quinta-feira, 28 de julho de 2011

"Que Isso Fique Entre Nós" - Pélico - 2011


Uma guitarra surge leve para depois receber o acompanhamento de um clarinete e um fagote. A sonoridade meio circense traz uma voz afirmando que apesar de tudo, não existe razão para se guardar mágoa e que ainda não é tempo de chorar. Com uma melancolia simples, o paulista Pélico abre seu mais recente disco intitulado “Que Isso Fique Entre Nós”, que sucede o bom “O Último Dia De Um Homem Sem Juízo” de 2008.

 

Para ajudar no novo trabalho, o músico chamou o parceiro de longa data Jesuz Sanchez (Los Pirata) para a produção e mixagem. Companheiros antigos como Régis Damasceno (Cidadão Instigado) e João Erbetta (Los Pirata) também aparecem ao lado de outros nomes que auxiliam nos mais diversos instrumentos como sanfona, banjo, órgão, violino, trombone e trompete, o que serve para enriquecer bastante a sonoridade do álbum.

 

Quase todas as canções de “Que Isso Fique Entre Nós” versam sobre amores que carregam suas chagas, mas também uma esperança redentora, que deixa o caminho mais suave por mais inevitável que seja a porrada. Em “Tenha Fé, Meu Bem”, por exemplo, Pélico canta que nada vai alcançar ele e seu amor, mas sabe que em toda paixão existem percalços e que “não se atravessa uma vida sem magoar alguém”, como diz a sofrida “O Menino”.

 

Essa sonoridade robusta do novo disco rende agradáveis passagens. Entre as maiores podemos citar o brega moderno de “Vamo Tentá”, com Marco Delfino (tuba), Sidnei Borgami (trombone), Nahor Gomes (trompete), Isabel de LaTorre (clarinete) e Ramoska (fagote) guiando o ritmo ou a bonita “Se Você Me Perguntar”, que faz uma ode as baladonas de Roberto Carlos e tem um ukulele tocado por Jesus Sanchez para dar mais um plus.

 

Outro belo momento fica por conta de “Não Éramos Tão Assim”. Com melodia cativante e vocal nostálgico de Pélico, essa canção faz uma análise em retrospectiva sobre o que mudou na vida até os presentes dias. Retrata nos seus versos a passagem do tempo e a transformação de características pessoais como tolerância e volúpia, que inegavelmente foram alteradas com os anos, mas assume que isso é normal e que o caminho precisa ser seguido.

 

“Que Isso Fique Entre Nós” é um disco repleto de nuances e traz um artista mais tranquilo que antes e principalmente mais consciente do que pode fazer. Sem pressa, Pélico envolve aos poucos o ouvinte com um verso aqui, uma melodia ali, uma flauta acolá. A vida nem sempre é boa, mas não cabe nela desesperos ou medidas drásticas. A história é seguir em frente, sem correr, sem matar e sem morrer, como diz uma das canções desse bonito registro.

 

Site Oficial com o disco para download: http://pelico.com.br

 

Twitter: http://twitter.com/pelicomusica

 

Assista um teaser do disco com “Ainda Não é Tempo de Chorar”:

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