segunda-feira, 2 de março de 2015

Música: A Place To Bury Strangers e Father John Misty

O trio de Nova York chamado A Place To Bury Strangers lançou o primeiro disco homônimo em 2007, onde se destacavam músicas como “My Weakness”. Depois, vieram o ótimo “Exploding Head” de 2009 e o mais “comportado” (por assim dizer) “Worship” de 2012. O trio encabeçado por Oliver Ackermann (guitarras e vocais) e agora nessa formação com Dion Lunadon (baixo) e Robi Gonzalez (bateria) apresenta em 2015 o quarto trabalho intitulado “Transfixiation”, gravado na sua maioria em um estúdio do Brooklyn com produção do próprio guitarrista e com 11 faixas disponíveis em quase 40 minutos. O trabalho é colocado no mercado pela gravadora Dead Oceans (casa de bons nomes como Destroyer, The Tallest Man On Earth e Dirty Projectors) e mostra a mistura de shoegaze, pós-punk, noise e psicodelia da banda mais poderosa que outrora, tentando se equilibrar no flerte entre algo mais ameno (se é que isso é possível) e o experimentalismo sem complacência alguma. O resultado disso é um trabalho que se iguala ao disco de 2009 em qualidade e exibe bons momentos de sobra como na dobradinha “Supermaster” e “Straight” que abre o álbum com o baixo em primeiro plano suportando as distorções que vão explodindo pelo caminho ou no caos sonoro provocado por “Deeper”. Destaque ainda para a doçura deformada de “We've Come So Far”, a urgência de “I’m So Clean” e a barulheira de “I Wiil Die”. Preparem os ouvidos.

Melhor faixa: “Straight”

Nota: 7,0

Facebook: http://www.facebook.com/aplacetoburystrangers 

Depois de “Fear Fun” de 2012, Josh Tillman voltou esse ano a lançar um disco usando a alcunha de Father John Misty. “I Love You, Honeybear” sai pela Sub Pop assim como o anterior e apresenta 11 faixas em 44 minutos e uns trocados. Se no álbum anterior se percebia alguma semelhança com a ex-banda (Fleet Foxes), isso ocorre em uma escala bem menor agora. O registro é de acordo com o músico um álbum conceitual (mas passa um pouco longe disso) e tem como foco a vida pessoal, o casamento e os EUA. Todas as canções são compostas por ele, que também assina a produção em conjunto com o músico Jonathan Wilson e toca alguns instrumentos no meio de um corpo mais luxuoso dessa vez com direito a outros músicos e violinos, cellos, trompetes e clarinetes inseridos pelo meio. Do início formidável com pianos, orquestração e backing vocals da faixa-título até o final com a singela “I Went To The Store One Day” temos um disco agradável, com boas melodias e letras que externam um humor meio cínico aliado a desilusões cotidianas. As letras exibem boas sacadas em “True Affection” que alfineta a comunicação pessoal dos nossos dias brincando com a eletrônica, na paixão desfigurada de “Strange Encounter”, na acidez de “Holy Shit” e principalmente na icônica “Bored In The USA”. “I Love You, Honeybear” está vários passos além do antecessor e mostra que Father John Misty pode muito mais do que já visto em coisas como “Hollywood Forever Cemetery Sings”, como atesta a bela “When You're Smiling And Astride Me”. Um disco que merece ser ouvido.

Melhor faixa: “When You're Smiling And Astride Me”

Nota: 8,5


Texto relacionados no blog:
- Música: “Fear Fun” (2012) – Father John Misty

Assista ao clipe de “Straight” do A Place To Bury Strangers:


A Sub Pop colocou no seu canal no Youtube “I Love You, Honeybear” na íntegra. Ouça:


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