terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Salt" - 2010

Ter Angelina Jolie distribuindo socos e pontapés com extrema categoria em um filme já é um passo e tanto para qualquer produção. Se as cenas de ações são bem feitas, daquelas impossíveis e frenéticas, melhor ainda. “Salt” que estreou no final de semana aqui no Brasil tem essas duas coisas, o que pode-se dizer que vale mais ou menos a metade de um filme. O problema de “Salt” reside justamente na outra metade, que é previsível e com roteiro mal construído.
Philip Noyce tem no currículo trabalhos como “Jogos Patrióticos” de 1993, “O Colecionador de Ossos” de 1999 e “O Americano Tranqüilo” de 2002 e acerta a mão na maior parte da sua direção com câmeras rápidas e cenas de perseguições e pancadaria de prender o telespectador na cadeira. No entanto, o roteiro de Kurt Wimmer não ajuda em nada, pois as cartas estão na mesa muito cedo e o final se desenvolve sem criatividade para uma continuação.
Algumas ações dos personagens são difíceis de engolir, pois são colocadas na tela como se fossem a única saída possível, sendo que existem outras bem mais claras. A trama também é extremamente forçada, mas poderia ser perdoada se o roteiro ajudasse mais. Nela, Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente da CIA que está prestes a partir para o serviço burocrático quando um espião russo se entrega e a acusa no interrogatório de ser uma espiã do país infiltrada.
Orlov (Daniel Olbrychski) conta que os russos começaram um projeto nos anos 70 no qual treinavam crianças para substituir norte americanos ainda jovens, não levantando quaisquer suspeitas até que o plano fosse desencadeado anos depois, o que resultaria na derrocada do inimigo. A história que parece retirada de um gibi da Marvel, só não é mais absurda pois recentemente foram descobertos alguns espiões russos (meio loucos) ainda trabalhando nos USA.
Angelina Jolie como sempre está ótima no papel principal. Sabe dosar de maneira correta o feminino com o agressivo como poucas hoje em dia nos filmes de ação. Liev Schreiber (“Wolverine”) também é convincente no papel do supervisor dela na CIA. Mas fica por aí. No mais “Salt” é um filme bem mediano, que tinha tudo para ser mais interessante, mas escorrega feio na maneira que a trama é conduzida e nas próprias idéias. Indicado para um dia sem maiores opções.

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