quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"Fabricando Tom Zé" - 2007

“Máquina de novas idéias”. É assim que Rodrigo Pederneiras, diretor do Grupo de dança Corpo define Tom Zé no documentário “Fabricando Tom Zé” de 2007. O filme dirigido por Décio Matos Jr. ganhou diversos prêmios mundo afora e explora com bastante sinceridade e simplicidade a iconoclasta figura desse baiano de Irará, nascido em 11 de outubro de 1936 que de fundador da Tropicália, caiu no ostracismo e ressurgiu pelas mãos de David Byrne.
Com a câmera focando de perto todos os jeitos e trejeitos de Tom Zé, o documentário embarca em uma turnê pela Europa em 2005 em países como Itália, França e Suíça. Nela passa por momentos gratificantes e reconhecimento em shows e entrevistas, como também mostra o artista em momentos poucos inspirados como em uma apresentação na França. Humano e assumindo isso, diferente de alguns parceiros seus da Tropicália, Tom Zé cativa a todo instante.
Com idéias das mais diversas arremessadas na tela, vai opinando sobre assuntos diversos que o envolvem, assim como a sua música, utilizando de um humor bastante peculiar e sagaz envolvido por boas coberturas de acidez e ironia. Perfeccionista até a alma é obstinado na busca da sua sonoridade aparecer como ela a imagina e quando isso não ocorre explode toda sua verborragia para os culpados, como demonstrado na passagem de som em Montreux.
Corroborando o ditado que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, atrás do artista está sua esposa Neusa, que é definida pelo próprio como a “sombra que fica na frente de tudo”. Ela que conduz o barco e dá um pouco de organização as milhares de idéias e vontades que jorram na cabeça do esposo ao mesmo tempo. Impressionante como os pensamentos são delineados sempre em busca do novo, de novas músicas ou novos arranjos para elas.
“Fabricando Tom Zé” traz também uma espécie de pedido de desculpas dos dois ícones maiores do Tropicalismo (Caetano Veloso e Gilberto Gil) pela ausência do músico em tantos e tantos anos do holofote do movimento. Em certa passagem, Tom Zé se define como um “patinho feio” ou uma espécie de “Galeano” (volante esforçado que fez história no Palmeiras). Para quem já escutou discos como “Estudando o Samba” de 1976, sabe que ele é bem mais que isso.
Site do filme: http://www.fabricandotomze.com.br Site oficial: http://www.tomze.com.br

2 comentários:

Unknown disse...

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Adriano Mello Costa disse...

:D