Com todo o alarde que já era esperado, com a bilheteria desejada pelos produtores e acima de tudo com a polêmica anunciada estreou neste fim de semana último nos cinemas do país “O Código da Vinci”, adaptação cinematográfica para o best seller do escritor americano Dan Brown, dirigida pelo diretor Ron Howard (do oscarizado “Uma mente brilhante”) e com Tom Hanks no papel principal. Em seu quarto livro, Dan Brown utilizou mais uma vez seu personagem Robert Langdon (que já constava em “Anjos e Demônios”), um professor de simbologia de Harvard (cátedra que não existe na realidade) para criar uma trama rica em suspense e tensão tendo como pano de fundo monumentos históricos, comunidades secretas, traições e uma verdade escondida através dos tempos, ou seja, o romance de Jesus com Maria Madalena, seu filho e a manutenção de sua descendência até os dias de hoje. Com isso Dan Brown arrumou uma verdadeira guerra com a igreja e aqueles que se julgam donos da moral e dos bons costumes no que tange a suas argumentações a respeito de Jesus Cristo (nada muito novo, diga-se de passagem), assim como aos historiadores em geral que reclamavam da não autenticidade da maioria das informações constantes no livro. O que foi esquecido é que as informações estão contidas em um livro de ficção, onde temos uma história que serve de suporte para o desenvolvimento de uma trama que horas se aproxima da realidade e horas se afasta dela. O direito de expressão ainda é plenamente aceitável no mundo atual (e espero que seja assim por muito tempo). Toda essa “guerra” lembrou a inquisição (guardadas as devidas proporções) e a queima de diversas obras importantíssimas pela igreja (“onde se queimam livros, se queimam pessoas”). È apenas ficção e assim deve ser entendida em primeiro plano. Evidente que depois de tudo isso Hollywood não ficaria atrás e partiu para a transposição do livro para a grande tela, o que rendeu novas brigas e continua rendendo. Dito isso vamos ao filme. Para grande decepção daqueles que gostaram do livro, o filme é apenas razoável. Até a metade o ritmo proposto e as revelações que vão surgindo na tela dão uma boa concepção a trama que no entanto vai se perdendo com o decorrer do longa e o seu fechamento. As atuações da dupla principal de personagens vivida por Tom Hanks e pela francesa Audrey Tatou (que vive a criptóloga Sophie Neveu) está bem simples, sem brilho algum e com pouco destaque individual. Tal destaque fica por conta das interpretações de Paul Bettany, impecável como o albino Silas e Ian McKellen como Sir Leigh Teabing, soberbo do começo ao fim. Como cinema “O Código da Vinci” não agrada muito, pois carece de um melhor desenvolvimento do roteiro, uma vez que quem não leu o livro provavelmente irá se enrolar com os fatos, assim como partes interessantes ficaram de fora e alguns personagens tiveram algumas mudanças leves. Como fenômeno pop, o filme renderá milhões para os bolsos de todos os envolvidos, provocará discussões (algumas bem interessantes, por sinal) e merece ser visto nem que seja para dizer “Eu vi também” e tirar suas próprias conclusões.
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