sábado, 20 de agosto de 2016

Quadrinhos: “Esquadrão Suicida: Chute na Cara” e “Tom Strong: A Origem”


Como é de costume quando um filme que tem os quadrinhos como matéria-prima chega a telona, as bancas recebem novas edições com esses personagens em destaque. Não seria diferente com o Esquadrão Suicida que estreou filme no Brasil no início de agosto. Um pouco antes disso a Panini Comics colocou no mercado o encadernado “Esquadrão Suicida: Chute na Cara”, com 160 páginas e capa dura que reúne as edições originais de 1 a 7 do grupo publicadas nos EUA entre novembro de 2011 e maio de 2012. Essas histórias já haviam sido lançadas aqui em revistas anteriores, mas agora aparecem juntas e dão uma amplitude maior para as ações e dilemas dos vilões que são forçados a serem heróis para diminuir um pouco a pena. O Esquadrão Suicida teve origem no final dos anos 50, mas a roupagem que ficou conhecida é a da metade dos anos 80 quando o quadrinhista John Ostrander resolveu utilizar supervilões para ingressar na Força-Tarefa X sobre o comando de Amanda Waller. É essa roupagem que é recontada nesse volume que engloba o time dentro do projeto “Novos 52” da DC Comics e conta com roteiro de Adam Glass (da série televisiva “Supernatural”). Nesse novo início lá estão Pistoleiro, Arlequina, El Diablo, Voltaico, Aranha Negra e Tubarão-Rei, recrutados a duras provas para um resgate no meio de uma multidão ensandecida. Depois outros vilões entram e dão sequência para que ainda exista um controle de rebelião e uma caçada a um dos seus. Um dos pontos altos do Esquadrão Suicida sempre foi o confronto de personalidades e desejos dos integrantes e Adam Glass faz isso muito bem, deixando a trama com bons picos de ação e drama intercalados. Único ponto a se questionar dessa edição é a arte, que por passar na mão de vários desenhistas como Federico Dallocchio, Scott Hanna e Clayton Henry, acaba sendo inconstante e não ajuda muito.

Nota: 7,5


Alan Moore criou Tom Strong em 1999 junto com Chris Sprouse durante o tempo em que ficou na WildStorm, uma espécie de selo alternativo da DC Comics. O autor de obras como “Watchmen” e “V de Vingança” concebeu um personagem de aventura com a ciência em nível de igualdade com as habilidades físicas. Criado dentro de um silo pelos pais em uma ilha distante e obscura, pois assim não teria contato com os males da humanidade antes de ser forte o suficiente e não teria dessa maneira o julgamento comprometido, ele emerge depois de um acidente na ilha e com a ajuda dos habitantes locais e seu alto nível de inteligência realiza várias proezas técnicas antes de partir para o mundo de verdade, mais precisamente para a ficcional Millenium City na costa oeste dos EUA. A série que já havia sido publicada aqui no Brasil antes pela Devir e pela Pixel (mas nunca de maneira completa), agora ganha novo lançamento pela Panini Comics, com a promessa de ir até o final. “Tom Strong: A Origem” é um encadernado com 212 páginas de capa cartonada e alguns esboços como extras, reunindo as edições 1 a 7 que chegaram nas bancas dos EUA entre junho de 1999 e março de 2000.  A história começa com um garotinho lendo a história do nascimento de Tom Strong em uma revista e vai alternando entre fatos do passado e do presente, conduzidos ricamente por Alan Moore que joga diversas referências das épocas de ouro e prata dos quadrinhos, assim como da literatura pulp do começo do século passado. Os desenhos de Sprouse auxiliados pela arte final de Alan Gordon são limpos e claros e comungam dessas mesmas referências. Nos relançamentos que a Panini vem apresentando nos últimos anos, Tom Strong é um dos mais interessantes. As aventuras e confrontos do protagonista em conjunto com a esposa, a filha, um esperto robô e um gorila com alto nível de inteligência, remetem a missão pioneira dos quadrinhos que é divertir a quem lê.

Nota: 8,0 



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