Enquanto bandas repletas de mais do mesmo e qualidade duvidosa são alçadas pela grande mídia para o topo do rock nacional, este mesmo rock sobrevive longe dessa mídia completamente envenenada de modismo, produzindo a cada dia novas obras interessantes. É o caso dos gaúchos do Pública, que depois do ótimo “Polaris” de 2006, que trazia a bela “Long Plays”, lançam “Como Num Filme Sem Um Fim” nesse comecinho de 2009.
Pedro Metz (vocal e guitarra), "Guri" Assis Brasil (guitarra), João Amaro (pianos), Guilherme Almeida (baixo) e Cachaça (bateria) chegam ao segundo disco, afirmando uma identidade própria ainda que recheada de influências com teor marcante. O rock inglês que conduzia “Polaris” foi meio que deixado de lado e no novo trabalho percebe-se uma influência maior do rock alternativo americano dos anos 80, assim como outras coisas dessa década.
“Como Num Filme Sem Um Fim” começa com “Quarto das Armas” que chega com uma pequena viagem de uns 40 segundos precedendo a guitarra, para depois ser consumida em uma bonita melodia oitentista conduzida com os versos: “não vou mudar/porque eu sempre volto pro lugar/onde as almas e as crianças/teimam em brincar”. “1996” traz boas guitarras e lembra um pouco o Violeta de Outono.
“Canção do Exílio” é bem anos 80, com o baixo ditando o ritmo da canção e uma das melhores letras do disco. “Casa Abandonada” que aparece em seguida, tem status de hit. Tecladinho vintage e ritmo bacaninha, com direito até a metais lá pelo meio da canção, a transformam em uma das melhores canções de 2009 até agora. “Vozes” também é bem pop e um pouquinho mais pesada que as anteriores.
“Sessão da Tarde”, faz jus ao nome, leve e completamente nonsense, aplica fartas doses sessentistas embaladas com letra adolescente. “Há Dez Anos ou Mais”, é mais uma com letra bacana e volta seus olhos para o rock inglês. A faixa título tem o piano como condutor, para depois andar com um ritmo meio quebrado, com cordas invadindo, deixando tudo extremamente bom.
Um sino toca e dá a deixa para “Último Andar”, com o baixo tomando a frente envolto em uma melodia daquelas que te pega para cantarolar junto. “Justiceiro” começa com a bateria preparando a cama, para que o rock possa invadir. E para finalizar, tem “Luzes” que com seus quase sete minutos e espasmos de rock progressivo é a única que destoa um pouco da qualidade das demais canções do trabalho.
Com “Como Num Filme Sem Um Fim”, o Pública consegue evoluir e lançar um trabalho extremamente competente, mostrando assim como outras bandas, que o rock brazuca sobrevive bem, apesar da grande mídia não ligar muito para isso. A banda disponibilizou gratuitamente o disco no seu site, sendo que na Trama Virtual estão os dois álbuns para download. Corra lá e bote no player um dos grandes discos desse começo de ano.
My Space: http://www.myspace.com/publicarock
Site: http://www.publicaoficial.com/ Trama Virtual: http://tramavirtual.uol.com.br/publica
Nenhum comentário:
Postar um comentário