New York Jesse Malin, totalmente por acaso. Passeando eu uma das minhas comunidades do orkut, um comentário a favor do disco e a comparação com o cantor Ryan Adams me levaram a escutar. Ainda bem.

A ser lançado agora no final de fevereiro (e como sempre vazado antes na internet...), “Glitter in The Guther” é um disco poderoso do bom e velho rock americano, perdido em algum momento da carreira de Bruce Springsteen, passeando pelo universo de Tom Petty e viajando por alguns lugares do alt-country.

Vem repleto de participações especiais como a de Bruce Springesteen na belíssima “Broken Radio”, Josh Homme (Queens Of The Stone Age) tocando guitarra em "Tomorrow Night", Jakob Dylan (Wallflowers) em “Black Haired Girl” e Ryan Adams em “In The Modern World” e “Little Star”.

Um álbum com todas as canções boas é algo difícil de se ouvir hoje em dia, onde os artistas enchem seus trabalhos com canções medianas, no entanto, no caso de Jesse Mallin seu terceiro disco contêm em precisos 40 minutos, doze canções com uma grande força.

Além das já citadas acima, impossível ficar alheio a beleza de canções como “Love Streams” e “Bastards Of Young”, ou simplesmente não cantar junto em faixas como “Happy Ever After (Since You´re Love)”, “Lucinda” e “NY Nights”, essa última com um belo solo de guitarra que traz um algo mais.

Ótimo disco. Básico, sem firulas e poderoso. Rock quando tem que ser, balada quando assim o deseja, sem alterar em momento algum o resultado final. Grande e grata surpresa deste inicio de ano. No site do cantor dá para baixar gratuitamente algumas faixas:
http://www.jessemalin.com e pode-se escutar também algumas canções em: http://www.myspace.com/jessemalin .

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

“I Can´t Go On, I´ll Go On” - The Broken West - 2007


Tem uns discos que sem muita explicação colocamos para tocar e passamos a escutar frequentemente, às vezes até esquecendo de mudar. Grande parte dessas vezes, não se trata particularmente de nenhuma obra prima, mas um bocado de boas canções que te cativam e te fazem cantar junto sem perceber.

Foi nesse caminho o que aconteceu com “I Can´t Go On, I´ll Go On”, primeiro álbum da banda de Los Angeles, USA, The Broken West lançado agora em 2007. Estava aqui entre outros esperando a vez de invadir o Windows Media Player e quando entrou não quis sair mais.

Formado por Ross Flournoy (guitarras e vocais); Dan Iead (guitarras e backing vocals); Brian Whelan (baixo e backing vocals); Rob McCorkindale (bateria) e Scott Claassen (teclados), o The Broken West faz um powerpop vigoroso e melódico, lembrando bastante o Teenage Fanclub, mas também mostra influencias de Big Star, The Kinks, Beach Boys e Beatles, evidentemente.

“Down in The Valley” tem aquela melodia prazerosa de ser ouvida, com guitarras bem feitas e um ritmo perfeito puxando um refrão pop por natureza. A ótima “Shiftee” chega a lembrar as baladas do Screaming Tress e “Hale Sunrise” evoca os anos 60 com louvor e méritos.

Todas as canções tem aquele clima de uma bela manhã, feitas para se colocar bem alto no som enquanto praticamos alguma tarefa pela casa ou no trabalho, enchendo o ar com um clima gostoso, deixando para trás por completo o mau humor que possa existir em um dia ruim.

Com grandes influências bem dosadas e executadas, temos um disco redondinho que ganha mais força a partir do momento em que escutamos mais. Muito bom!. Entre no My Space dos caras e escute algumas faixas:
http://www.myspace.com/thebrokenwest .

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Rocky Balboa - 2007

Nostalgia pode ser uma palavra ruim, pode significar acomodação e dependência do passado, mas também pode representar boas lembranças de atos e fatos que marcaram tua vida, que fizeram parte da tua pequena história. Neste último fim de semana quando entrei no cinema para assistir “Rocky Balboa”, foi mais ou menos esse segundo tipo a minha sensação.

Realmente acho que fica difícil para os adolescentes de hoje com seus games e acostumados com efeitos especiais como “O Senhor dos Anéis” gostarem do personagem criado por Sylvester Stallone em 1976, conquistando o mundo pelas décadas de 80 e inicio de 90.

Desde o lançamento do primeiro filme em 1976, que rendeu Oscar de melhor filme, diretor e edição já se passaram 30 anos. É muito tempo. As pessoas se transformam em 5 anos, imagine em 30. É uma eternidade. E com essa perspectiva é que Sylvester Stallone nos apresenta o sexto filme da franquia, trabalhando temas comuns de quando se está envelhecendo.

A grande sacada do filme é não focar na luta em especial, apesar desta ser o fio condutor da trama, mas sim concentrar suas idéias em um drama pessoal e comum, que nos remete ao mesmo Rocky inseguro, simples e bonachão do início. Parece que o personagem é real, como um antigo conhecido que de repente nos aparece de novo.

Sem um sucesso comercial desde 1993 quando estrelou “Risco Total” Stallone se confunde com seu personagem. Em entrevista a Revista Set mês passado disse: “Rocky e eu somos muito parecidos. Tive excelentes momentos e com certeza já passei do meu auge. Embora tenha sido uma ótima jornada.” O que é a mais pura verdade.

No novo filme, encontramos o ex-campeão mundial dos pesos pesados sendo proprietário de um pequeno restaurante que leva o nome de sua amada esposa Adrian (Tália Shire) que já faleceu. Rocky se encontra em uma vida de nostalgia, sem a esposa, meio que abandonado pelo filho Robert Jr. (Milo Ventimiglia) que passa o tempo em um escritório, contando casos dos “bons tempos” das suas lutas homéricas para seus clientes. Sua vida perdeu grande parte do sentido.

No outro lado, temos um atual campeão mundial de boxe Mason “The Line” Dixon (Antonio Tarver) que está sendo duramente questionado por suas lutas serem muito fáceis, muito tranqüilas. Nesse contexto a Espn (canal de esporte) apresenta uma simulação entre os dois, passado e presente, onde Rocky ganhando a luta, mexendo com o imaginário de todos.

Em meio a suas inseguranças e com uma imensa necessidade de se sentir importante novamente, Rocky aceita o desafio proposto pelos empresários do atual campeão, contando com a ajuda de Paulie (Burt Young), seu cunhado, o que nos produz bons diálogos, em um dos melhores momentos do filme.

Partindo da premissa de quão a vida pode se tornar sem graça com o decorrer dos tempos, misturando sua vida pessoal com a do seu personagem, Stallone retorna aos bons tempos produzindo um filme repleto de dramas pessoais, embalados numa grande caixa chamada nostalgia.

Tente não se emocionar ao ouvir “Gonna Fly Now” novamente, enquanto Rocky sobe as escadas do Museu de Arte da Filadélfia, cena até hoje bastante copiada na vida real. Como diz o slogan do longa: “Nada acaba antes do final”. Assino embaixo, apesar de ter muita gente que não entenderá.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

A Conquista da Honra (Flags Of Our Fathers) - 2007

Uma nação precisa de heróis, precisa de mitos, precisa de lendas a serem contadas de tempos em tempos. Ainda mais quando a nação em questão são os Estados Unidos da América, envolvidos historicamente em batalhas e mais batalhas, alimentando seu povo, seus sonhos e sua política com boas doses dessa bebida.

Essa é a premissa ao redor de “A Conquista da Honra (Flags Of Our Fathers)” mais recente filme do premiadíssimo diretor Clint Eastwood (Oscar de melhor diretor por “Menina de Ouro” e “Os Imperdoáveis”) e a primeira parte de um projeto que ainda vai trazer as cinemas nacionais, “Cartas de Iwo Jima” que concorre ao Oscar desse ano.

Apoiado em um tema que parecia esgotado (Segunda Guerra Mundial), o diretor consegue extrair um resultado brilhante e poderoso. Tratando de uma real batalha em 1945 na ilha de Iwo Jima no Japão, que foi crucial para o desfecho do combate, contando com um massacre em grandes proporções para os dois lados.

Clint Eastwood traz nessa primeira parte o lado americano da história baseado no livro homônimo de James Bradley, filho de um dos personagens principais da trama, lançado em 2000 e que foi bastante vendido. Nesse lado americano, ao mesmo tempo em que mostra a guerra, o diretor foca principalmente no pós guerra dos personagens, configurando um drama competentíssimo.

Durante essa batalha, seis jovens levantam uma bandeira dos EUA na destruída ilha japonesa e são fotografados nesse momento. Finda a batalha a foto chega na mão do governo americano que decide usá-la para promover a guerra e arrecadar fundos para continuar. Dos seis jovens envolvidos, apenas três estão vivos e carregam uma pequena farsa entre eles.

Cabe lembrar que os EUA só entraram na Segunda Guerra Mundial, porque foram praticamente “forçados” a isso, o país estava quebrado e a guerra passava a consumir os recursos que restavam. Essa foto encheu o povo (já tendencioso a isso) com um patriotismo elevado, sendo essa chance aproveitada com os três sobreviventes que passaram a vender bônus durante uma turnê pelos quatro cantos da sua terra natal.

Dentre os três sobreviventes, está Ira Hayes um descendente de indígenas que é onde Eastwood carrega boa parte do seu drama, mostrando uma sociedade contraída e racista até mesmo para com seus ditos “heróis”. Por outro lado, o espírito de lealdade e amizade construído na guerra é resaltado, mostrando que a briga dos jovens que ali estavam não era pelo seu país, mas sim para salvar sua pele e do parceiro que consigo estava.

É até redundante dizer que a parte técnica é perfeita, principalmente a fotografia e a montagem precisa que dão ritmo a história, uma vez que o diretor sempre se esmerou em todas as partes do processo. Com um elenco nas mãos e contando com o dedo de Steven Spilberg na produção, o novo filme de Clint Eastwood impressiona pela sua força e vigor explorando o lado humano da guerra e expondo as fragilidades do processo inerente a ela.

Um grande filme, que espera o desfecho com “Cartas de Iwo Jima”, mostrando o lado japonês da batalha, consolidando assim num drama de guerra para entrar para o rol dos clássicos.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Velvet Underground - The Norman Dolph Acetate - 1966


Assunto mais comentado nos últimos dois dias no universo rock, indie e pop, está sendo a versão preliminar do seminal disco de estréia do Velvet Underground em 1967, o fundamental disco da banana. A versão em acetato (mais delicada que o vinil) caiu na rede mundial de computadores.
Em 25 de abril de 1966 a banda gravava um esboço do que viria pela frente. "Cool" por nascimento com versões diferentes de clássicos como "Heroin" e "Femme Fatale", o chiado do antigo vinil permeando as canções, a genialidade de Lou Reed e John Cale invadindo o fone de ouvido.
Para download, canção por canção no endereço:
http://returntotaste.multiply.com/music/item/58 .
Beleza rara de uma das maiores e mais importantes bandas de todos os tempos.



quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A Procura da Felicidade (The Pursuit Of Happynes) - 2007

“A Procura da Felicidade (The Pursuit Of Happynes)” que estreou nos cinemas nacionais recentemente traz como carro chefe o astro hollywoodiano Will Smith, sendo baseado em uma história verídica que ocorreu nos USA nos anos 80, tendo como diretor Gabriele Muccino (“O Último Beijo”) e roteiro de Steve Conrad (“O Sol de Cada Manhã”).

O longa tem espírito de Hollywood por completo em suas veias e cenas. Repleto de clichês, explorações e apelações sentimentais, fantasiando ao máximo a real história, enchendo a mesma do clima de “épico” cotidiano que tanto gosto faz ao grande público, permeando desilusões que nunca afetam a força de vencer.

Agora que já sabe de tudo isso, esqueça e se deixe levar pois o filme realmente emociona. Emociona o cara comum, o cara que é pai, o filho que perdeu o pai recentemente (como este que escreve), o cara que quer ser pai, o cara que não teve pai. A relação entre pai e filho é o grande fio condutor da trama que mostra a luta de Chris Gardner por um futuro melhor.

Por incrível que possa parecer quem traz toda essa carga de emoção é Will Smith, que no colo do seu personagem aparece com uma atuação surpreendentemente boa que lhe rendeu uma indicação (justa) ao Oscar desse ano. A direção não conta com firulas, sendo de um mais do mesmo tremendo, o que enaltece ainda mais a atuação do ator.

Contando a história de Gardner, um homem de família que luta para sobreviver e manter a família unida e por conseqüência seu relacionamento com sua esposa Linda (Thandie Newton de “Crash”) que está prestes a desabar, afetando diretamente seu filho de cinco anos Christopher (Jaden Smith, filho do ator na vida real).

Na corda bamba de sua vida de vendedor e abandonado pela esposa, Gardner põe na cabeça em ser um corretor da bolsa em São Francisco, onde é aceito para um programa de estágio que durará seis meses, concorrendo com mais 19 pessoas e que não lhe trará retorno garantido. No meio de tudo isso, ele precisa viver junto com seu filho, que apesar de todas as adversidades sempre recebe carinho e atenção do seu pai.

Um filme tipicamente fadado ao sucesso, com a fórmula dos grandes estúdios para não dar errado. Um filme que fantasia que qualquer um pode alcançar o sucesso, o que sabemos que não é bem assim, histórias assim são uma em um milhão, ainda mais em um país que nem o nosso com tantas pessoas marginalizadas a beira da sociedade.

Não levando em consideração esse fato e toda sua implicação na sociedade real, a relação entre pai e filho emociona e faz de “A Procura da Felicidade” (o “happynes” do titulo é proposital, não está errado, pode ver o filme...) um longa que vale a pena ser visto.

Se tivesse que dar uma nota (e já dando), seria um 7.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

"Myths of the Near Future" - Klaxons - 2007

“Este país precisa de festa. Este país precisa de nós”, com esse tom de pretensão na declaração quando começava seu caminho nas pistas de danças inglesas, o Klaxons, mais nova “melhor banda dos últimos tempos da última semana”, indicava mais ou menos para o que veio na cena pop mundial.

E no que tange a parte da festa, Jamie Reynolds (Baixo e voz), James Righton (Voz, programações e teclado) e Simon Taylor Davis (Guitarra) cumprem o que dizem. Seu primeiro disco “Myths of the Near Future”, lançado no último dia 29 de janeiro é para tocar e fazer dançar.

Juntando o rock, o punk e misturando com elementos de acid house, incluindo sirenes e barulhos diversos, a banda está na ponta de lança do que os críticos ingleses vem chamando de “New Rave” (inventaram mais essa!!). Junte a isso cores berrantes, bem berrantes (tá duvidando entra no site dos caras:
http://www.klaxons.net), viagens futuristas e a alegria está feita.

A mídia inglesa sempre “inventa” uma banda a cada ano, caso como o do Arctic Monkeys (que vejam só, vai ter a produção do seu segundo disco a cargo de James Righton do Klaxons), gerando badalação, capas de revistas e “hype” geral da comunidade pop.

Tire tudo isso e esqueça essas discussões, o que interessa no final das contas é que em seu disco de estréia esses ingleses fizeram um punhado de canções de não deixar ninguém parado. Já estava rolando há algum tempo os singles “Gravity´s Rainbow” e “Atlantis to Interzone”, duas pedreiras da melhor qualidade.

Mas pode-se destacar também “Magick” com uma sirene em volume máximo abrindo para a música (daí a história da rave), a mais ou menos tranqüila “As Above, So Below” e as dançantes “Isle Of Her” e “Golden Skans”, essa última com uma melodia e um punch daqueles de grudar na cabeça.

Ok, já ouvimos isso antes, é verdade. Bandas como Stone Roses e Happy Mondays já exploraram isso há tempos atrás. Ok, a mídia realmente cria ídolos onde eles não existem e não é diferente no caso do Klaxons, mas retire tudo isso e curta um disco bem bacana com canções para dançar e abrir um sorriso no rosto, canções para cima que transformam este “Myths of the Near Future”, em uma das boas surpresas deste inicio de ano.

Escute algumas faixas no site da Trama Virtual:
http://tramavirtual.uol.com.br/klaxons e curta a diversão.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

"No Promises" - Carla Bruni - 2007

A italiana Carla Bruni foi uma modelo de sucesso nos anos 90, predileta de nomes como Christian Dior, alcançando sucesso e fama no mundo fashion. Em 2002, a ex-modelo resolveu se arriscar no campo da música, lançando “Quelqu´un m´a dit”, com letras em francês e que vendeu 1,2 milhões de cópias na França e 800 mil no resto do mundo (uma canção sua entrou até para trilha de novela global).

Aos 38 anos, Carla Bruni chega ao seu segundo disco “No Promises” em que deixa a língua francesa de lado e canta em inglês que de acordo com a cantora não era intencional, mas sim pois teve um bloqueio de compor em francês. Por causa desse bloqueio utilizou como letras, partes de poemas de escritores como W. B. Yeats e Emily Dickinson, gerando um bom resultado.

Com canções baseadas quase que em sua totalidade no violão, temos um trabalho pop muito bem feito e produzido, com romantismo e sensualidade ainda que não de maneira descarada. “Those Dancing Days Are Gone” a faixa de abertura, tem uma levada suave que ganha força na voz rouca da cantora.

Outros bons destaques são “Autumm” com uma gaita de fundo dando charme, “I Felt My Life with Both My Ha” com uma guitarrinha largada de tempos em tempos e “Afternoon” pelo ritmo em que a letra é jogada misturando uma certa urgência com uma quase declamação.

Disco para se escutar namorando, para começar um dia, para relaxar ou servir de som ambiente, mais principalmente para ocasiões em que o clima de romantismo esteja pairando pelo ar. Além disso, tem uma das capas mais belas dos últimos tempos, que sozinha já valia a pena. Simples e bonito esse “No Promises”.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

"Zero" (EP) - Attack Fantasma - 2007

Elder Fernandes, ou Elfer Effe foi um dos fundadores do Suzana Flag, tocando baixo, compondo e cantando se confundia com a própria identidade da banda, que alçou vôos bem distantes. Ano passado em vias de gravar o segundo disco, ele resolveu sair e fazer seu próprio caminho.

E esse caminho aparece agora com “Zero” primeiro EP com sua nova banda o Attack Fantasma, montanda junto com o guitarrista Daniel C., também ex-Suzana Flag e Régi, baterista da banda Norman Bates. “Zero” é o novo começo do músico que tenta e procura encontrar outras sonoridades.

“120” é a primeira música do EP trazendo um riff de guitarra rasteiro embalado com um baixo pulsando e ditando o ritmo da canção, com uma urgência que disfarça um pouco a antiga fórmula já usada na sua antiga banda.

“Central” vem depois como uma espécie de redenção. Apesar das guitarras, aqui a música vem embalada por violões e efeitos que trazem um folk-rock de excelência pop, grudando o refrão e trazendo versos como: “As vezes eu olho para você/como se fosse a última vez...” e “Eu vou embora mas eu deixo você/ e não demora é tudo de novo/ você dispersa e eu vou central...”. Retrato da separação? Pode ser.

“Vetores” começa com um quê de experimentação na bateria sufocada até que o baixo e o violão entram para manter o mesmo clima da faixa anterior, mas com toques de psicodelismo que deixam um toque especial no ar.

“Cidade dos Mortos” é puro rock n´ roll com abertura de bateria punk rock e uma bela linha de baixo abrindo espaço para a canção. Pop perfeito. “Amor Rock” vem mais powerpop e tem cara de hit com seus dois minutos e pouco, fechando o EP em grande estilo.

“Zero” aponta novos caminhos para Elder Effe na sua musicalidade, apesar de a temática das letras e as canções em primeira pessoa remeterem a sua banda anterior, o que é normal devido ao pouco tempo do seu novo projeto. No entanto, faixas como “Central” e “Cidade dos Mortos” indicam um futuro bastante interessante e de qualidade para o Attack Fantasma.

Baixe o EP de graça aqui:
http://www.roquenroubeibe.com.br/attack/index.html
E que venha o primeiro disco.