terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Lanterna Verde" - 2011

De todas as adaptações de quadrinhos que tem sido apresentadas no cinema nos últimos anos, uma das mais complicadas para ser feita era a do Lanterna Verde. O policial intergaláctico que é um dos personagens mais conhecidos da DC Comics, traz ao seu redor um universo que para ser capitaneado em todo seu potencial custaria alguns bons milhões de dólares, visto que são muitos os mundos e alienígenas para serem retratados, além do próprio esplendor da arma principal.

Essa arma principal, na verdade, é um anel verde que confere ao portador o poder de construir formas e construtos usando somente a imaginação casada com a vontade. É este anel que cai na mão de Hal Jordan (Ryan Reynolds), um piloto aéreo que tem como maiores virtudes ser impetuoso e corajoso, mas que esconde um drama por trás disso e acaba caminhando de mãos dadas com a irresponsabilidade. Uma irresponsabilidade que também pode ser vista como auto defesa. 

“Lanterna Verde” do diretor Martin Campbell (de trabalhos razoáveis como “A Lenda do Zorro” e “007-Cassino Royale”), busca mostrar a origem do herói e o primeiro grande desafio ao entrar na tropa, que é ajudar a destruir Parallax, uma entidade que usando o medo visa acabar com o próprio universo. Hal Jordan aprende a superar suas limitações e mesmo indo de encontro com a decisão dos imortais guardiões que criaram a tropa, acaba sendo aquele herói que o anel escolheu.

O personagem do Lanterna Verde nos quadrinhos, sempre rendeu os melhores momentos quando aliado a histórias conjuntas da tropa, ou mesmo na parceria com o Arqueiro Verde nos anos 70 e na Liga da Justiça junto Batman, Superman e outros. São raros os momentos em que o personagem foi realmente interessante sozinho. Mesmo quando morreu e renasceu em uma aventura de narrativa brilhante, os coadjuvantes também sobressaiam e serviam para engrandecer o resultado.

O grande erro do longa reside justamente nisso. Mostra Hal Jordan se acostumando com o anel, mas exagera na sua vida na Terra e na relação amorosa com Carol Ferris (Blake Lively), quando deveria se concentrar mais no universo de Oa (o planeta sede da tropa) e em outros nomes como Sinestro (Mark Strong). Quando opta em andar nessa estrada, o trabalho produz os únicos momentos que realmente valem a pena. Mas só isso é pouco, para que um filme possa ser classificado como bom.

No final, fica o tipo de trabalho que só agradará quem é fã extremado, pois “Lanterna Verde” é fraco, não tem ritmo e não consegue envolver o espectador na aventura e principalmente fica sem convencer nas decisões tomadas e nos rumos finais das soluções que o roteiro frustra ao conduzir. O legado do filme será só constar em qualquer listinha de piores adaptações de quadrinhos para o cinema que seja feita no futuro, além de ser um sério candidato ao Framboesa de Ouro.

Assista ao trailer:

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