terça-feira, 6 de junho de 2017

Quadrinhos: "“Luke Cage e Punho de Ferro – Edição 1 – Eles Voltaram” e "Esquadrão Amazônia"


Mantendo o plano traçado já há algum tempo a Marvel faz novas revistas a partir do ponto em que seus personagens ganham adaptações para o cinema ou televisão. Personagens até então sem muito chance de encabeçar uma publicação, reaparecem por conta disso. A dupla Luke Cage e Punho de Ferro é mais um exemplo da diretriz, por conta das séries do Netflix. A Panini Comics coloca no mercado nacional um volume com 116 páginas contendo as edições de 1 a 5 de “Power Man and Iron First” impresso nos EUA entre abril e maio de 2016. Nesta nova incursão da dupla o roteiro ficou com David F. Walker (Liga da Justiça) e a arte com Sanford Greene (Deadpool). O estilo escolhido pela dupla e pela empresa para essa viagem corrente foi extremamente leve, ambientando na mesma seara dos personagens mais engraçadinhos da editora. Fica óbvio e latente o desejo de agregar um público mais jovem, o que por si só sempre é louvável para revigorar antigas ideias, no entanto é de se esperar que a qualidade venha junto com esse desejo. O roteiro é repleto de piadas e tiradas “engraçadas”, que funcionam verdadeiramente poucas vezes, mas consegue respeitar a história da dupla e os eventos em que estiveram inseridos nos últimos anos, o que é um alento. A arte, por sua vez, opta por ser mais cartunesca, caricata, com destaque para expressões faciais espirituosas, o que convenhamos não funciona bem. Como o título já denuncia, “Luke Cage e Punho de Ferro – Edição 1 – Eles Voltaram”, trata da dupla trabalhando nos tempos dos Heróis de Aluguel, a princípio para ajudar uma ex-secretária que acaba de sair da cadeia. Com envolvimento de nomes conhecidos e muita magia no meio, esse início é fraco e só rende bons momentos no fim com a trapalhada que envolve acidentes e um programa de rádio, nada além disso.

Nota: 4,0


O Esquadrão Amazônia foi criado e utilizado como peça promocional no início dos anos 2000 para uma empresa de telefonia da região norte por Joe Bennett, hoje um experiente artista da Marvel e DC. O quadrinhista já espalhou talento por revistas como Homem-Aranha e Vingadores, entre tantas outras. Bennett é paraense, assim como Alan Yango criador do poderoso Maximus, que vem publicando com a regularidade que é possível. Os dois decidiram reviver a ideia de um grupo de super-heróis oriundos da Amazônia e lançaram o projeto para financiamento coletivo, sendo que o primeiro número dessa jornada inicial foi lançado oficialmente no final de 2016. “Esquadrão Amazônia” tem roteiro dividido pela dupla e arte de Bennett com auxílio de Alan Patrick. O resultado em 46 páginas aponta para uma equipe de indivíduos com relação direta com o norte que levam nomes como Açu, Jurema, Búfalo, Onça, Sucuri, Iara e Aruã. Para forjar os poderes são utilizados mitos, tradições, lendas e folclores, um mundo vasto e poderoso nesse sentido. Com a inserção do Maximus na edição, pensa-se mais além ainda, na ambição de um universo próprio compartilhado por todos. A trama de origem em si, a exemplo de outras equipes famosas nos quadrinhos, é simples e funcional. Para deter uma grande ameaça (alienígena, no caso aqui), vários indivíduos com dons e habilidades se reúnem para evitar o caos e destruição. Se isso não apresenta nada de muito novo, planta, porém, a semente para histórias mais elaboradas no futuro. A arte merece destaque não somente pelo traço habilidoso de Bennett, como também por retratar no cenário e nos coadjuvantes a cidade de Belém e suas peculiaridades, assim como as da região. É inegável o apelo que “Esquadrão Amazônia” estampa nessa ressuscitada, tanto para o quadrinho nacional, quanto pela expansão do mercado e fica a torcida para que como está escrito na contracapa a aventura esteja realmente apenas começando.

Nota: 7,5




Nenhum comentário: