segunda-feira, 31 de maio de 2010

"É Proibido Fumar" - 2009

A diretora Anna Muylaert estreou no cinema com o ótimo “Durval Discos” de 2002. “É Proibido Fumar” é o trabalho posterior a essa estréia, filme do ano passado agora lançado em DVD. O longa ganhou vários prêmios no Festival de Brasília e angariou críticas elogiosas. Anna Muylaert usa novamente algumas premissas e temáticas expostas no seu primeiro trabalho e consegue flutuar de maneira eficaz entre a comédia romântica e o drama.
Um dos lados de “É Proibido Fumar” pode ser entendido como um tratado sobre a força da solidão. Outros lados podem residir no apego aos vícios ou simplesmente na cumplicidade entre duas pessoas que vivem juntas. Em ritmo lento, quase nunca acelerado, mesmo quando o roteiro assim incita, prefere ficar ali no campo dos pensamentos, travando combates morais e solitários. Desejo, tristeza, culpa e a busca por felicidade caminham ao lado.
Baby (Glória Pires) é uma solteirona que mora no apartamento que herdou da mãe e dá aulas de violão para se sustentar. Dirige um Gol velho e vive entrando em atrito com as outras duas irmãs, Teca e Pop, vividas por Dani Nefussi e Marisa Orth. O mundo de Baby é completamente seu, sem nenhum alarme ou surpresa. Uma vida ordinária como a de tantos nas metrópoles. Mas quando um novo vizinho também músico chega, as coisas mudam de lugar.
Max (um Paulo Miklos cada vez mais a vontade nos seus papéis) leva a vida tocando por aí. Apesar de gostar de Jorge Ben e Gilberto Gil, vai sobrevivendo tocando Martinho da Vila em uma churrascaria. Está recém saído de um relacionamento bem complicado e fica flutuando entre a relação com Baby e seu caso antigo. Neste ponto o filme é uma comédia romântica com bons momentos até acontecer um fato que o transforma e eleva o nível um pouco mais.
Com boa trilha sonora, a diretora Anna Muylaert versa mais uma vez sobre universos pessoais fechados e sem grandes emoções, presos a uma vida que não traz muita alegria, até que uma pessoa chegue e altere a cena, provocando atos e reações inesperadas. Em volume baixo, “É Proibido Fumar” tem um direção que sabe o que quer e um elenco afiado, com boas atuações, resultando em um trabalho interessante, que olha para o amor de uma maneira bem singular.

3 comentários:

L. T. Miglio disse...

quero assistir isso aí ó. na verdade, estava comentando sobre ontem =]
quando te verei, hein?
beiijo!

Palavra de Ontem disse...

Camarada,

Taí o pacto de setembro selado via on-line... Os shows foram muito bons.

http://palavrasdeontem.blogspot.com/2010/06/coisa-pop-apresenta-ou-noite-dos-pactos.html

Abraços,

J.Mattos

Adriano Mello Costa disse...

Laura, assista. E estive por ai no sabado.

Neto, Selado!!