sábado, 8 de maio de 2010

"Mary And Max - Uma Amizade Diferente" - 2010

Anos 70. Mary Dinkle tem oito anos, vive em Melbourne na Austrália e se equilibra entre a solidão da falta de amigos e a indiferença do pai que só pensa em trabalho e da mãe que tem como maior aliado o álcool. Em Nova York nos Estados Unidos, Max Horovitz aos 44 anos sofre do mesmo problema de solidão e indiferença social que Mary Dinkle. Por uma conjunção meio surreal, os dois começam a se corresponder e criam uma relação que mudará suas vidas.
“Mary And Max” (que aqui recebeu o subtítulo “Uma Amizade Diferente”) é uma animação baseada em fatos reais que consegue a proeza de comover o telespectador. Utilizando a técnica do Stop-Motion, o diretor Adam Elliot cria uma espiral de cores e sentimentos (ou até mesmo a ausência deles) para narrar uma amizade improvável, completamente fora dos limites comuns e das sugestões que as milícias do politicamente correto podem indicar.
A história evidentemente carrega uma inevitável carga de sentimentalismo na relação de amizade entre uma garotinha e um senhor problemático, o que ajuda e muito na facilidade com que o telespectador é conquistado. Isso poderia até ser um demérito se fosse utilizado de modo apelativo e clichê. “Mary And Max” foge bem disso, tanto no roteiro, quanto no desenvolvimento dos personagens, que através da sua tristeza mostram sublinarmente um mundo bem real.
As vozes do filme ficam por conta de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana e Barry Humphries. Seymour Hoffman, aliás, dá um tom todo especial a Max Horovitz na sua interpretação, fazendo imaginar uma atuação sua como o personagem, o que provavelmente resultaria em show. O senhor gordo, recluso, viciado em cachorro quente de chocolate(!) e que sofre da Síndrome de Asperger, o distanciando da sociabilidade, é o ponto forte da animação.
“Mary And Max” merece aplausos. O diretor Adam Elliot contorna as obviedades que o tema poderia apresentar e faz um trabalho bastante bonito. Um trabalho que não exibe uma beleza fácil e de cores alegres, pelo contrário, esta beleza trilha um caminho tortuoso de dúvidas, solidão e tristeza. Dramático em vários pontos, acusa uma esperança aqui e ali, valorizando acima de tudo como é importante na vida de cada um ter bons amigos para ajudar a seguir em frente.

2 comentários:

Júlio disse...

Caraca, esse filme é lindo demais.Triste que só..mas lindo.

Adriano Mello Costa disse...

É bonito mesmo. Abs.