quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Séries: "O Nevoeiro" e "Os Defensores"

 

Tudo corre mais ou menos dentro da normalidade em uma pequena e tradicional cidade do estado do Maine nos EUA. O espectador é apresentado a alguns personagens e a um pouco do cotidiano, quando no dia seguinte conhece o fato que a jovem Alex (Gus Birney), filha do casal Kevin (Morgan Spector) e Eve (Alyssa Sutherland) foi estuprada em uma festa na noite anterior, sendo que seu melhor amigo Adrian Garf (Russell Posner) afirma que o culpado é o capitão do time de futebol da escola e filho do xerife local, Jay Heisel (Luke Cosgrove). Enquanto o fato começa a ser apurado e as tensões se espalham, uma forte e dura névoa cobre a cidade. O que a princípio é visto como uma alteração climática, se altera e ganha transtornos dramáticos e sobrenaturais. Assim temos “O Nevoeiro” (The Mist, no original), série com 10 episódios na primeira temporada, disponibilizada agora em agosto no Netflix. É baseada em um conto de mesmo nome de Stephen King publicado pela primeira vez em 1980 e que já tinha virado filme em 2007 pelas mãos do diretor Frank Darabont. Nesta nova adaptação o criador é Christian Torperf (de “Rita”) que insere modificações ao texto original, mas mantêm a essência da obra. Com o fenômeno alastrado e angariando vítimas em sequência os habitantes passam a ficar em lugares fechados (como um shopping) o que não demora a suscitar conflitos internos. Junto a essa guerra de sobrevivência contra si mesmos e o terror desconhecido que espreita fora das portas fechadas, a série investe em uma trama paralela forte (a do estupro) e adiciona nas entrelinhas discussões sobre racismo, xenofobia e misoginia, que se mostram tão interessantes quanto o medo do fantástico. Se as atuações fossem melhores e não tão comuns o resultado final seria até mais empolgante.

Nota: 7,0


Dia 18 de agosto a Netflix disponibilizou a primeira temporada de “Os Defensores” na plataforma, estancando a ansiedade sobre como seria essa reunião dos heróis já mostrados em séries individuais. Grande aposta da Marvel com o canal de streaming, estão lá inseridos Demolidor (Charlie Cox), Jessica Jones (Krysten Ritter), Luke Cage (Mike Colter) e Danny Rand (Finn Jones), em conjunto com parte do elenco de apoio de cada um. O nome “Os Defensores”, na origem dos quadrinhos, começou nos anos 70 com uma equipe completamente maluca formada por nomes díspares e individualistas (Hulk, Dr. Estranho, Namor e Surfista Prateado, por exemplo). Nessa nova versão do nome que já ganhou transposição para os quadrinhos pelas mãos do craque Brian Michael Bendis, o grupo engloba uma roupagem mais urbana e menos fantástica, porém ainda com essa pegada individual dos integrantes. Concebida pela dupla Douglas Petrie e Marco Ramirez responsável pela controversa (e fraca) segunda temporada de “Demolidor”, o primeiro acerto fica por conta da quantidade de episódios, usando 8 ao invés de 13, o que não deixa as coisas ficarem maçantes. Para unir esses elos em um único objetivo, usa-se Claire Temple (Rosario Dawson) e adiciona-se como antagonista principal a sempre misteriosa associação do Tentáculo, representada pela enigmática Alexandra (Sigourney Weaver) que aos poucos abre os objetivos pretendidos. “Os Defensores” agrada, mas no placar geral fica aquém das empreitadas solo de Jessica Jones e Luke Cage na telinha. Conta com a reabilitação da personagem de Elodie Young como Elektra Natchios em atuação bem superior à que vimos antes, entretanto esbarra nas dezenas de dúvidas que continuam permeando o Demolidor e no desempenho novamente sofrível de Finn Jones como Punho de Ferro, o que só se agrava se levarmos em conta que ele é uma espécie de centro onde a trama gira.

Nota: 7,5

Assista aos trailers legendados:



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