sábado, 17 de maio de 2014

“O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro" - 2014

Quando “O Espetacular Homem-Aranha” chegou aos cinemas em 2012 a desconfiança era elevada. Reiniciar a franquia do aracnídeo após o sucesso da trilogia comandada pelo diretor Sam Raimi e depois de tão pouco tempo (o último longa saiu em 2007) era no mínimo uma aposta arriscada. No comando desse recomeço estava o diretor Marc Webb de “500 Dias com Ela”. O resultado, como se viu nos cinemas, fazia jus a toda a desconfiança levantada antes e não acrescia praticamente nada na história do personagem na telona.

Apesar disso, o bonde seguiu em frente, e agora em 2014 o segundo filme dessa nova empreitada chegou aos cinemas. “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro”, tem a missão de redimir o primeiro trabalho, recolocar a franquia nos eixos e ser uma produção relevante (além, lógico, de gerar um belo lucro aos envolvidos). Na chefia está o mesmo Marc Webb, além do mesmo elenco base que conta com Andrew Garfield como o super-herói lançador de teias, Emma Stone como Gwen Stacy e Sally Field como a tia May.

Na trama, apresentam-se os motivos que fizeram o pai de Peter Parker sumir correlacionando este sumiço com as empresas Oscorp, ao mesmo tempo em que surge um novo vilão, o Electro. Se nos quadrinhos o vilão tem como maior objetivo a obtenção do lucro fácil, aqui ele ganha ares atormentados de adequação social e solidão. Jamie Foxx (“Django Livre”) interpreta o personagem em uma roupagem visual exagerada e burlesca, apesar da boa apresentação visual dos seus poderes quando utilizados.

Peter Parker está no meio disso tudo. Da descoberta da vida anterior do pai, das dificuldades do relacionamento com Gwen Stacy proibido pelo falecido pai da moça e da proteção a sua estimada cidade. A ideia de investir em um lado mais alegre do personagem, tendo como foco as piadas e gracinhas que fazem sucesso nos quadrinhos, fica mais clara que nunca. E apesar de funcionar vez ou outra, não flui bem na maioria do longa, como na passagem que ele atende a um celular enquanto cuida de um problema. Uma tentativa frágil de adequação aos nossos tempos.

Harry Osborn, figura primordial na história do herói e da primeira trilogia, é finalmente apresentando nesta nova fase. Dane DeHann (“Versos de Um Crime”) é o ator que cuida dessa roupagem recente e deixa de fora o alto astral e o estilo playboy do personagem para investir mais nos problemas familiares, repleto de dor e de tormento. A transferência de profundidade do protagonista para os coadjuvantes ocorre novamente e não atrai bons resultados. O Harry Osborn de Dane DeHann é mal construído, grotesco e com entradas forçadas.

Em “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro”, Marc Webb apresenta um filme ainda menor que o anterior, que vale somente pelas cenas de ação e pelas viagens do amigão da vizinhança pelos prédios. É muito pouco. Até a presença de Paul Giamatti como um criminoso russo passa batido. Para os fãs existem alguns agrados como o Rino (mesmo que descaracterizado e malfeito) e vislumbres do Abutre. Mas ainda sim é pouco. É longo demais, falta ritmo, falta estilo e boas atuações, e principalmente, falta uma trama a altura do herói.

Nota: 5,0


Assista a um trailer legendado:

 

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