sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Em Um Mundo Melhor" - 2011


O filme dinamarquês “Em Um Mundo Melhor” que abocanhou tanto o Globo de Ouro quanto o Oscar desse ano na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, recentemente foi disponibilizado em DVD. Como passou em poucas salas por aqui no começo do ano, reside agora uma boa chance de ver o premiado trabalho da diretora Susanne Bier de “Coisas Que Perdemos Pelo Caminho” e “Brothers”.

O personagem central da trama é Anton (Mikael Persbrandt), um médico que presta serviços em um acampamento localizado em pleno coração africano. Homem de poucas palavras, lida diariamente com as mais diversas atrocidades, como pacientes grávidas que tem a barriga aberta por componentes de uma milícia, que brincam de apostar qual seria o verdadeiro sexo do bebê que estava por vir.

Quando retorna para a sua casa na Dinamarca, o médico precisa lidar com situações não menos complicadas, visto que seu casamento está ruindo e o divórcio é tido como certo. Com dois filhos oriundos da união, vê o mais velho Elias (Markus Ryggard) passar por bullying de modo constante na escola. Quando o jovem Christian (William Johnk Nielsen) aparece para ajudá-lo, a vida toma novos rumos.

Christian é recém chegado ao país e traz consigo dores dilacerantes. Sua mãe morreu de câncer e ele culpa o pai (Ulrich Thomsen, em mais um filme da diretora), que perdido não sabe o rumo certo a tomar. É entrelaçando essas duas famílias distintas e colocando seus problemas em comunhão, que Susanne Bier faz nascer um filme repleto de qualidades e com atuações de muito bom nível.

É um filme que pinta a vida com cores escuras, mas que deixa uma brecha para que a esperança de algo melhor esteja sempre presente. Apresenta inúmeras dificuldades, algumas excêntricas, mas a maioria comum a famílias de todo o mundo. Versa sobre aprender, sobre administrar o passado. Ensina que é preciso seguir em frente e é melhor que isso seja feito sem rancor e sem esquecer a bondade.

A única coisa que incomoda nesse “Em Um Mundo Melhor” é a (leve) guinada que a diretora dá na parte final, onde perdão e arrependimento talvez caminhem por uma estrada tranqüila demais para o que se viu antes. Mas acusar isso como um defeito, é uma rabugice que passa um pouco da conta. É apenas um pequeno risco em uma impactante tela com imensa carga de angústia, beleza e dor.

Assista ao trailer do filme: 

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