sábado, 18 de junho de 2016

Quadrinhos: “O Outro Cão que Guarda As Estrelas” e “Constantine: Hellblazer – Fantasmas do Passado”

 

Em 2008 o artista japonês Takashi Murakami lançou o mangá “O Cão Que Guarda Estrelas”, que posteriormente em 2014 ganhou edição nacional. A obra foi um sucesso de crítica e público, chegando até a virar filme, diga-se de passagem, com todo o mérito. Uma história emocionante e repleta de significados. Devido ao sucesso o autor se aventurou se não por uma continuação, mas em uma nova trama correlacionada diretamente a primeira. “O Outro Cão que Guarda As Estrelas” (Zoku Hoshi Namoru Inu, no original) chegou às livrarias japonesas em 2011 e ano passado ganhou edição nacional pela mesma JBC Editora com 176 páginas e tradução de Denis Kei Kimura. O foco agora é o que aconteceu com o outro cachorrinho que foi abandonado junto com o Happy, o protagonista anterior. Ele acaba sendo recolhido por uma reclamona senhora e essa parceria mudará a vida de ambos. Também apresenta outros personagens secundários oriundos de “O Cão Que Guardas Estrelas” e relaciona as duas coisas. Mesmo sendo algo que pode ser lido separadamente, esse novo trabalho de Takashi Murakami só existe em função do primeiro e utiliza das mesmas sensações e toques para criar a atmosfera e ambiente. Sensível e delicado, o livro exibe bons momentos, porém em uma análise fria é apenas mais do mesmo, novas variações sobre o mesmo tema, que buscam esticar uma obra de sucesso retirando ainda mais água de um poço que já parecia ter secado. Se isso é uma decisão válida artisticamente é complicado se afirmar, porém seria interessante ver Takashi Murakami deixando o seu maior sucesso em paz enquanto busca novas histórias com o toque lírico que possui. Lógico e evidente que boa parte dos fãs deve discordar disso e querer sempre mais, contudo isso é uma outra questão.

Nota: 6,0


John Constantine é uma das grandes criações do selo Vertigo da DC Comics. Oriundo da cabeça de Alan Moore na metade dos anos 80 é o exemplo absoluto do anti-herói, repleto de sarcasmo, cinismo e muitas atitudes nada lisonjeiras. De lá para cá, o mago já foi personagem de histórias fantásticas e quase nunca suas tramas são ruins, um fato e tanto devido a longevidade e a passagem por dezenas de autores distintos. “Constantine: Hellblazer – Fantasmas do Passado” que a Panini Comics lança esse ano aqui com 140 páginas em capa cartonada reúne as edições originais da revista de número 1 a 6 publicadas nos EUA entre junho de 2015 e janeiro de 2016 (e mais uma edição especial). Nessa nova roupagem pelas mãos dos roteiristas Ming Doyle e James Tynion IV e dos desenhistas Riley Rossmo e Vanesa Del Rey, Constantine está novamente perambulando pelo mundo sem muito o que fazer e sem local certo para onde ir até que os fantasmas que lhe acompanham representando todos os que morreram por culpa das suas burrices e trapaças começam a morrer novamente. Para que isso pare de ocorrer e ele tenha novamente sossego parte pelos submundos reais e da magia para descobrir quem está causando tanto estardalhaço. O que vemos a partir daí é um mergulho no passado e a reativação de antigos laços, para o bem e para o mal. Nessa nova visão que vem logo após o evento intitulado “Convergência” e inicia a fase do personagem na nova empreitada da editora chamada “DC & Você” (DC You, no original), as feições do mago estão um pouco diferentes e volta à tona com grande força a sua bissexualidade, há tempos renegada. Entre monstros, demônios, piadas e músicas temos uma boa história, com arte escura e repleta de sombras, mostrando um recomeço com vigor para o personagem.

Nota: 7,0


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