quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus - 2010

“O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus” é o novo filme de Terry Gilliam, ex-Monty Python e diretor de filmes como “O Pescador de Ilusões” de 1991 e a adaptação de “Medo e Delírio Em Las Vegas” de 1998. Na sua conta também estão pequenos clássicos como “Monty Phyton e o Sentido da Vida” de 1983 e “Brazil, o Filme” de 1985. Na sua nova incursão Terry Gilliam viaja pela sua imaginação para criar uma instigante aventura fantástica.
O longa já carrega todo um apelo comercial, por ter sido o último trabalho do ator Heath Ledger antes da sua morte em janeiro de 2008. Contornar esse fato, já que o ator ainda não tinha acabado com a sua participação é um dos grandes méritos do trabalho e do roteiro feito pelo diretor em parceria com Charles McKeown. A saída encontrada além de plenamente plausível diante de tanto delírio convoca para o time Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell.
O Dr. Parnassus que dá nome ao trabalho é vivido por Christopher Plummer e dirige uma espécie de companhia teatral suja e maltrapilha, que oferece aos visitantes uma viagem a mente do Dr., através de um falso espelho, no qual podem deixar fluir todos os seus desejos e ambições, sejam eles nobres ou não. Só que os tempos são outros na Londres atual e ninguém quer mais saber de histórias e magias, levando a companhia a viver em constante fracasso.
Essa “companhia”, aliás, se resume apenas a Valentina (Lily Cole), filha do Dr., o jovem Anton (Andrew Garfield) e o anão Percy (Verne Troyer). É quando aparece Tony, o personagem vivido por Ledger e seus substitutos já citados, que dá uma nova dinâmica a trupe, ainda que com os reais motivos disfarçados. No fundo tudo não passa de uma grande aposta entre o Dr. Parnassus e diabo (com o nome de Sr. Nick) vivido brilhantemente por Tom Waits.
Talvez “O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus” seja apenas lembrado por ser o último filme de Heath Ledger, mas vai além disso. Terry Gilliam consegue novamente um bom trabalho, depois de alguns bem ruins (“Os Irmãos Grimm”, por exemplo). O delírio imenso explode na tela em cores, formas, texturas e paisagens. Em pensamentos e pequenas críticas sociais e políticas. Não é espetacular, mas foge do lugar comum e só isso já faz valer a sessão.

Nenhum comentário: