sábado, 2 de novembro de 2013

"Gravidade" - 2013

O mexicano Alfonso Cuarón levantou grandes expectativas com o filme “E Sua Mãe Também” de 2001. Na sequência disso desembarcou logo em uma franquia milionária e foi responsável por “Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban” de 2004. Na franquia do famoso bruxinho, conseguiu até imprimir algumas das suas tonalidades prediletas, mas ainda assim era um filme de Harry Potter em toda a essência mais ampla e irrestrita. As expetativas sobre o trabalho do diretor caíram, mas ganharam algum fôlego novamente com “Filhos da Esperança” de 2006.

De lá para cá, Alfonso Cuarón trabalhou com documentários, tevê e produziu alguns filmes. Porém, a próxima carta do diretor a ser arremessada na mesa é “Gravidade” (“Gravity”, no original), lançado recentemente aqui no país. Visitando novamente o universo da ficção científica, mas com aspectos bem mais sucintos e críveis, o mexicano fez um daqueles filmes para se orgulhar. Escrito por ele e pelo filho, “Gravidade” (que deve ser visto obrigatoriamente em 3D pra cima), compensa todas as expectativas geradas em algum momento anterior.

Apesar da fotografia exuberante, o ponto mais alto de “Gravidade” é envolver o espectador no tenso clima que aparece na tela. Fazendo uma analogia rápida com um filme recente, é como se “Santuário” de 2011 do diretor James Cameron fosse elevado à décima potência. Não por acaso, um dos maiores entusiastas do filme foi o idealizador de “Avatar”. Quando os problemas começam a acontecer em pleno espaço, e o filme se converte em um clássico – porém, muito eficiente – de superação pessoal e dos limites, a sala fica em extremo silêncio, coisa raríssima para os dias atuais.

Na trama somos apresentados a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e ao Tenente Matt Kowalski (George Clooney), que junto com a voz de Ed Harris no controle da missão em Houston representam quase que a totalidade do elenco. Durante uma missão de reparo e instalação de novas tecnologias, todos são surpreendidos por uma chuva de destroços que arrasa a tudo e a todos. A partir disso, a questão é tentar se virar como pode, se reinventar e ser forte para tentar sobreviver em meio às adversidades apresentadas. Um clichê eterno que no filme não soa nada banal.

Em “Gravidade”, George Clooney exibe sua habitual (ou quase isso) competência e simpatia, no entanto é em Sandra Bullock que Alfonso Cuarón arregimenta todo o trabalho. Com uma atuação na cadência certa entre o desespero e a aceitação, a atriz exibe mais uma vez aquela fagulha de talento que vimos em “Um Sonho Possível” de 2009. Com um papel que exigia muito de qualquer ator, ela ostenta uma forma física impecável e faz a citada fagulha de talento se transformar em uma pequena fogueira. E só por essa façanha, Alfonso Cuarón já merece inúmeros aplausos.

Nota: 8,5

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