domingo, 11 de dezembro de 2016

Comic Con Experience - São Paulo Expo (SP) - 01 a 04 de Dezembro de 2016


Em outubro conversando com um amigo meu em São Paulo comentei que voltaria para a Comic Con Experience no final do ano com o meu sobrinho. Ele logo na sequência falou: “Sério? Boa sorte, vais precisar”. Como ele já tinha ido, fiquei naquela de: “bom, já que está tudo pago e comprado, tomara que eu tenha essa sorte então”. Sorte, que na verdade acredito que nem precisei tanto assim, acho eu.

E conto as razões mais abaixo.

A edição 2016 da CCXP aconteceu de 1 a 4 de dezembro na São Paulo Expo, um local bem grande na Rodovia dos Imigrantes a mais ou menos uns 40 minutos da região da Avenida Paulista. Com o metrô como opção e uma boa quantidade de táxis disponíveis (tanto para ir quanto para voltar), o acesso não foi dos mais complicados, já passei perrengues muito piores indo para shows e festivais de música na capital paulista. Pelo contrário, estava até tranquilo chegar ao local apesar da distância e da grande quantidade de pessoas que passaram por lá (mais de 196 mil de acordo com os dados dos realizadores). E tudo pareceu bem seguro.

Não fui no dia de abertura, somente a partir de sexta, chegando por volta de umas 16:00hs. Como já tinha adquirido os ingressos/credenciais para o evento, o acesso foi calmo, apesar do longo caminho da chegada até a entrada propriamente dita. Nada demais. Na sexta havia um bom público, mas nada comparado ao mar de gente que encontrei no sábado e domingo, onde comecei a entender um pouco mais o “boa sorte” lá de outubro. Contudo, mesmo com bastante gente, o espaço ainda era trafegável, com mínimos esbarrões e apertos. Por ser um evento diário de 10 horas de duração, o movimento é cíclico, muitos vão embora enquanto outros chegam e isso ajuda bem.

Primeira tática adotada por mim e meu parceiro de jornada geek foi a de não perder tempo em filas enormes, a fim de explorar a maior quantidade possível de estandes e conversar com diversas pessoas e artistas no decorrer disso. Então, nada de encarar filas de várias horas para ver painéis disputados e sim focar naqueles com menor apelo para o grande público, que também são interessantes. E essa foi uma tática mais que acertada. Claro que como fã do Frank Miller e de Star Wars, por exemplo, queria estar nas apresentações, mas isso exigiria uma dedicação e um sacrifício de tempo que não entendo como necessário, mesmo respeitando fãs mais ardorosos que se empenham dessa maneira.

Essa decisão fez com que a Comic Con fosse extremamente válida e prazerosa. Estandes e mesas de artistas que estavam cheias em um dia ou um determinado horário, no outro estavam menores e dava para encarar. Essa alternância e quantidade de opções fez com que às 5 horas diárias passadas no evento (mais do que isso é complicado devido ao cansaço) fossem proveitosas e divertidas. Por exemplo: Na sexta não dava nem para entrar para ver as fantásticas armaduras dos Cavaleiros dos Zodíacos, mas no sábado entramos tranquilamente perto da hora do almoço. Almoço que nos leva a outra questão a ser avaliada: a alimentação.

Eram várias as opções de alimentação no decorrer do espaço. Espalhavam-se por toda a estrutura e tinham espaços próprios vinculados somente para isso. Tinha filas? Claro que tinha. É impossível ir para um evento desse porte e não se deparar com filas para alimentação, acredito eu. Contudo, eram filas “administráveis”. O máximo que passei em uma foi uns 20 minutos. Quem já foi para festival sabe que isso é razoável. Lógico, que o ideal era não ter fila alguma, mas não dá para sonhar com isso. Quanto aos preços, bom, esses estavam salgados para caramba, todavia nada muito diferente do que é praticado nesse tipo de evento.

Como estamos falando em preço aí vai uma crítica para os estandes. Entendo que todo mundo está ali para ter lucro e a coisa tem que ser viável e tal, mas podia se ter descontos maiores principalmente nas lojas maiores. Dava para encontrar coisa mais em conta, mas em vários casos o preço praticado era o mesmo da loja física ou virtual, com uma redução quase insignificante. Lógico e evidente que isso se relaciona com aquilo que vi e presenciei. Já na área do “Artist’s Alley”, onde passaram mais 450 artistas e editoras de quadrinhos, as coisas estavam um pouco melhores nesse quesito e dava para sair com a mochila repleta de obras adquiridas direto com os autores.

Dentro da pluralidade que é a CCXP, o “Artist’s Alley” foi minha área preferida. Lá estavam desde autores consagrados como Alan Davis, Simon Bisley, Peter Kuper, Eduardo Risso e Bill Sienkiewicz a feras nacionais como Gustavo Duarte, Fábio Moon, Gabriel Bá, Cris Peter, Roger Cruz e Vitor Cafaggi, entre tantos outros. Além disso, foi um prazer chegar com autores novos e menos conhecidos e conversar sobre seu trabalho e processo criativo, mesmo que rapidamente. Certeza de que os quadrinhos nacionais passam por um ótimo momento e estão em processo contínuo de crescimento não só quantitativo, mas primordialmente qualitativo.

E essa pluralidade que é a grande sacada e atrativo da CCXP. E por isso ela vale a pena. Agrega diversos universos em um único espaço. Lá estão quadrinhos de todas as espécies, literatura jovem, televisão e séries, cinema, games, animes, enxertado com questões profissionais de cada área em painéis e estandes como o do Senac, além de uma vasta gama de produtos relacionados a disposição.

Fui, me diverti vendo os cosplayers, vibrei pela primeira vez em uma partida de League of Legends (mesmo sem saber até agora os motivos certos), conversei com algumas pessoas que admiro o trabalho, conheci coisas novas, revi amigos, voltei a juventude na parte dos animes e relacionados em um ambiente totalmente alegre e com alto astral. Ao sair de lá no domingo, ficaram duas certezas: a primeira de que o mundo geek nunca esteve tão em alta e a segunda de que em 2017 eu volto, aliás, voltamos, meu sobrinho não vai deixar encarar essa sozinho de jeito nenhum.

Site oficial do evento: http://www.ccxp.com.br 



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