sábado, 7 de agosto de 2010

"O Solista" - 2009

Jamie Foxx e Robert Downey Jr. são atores competentes com alguns papéis marcantes na carreira. Os dois contracenando no mesmo filme, pode ser entendido como prenúncio de um bom trabalho. “O Solista”, filme do ano passado que chegou em DVD recentemente carrega essa premissa inicial, mas por mais que os dois atores se esforcem e tenham atuações convincentes, não conseguem livrar o novo longa do diretor Joe Wright da alcunha de mediano.
Baseado em fatos reais, o que na maioria das vezes mais atrapalha do que ajuda, “O Solista” conta a história do jornalista Steve Lopez (Robert Downey Jr.). Colunista do Los Angeles Times, ele sofre um acidente meio sem sentido quando andava de bicicleta e a vida que já andava meio sem sentido, desanda de vez para aqueles dias (ou meses) sem graça. Quando volta ao trabalho e busca novas matérias, ele se depara com Nathaniel Ayers tocando violino na rua.
Em uma praça, embaixo de uma estátua de Beethoven, Nathaniel (Jamie Foxx) toca seu violino com apenas duas cordas, o que impressiona o colunista, bastando para ser a matéria que tanto procurava. Aí temos aquele chavão máximo da transformação da vida tanto de quem ajuda quanto de quem é ajudado. Não cair no sentimentalismo barato ou no paternalismo fácil é um obstáculo a ser contornado nesses casos e por mais que se esforce o longa não consegue a proeza.
A relação de Lopez com Nathaniel ganha uma dimensão que sai das páginas no jornal e leva até o prefeito a rever investimentos na área de assistência pública, já que só em Los Angeles existem mais de 90.000 sem teto e abrigos como o LAMP que aparece no filme, não são suficientes para controlar a demanda. Aí é onde o longa erra mais, aloprando nas licenças poéticas da música e sua relação com a cidade, como também na procura de redenção de Steve Lopez.
“O Solista” conta uma história bonita, isso não pode ser negado em nenhum momento. Histórias como essa é que fazem do mundo um lugar que ainda merece crenças de um futuro melhor e por conseqüência merecem ser contadas, no entanto contá-las em um tom sentimentalista demais acaba deixando essas histórias menores. Optar por um caminho em que o telespectador não seja tão facilmente abordado, infelizmente hoje é artigo raro no mundo do cinema.

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