terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Quadrinhos: "The Witcher: A Casa de Vidro" e "O Capuz: O Sangue que vem das Pedras"

 

“The Witcher” foi criado no início dos anos 90 pelo escritor polonês Andrzej Sapkowski e de lá saltou para os games, se tornando um sucesso dentro desse mercado. Como é cada vez mais comum a história do caçador de monstros Geralt de Rívia saltou para outras mídias. Em 2014 a CD Projeckt RED dona dos direitos sobre a obra chamou a Dark Horse Comics para lançar uma série em quadrinhos. O resultado das primeiras 5 edições podemos ver aqui no Brasil em “The Witcher: A Casa de Vidro”, um vistoso encadernado da Media Pixel publicado no passado. Com 144 páginas apresenta roteiro de Paul Tobin (“The Bionic Woman”) e arte de Joe Querio (“Hellboy”) com o reforço de extras contendo capas alternativas, esboços e concepções. Geralt de Rívia é um híbrido entre bruxo e mago que segue por um mundo medieval salvando pessoas comuns de monstros e aberrações, desde que exista algum pagamento envolvido. Em uma de suas andanças se depara com um caçador à beira da água. Solitário como ele, rola certa empatia entre os dois depois de alguma comida e uns bons goles de vinho e resolvem seguir em parceria. Quando entram em uma floresta repleta de mistérios e criaturas assustadoras, as coisas começam a parecer bem diferentes do que se esperava no começo. O roteiro de Paul Tobin investe de maneira competente na tensão dos mistérios e adentra o universo do horror sem deixar de lado uma ou outra piada no caminho, assim como acerta no tom adulto da trama. Já a arte de Joe Querio conta com boas influências de Mike Mignola (não é por acaso que o artista aparece nos extras) e esse estilo serve bem ao tom escabroso e desvanecido que o trabalho pede. A grande vantagem dessa adaptação para os quadrinhos é ser uma história independente, por mais que ambientada na mesma atmosfera, conseguindo assim ser funcional para todos os leitores incluindo aqueles que não conhecem o game.

Nota: 7,0


Parker Robbins não é um cara dotado das qualidades mais nobres do mundo, temos que convir. Some-se a isso o fato que a vida não anda lá muito fácil e a pressão está para estourar a cabeça. A mãe está internada muito doente em um manicômio, a namorada ficou grávida e a grana anda curta porque os golpes que o primo arruma cada vez mais resultam em nada. Até a prostituta (quase amante) resolveu lhe encher o saco. É quando em mais um golpe furado e totalmente sem querer, acaba matando um ser estranho e ao roubar dele algumas coisas percebe que isso lhe dá alguns poderes como invisibilidade e o poder de voar. Resumindo: agora a vida vai melhorar. Ledo engano. “O Capuz: O Sangue que vem das Pedras” é um encadernado que a Panini Books lança agora no mercado (mesmo que a data da identificação seja de 2015) e reúne as edições 1 a 6 de “The Hood”, publicadas originalmente entre julho e dezembro de 2002. Com 148 páginas traz roteiro do ótimo Brian K. Vaughan (“Os Fugitivos”, “Ex-Machina”), desenhos de Kyle Holtz e arte final de Eric Powell. As histórias já haviam sido publicadas no país em outras revistas em meados dos anos 2000, mas agora aparecem juntas nesse arco de formação de um criminoso. Mesmo sendo um material antigo é uma publicação que tem bastante mérito. A construção do personagem pelas mãos de Brian K. Vaughan e sua relação com as “responsabilidades” que vem com os poderes é factível e sem pressa, e isso ajuda a arte nem tão inspirada assim de Kyle Holtz. É sempre interessante quando as grandes editoras dedicam histórias mais detalhadas sobre o mundo dos criminosos, trazendo um novo viés para o universo a que se está acostumado. Com temática mais adulta e uma trama fluida e eficaz, “O Capuz: O Sangue que vem das Pedras” se configura em uma ótima pedida.

Nota: 8,0




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