quinta-feira, 12 de agosto de 2010

“Brian Wilson Reimagines Gershwin” - Brian Wilson - 2010

George Gershwin morreu em 1937 com apenas 38 anos, deixando para trás uma coleção de canções que marcaram a música norte americana para sempre. Junto com seu irmão Ira Gershwin, responsável por adicionar as letras em algumas dessas canções criou clássico atrás de clássico. Centenas de artistas das mais diversas esferas musicais já regravaram músicas suas como “Summertime”, “'S Wonderful” ou “They Can't Take That Away from Me”.
Brian Wilson, o homem por trás dos Beach Boys nos anos 60 sempre se mostrou fã de Gershwin, por mais que seus universos musicais não fossem basicamente os mesmos. Diz inclusive que a primeira canção que guarda na memória é “Rhapsody in Blue”, que não por acaso é a responsável por abrir e encerrar o seu mais recente trabalho “Brian Wilson Reimagines Gershwin”, um tributo elegante e repleto de classe para a obra de Gershwin.
Longe de ser somente uma homenagem vazia como tantas outras feitas, o álbum em questão traz Brian Wilson recriando esses clássicos para sua própria atmosfera que ganha aqui uma exclusiva e surpreendente roupagem de jazz e Rhythm and Blues em várias passagens. Os arranjos e orquestrações concebidos mostram a habitual categoria de Brian Wilson que explode com beleza nas harmonias vocais perfeitas, construídas minuciosamente.
O disco passa pelo jazz e pelo clássico com “The Like In I Love You”, “Summertime” e “I Loves You, Porgy”, embarca no tradicionalismo americano em “I Got Plenty O' Nuttin'”, encharca-se de blues em “It Ain't Necessarily So”, veste-se de domingo nas ensolaradas “'S Wonderful” e “They Can't Take That Away from Me”, invoca Frank Sinatra em “Love Is Here To Stay” e entra de cabeça no R&B em “I've Got a Crush on You” e “I Got Rhythm”.
Também encontra tempo para curtir o folk em “Someone to Watch Over Me” e cravar um delicioso rock sessentista em “Nothing But Love”, com aquele clima de Beach Boys fazendo as honras da casa. Não existe uma palavra mais certa para definir “Brian Wilson Reimagines Gershwin” do que classe. Classe absoluta. Um gênio brincando e prestando homenagem a outro gênio. O negócio é aproveitar, pois não é todo dia que se tem isso no cardápio.

Nenhum comentário: