sábado, 1 de setembro de 2012

"Aqui é o Meu Lugar" - 2012


“Lar é onde eu quero estar (...) me sinto dormente, queimo como um fraco coração...”

Esses são alguns dos versos iniciais da canção “This Must Be The Place (Naive Melody)” da banda norte-americana Talking Heads, originalmente lançada em 1983 no álbum “Speaking In Tongues”. Essa música do grupo ex-chefiado por David Byrne já ganhou várias versões no decorrer dos anos, indo de Counting Crows a Arcade Fire e mais recente deu nome a um filme de mesmo nome dirigido pelo italiano Paulo Sorrentino.

“Aqui é o Meu Lugar” (“This Must Be The Place”, no original) traz Sean Penn no papel de Cheyenne, um velho rockstar que ganhou um bom dinheiro nos anos 80 com sua música gótica e tristonha e hoje vive uma vida calma e tranquila dentro de uma mansão escondida em uma pequena cidade da Irlanda. Essa reclusão, que fica evidente quando a MTV tenta fazer contato para um programa, esconde bem mais do que aparenta.

Com aparência baseada em Robert Smith do The Cure, Sean Penn apresenta seu personagem com voz fraca e trejeitos femininos, além de um andar quase em câmera lenta, o que na verdade tem como objetivo realçar os vícios do passado, mas acaba soando forçado e desnecessário. Apesar de extrapolar o ridículo necessário para o papel, o ator exibe a coragem costumeira e deixa as próprias rugas e marcas bem a mostra.

Ao viver sem emoção alguma, como se estivesse em sono profundo, Cheyenne é despertado pela notícia do falecimento do pai, um judeu tradicional que ele não fala desde a juventude. Ao visitar o leito de morte nos Estados Unidos, acaba ingressando em uma missão. Essa missão que se transforma em um road-movie meio sem nexo, reside em achar o nazista que fez o pai sofrer durante os fatídicos dias da segunda guerra mundial.

Com roteiro fraco e confuso, o diretor Paolo Sorrentino tenta fazer do filme um exercício de estilo ao enquadrar imagens, esticar prazos ou delinear calmamente as ações, porém são floreios que não conseguem mascarar a fragilidade do trabalho e as incursões desnecessárias que são impostas para dar um toque “alternativo”. Nem Sean Penn salva o longa, que tem como melhor momento a participação de David Byrne tocando a faixa já citada acima.

P.S: A trilha sonora é outro ponto positivo e transmite certo alento no fim.

Nota: 5,5

Assista ao trailer:



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