terça-feira, 29 de agosto de 2017

Séries: "Travelers" e "Designated Survivor"


Com todas as cagadas que a humanidade faz tanto ambientais quanto no próprio trato aos semelhantes é de imaginar que o futuro distante não reserve nada muito bom para quem lá chegar, não é mesmo? Bom, é com essa imagem de futuro que a série “Travelers” trabalha. Produção original da Netflix com o canal canadense Showcase teve a primeira temporada disponibilizada na plataforma em outubro do ano passado com 12 episódios (a segunda está prevista para estrear em outubro de 2017). Criação de Brad Wright (do universo “Stargate”) traz como personagem principal o experiente Erick McCormack (de “Will & Grace”), um agente do FBI chamado Grant MacLaren, mas que não é bem quem diz ser. Unindo policial, suspense e ficção científica, “Travelers” apresenta ao espectador uma trama onde o futuro está condenado e a forma de solução encontrada para ajustar isso é voltar no tempo para corrigir ou evitar os acontecimentos que levaram a esse colapso, de posse do conhecimento acumulado até então. Só que a maneira que esses viajantes retornam aos nossos dias não é fisicamente e sim tendo a memória suplantada em pessoas, segundos antes dessas falecerem. Isso faz com que não somente herdem a vida do hospedeiro e tenham que continuar com ela seja de que maneira for, como também tenham compartilhadas as memórias anteriores o que é prerrogativa suficiente para gerar uma gama de conflitos elevada. A equipe que vem do futuro junto ostenta suas próprias particularidades com mentes entrando em um viciado em heroína e em uma mãe recente com problemas com o esposo policial. Com atuações apenas razoáveis na totalidade e um enredo que toda vez que aparenta que vai engrenar não engrena, “Travelers” é uma série que agrada quem gosta de ficção científica e afins, divertindo sem compromisso nesse sentido, mas para por aí.

Nota: 6,0


O Estado da União é uma data tradicional onde geralmente em formato de discurso o Presidente dos EUA - em linhas gerais - presta contas ao congresso do ano e apresenta relatórios e propostas necessárias para o futuro. Por lei um integrante do governo é excluído do evento e deixado em local distante para que caso haja um atentado ou alguma catástrofe, o governo e o país possam seguir adiante. Bom, na série “Designated Survivor” da ABC esse desastre acontece e todos os integrantes do governo são mortos após um ataque fulminante. Criada por David Guggenheim (roteirista de “Protegendo o Inimigo”) traz Kiefer Sutherland de volta a televisão em um papel de destaque. Ele é Tom Kirkman, secretário de habitação do governo prestes a ser demitido, que foi o sobrevivente designado no dia da tragédia e acaba assumindo o comando da nação sem ter a mínima noção do que está fazendo. Mas, ao contrário de certos indivíduos que na vida real estão nessa situação, Kirkman é um homem justo, de bom coração e ideais nobres, um verdadeiro unicórnio dentro da política. Distribuída internacionalmente pela Netflix gradualmente de acordo com a liberação original, os 21 episódios da temporada inicial que terminou em maio de 2017 (uma segunda está a caminho) passam por uma verdadeira metamorfose. De início fraco, sem ritmo, repleto de clichês mil e com Sutherland mais uma vez emulando gestos e trejeitos de Jack Bauer de "24 Horas" na atuação, a série vai engatando lentamente. Dividida entre a condução da gestão política e o thriller de suspense que visa desmascarar a conspiração que causou o ataque (tinha que ter uma, lógico), se configura no seu terço final em boa pedida de entretenimento, com destaque para as atuações de Virginia Madsen (“Sideways - Entre Umas e Outras”) como uma deputada republicana e Kal Penn (“Madrugada Muito Louca”) como secretário de comunicação do governo.

Nota: 7,0

Assista a trailers legendados das séries:



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